O homem que liquidou o fascismo, por Motta Araujo

Dino Grandi, o homem que liquidou o fascismo

Por Motta Araujo

Dino Grandi foi um dos participantes da Marcha sobre Roma quando Mussolini se impôs como Primeiro Ministro da Itália e colocou o Fascismo no poder em Roma. Hierarca de primeiro nível do regime foi Ministro das Relações Exteriores e em 1932 nomeado Embaixador em Londres, volta à Itália em 1938 para ser Ministro da Justiça.

Foi contra a entrada da Itália na guerra ao lado da Alemanha e com a visível vitória dos Aliados apresenta em reunião do Grande Conselho Fascista, do qual era presidente, a moção de censura a Benito Mussolini que significa a deposição do Duce, na noite de 24 para 25 de julho de 1943.

Mussolini é deposto e preso, o Marechal Badoglio, Comandante do Exército, em nome do Rei Vittorio Emanuelle III assume o poder, Grandi foge para Lisboa, jurado de morte pelos fascistas leais a Mussolini no Norte da Itália. De Lisboa escapa para o Brasil, se radicando em São Paulo, onde vive até 1951, um dos personagens coadjuvantes mais importantes da Segunda Guerra.

Quando Mussolini, depois de fugir do cativeiro, cria a República Social Italiana em Saló, o Tribunal de Verona condena Grandi à pena de morte, mas Grandi já estava longe, em São Paulo, na Avenida Angélica ou no Guarujá.

O Conde Dino Grandi sobreviveu até 1988, quando morreu em Bologna. Foi capa da revista TIME e seu necrológio ocupou bons espaços em todos os jornais da Europa e Américas, seu verbete está em todas as grandes enciclopédias, um dos criadores do Fascismo e seu liquidatário.

Em São Paulo viveu discretamente, um ator de primeiro plano daqueles tempos terríveis do Fascismo e da Guerra.

Redação

10 Comentários

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    1. A Italia entrou na guerra em

      A Italia entrou na guerra em 1940 sem nenhuma convicção de que aquilo fazia sentido, entre o povo e mesmo entre parte da hierarquia fascista. A Marinha era francamente anti-fascista e não vestiu a camisa da guerra, a Coroa tambem não

      tinha nenhum entusiasmo, os soldados italianos se renderam aos milhares no Norte da Africa, não arriscavam a vida por uma causa que era para eles só da Alemanha, o mesmo acontceu na Albania e na Gredia.

      1. A Nona se mandou da Itália!

        Lá na primeira década do século XX a Nona (no caso seria a minha bisavó) quando sentiu os ares de Guerra na Europa deu um ultimato ao Nono para virem para o Brasil, ela tinha quatro filhos na idade de serviço militar e disse que não criava filhos para serem buchas de canhão, aí os Maestri vieram para a América. Não sei qual o lado que saiu perdendo, mas o certo que todos os filhos da Nona, inclusive meu avô morreram com mais de 80 anos depois de tomarem bastante vinho aqui no Brasil e comerem muito churrasco.

    2. Quanto ódio nesse coraçãozinho!

      Não sei por que tanta agressividade com relação a um país.

      Como é que um país inteiro pode ser vira-casaca?

      Não faz sentido. países tem correntes políticas diferentes, pensamentos divergentes, diversidade… Não é um grupo coeso de pensamento único.

      Ainda mais a Itália que se unificou tardiamente e é formada por regiões muito distintas que ainda no século XIX formavam países independentes e não raro beligerantes entre sí.

  1. PAGLIACCIO. Era assim que a

    PAGLIACCIO. Era assim que a irreverente cultura popular italiana enxergava mussolini e hitler. Acho eu, que boa parte desta postura, a irreverencia, foi transmitida a nos brasileiros. Tinha amigos,filhos de soldados italianos, que me contaram que a coisa mais comum no front   era a desercao. Abandonavam as armas e voltavam para o abrigo das mamas, esscondidos nas aldeias. Povo admiravel.

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