Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Peixe Vivo pro Natal?

Por Luciano Hortêncio

Sou do tempo em que o Natal tinha como figura principal o Menino Jesus. Em todas as casas o Aniversariante era festejado e se fazia presente, quer através de um presépio, quer através de um quadro ou até de uma imagem de calendário.

Sou do tempo em que preparávamos os festejos com meses de antecedência, comprando um peru no mercado e o engordando pacientemente durante sessenta ou noventa dias para que ficasse a gosto. Sou do tempo do peru com o peito recheado de farofa, salada de verdura com maionese feita em casa, rabanadas (que chamávamos de paridas) e o tradicional ponche, preparado com sucos diversos, vinho, um pouco de rum e maça cortadinha em cubos e uvas.

Sou do tempo em que cada membro da família ganhava uma muda completa de roupa a a fim de não ser pelo galo beliscado, caso estivesse com roupa usada. Sou do tempo em que, mesmo já sendo um “anjo papudo”, acordava com um presentinho simples e original debaixo da tipóia. (Dormíamos em redes).

Sou do tempo em que as famílias iam em peso assistir à Missa do Galo, que encerrava, com sua liturgia e lindos cânticos, os festejos pelo nascimento do Menino Jesus.

No dia seguinte, 25 de dezembro, tínhamos o almoço simples e bom, com o arroz de peru preparado tendo como base os ossos gordos do peru da véspera, um purê ou salada de verduras e o rosbife que era a especialidade da mamãe.

Hoje o Menino Jesus perdeu espaço para o Papai Noel. A simplicidade já não mais impera. Os presentes devem ser caros e de última geração. A bebida alcóolica tem que estar presente do começo ao fim e o aniversariante muitas vezes sequer é lembrado.

Em sendo assim, nem seria mais necessário comprar o tradicional peru de Natal, poderíamos até mesmo comer peixe vivo…

https://www.youtube.com/watch?v=0-H6r-Xa92I]

[video:https://www.youtube.com/watch?v=4-5MMkvhg_Q

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

51 Comentários

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          1. Parrudo

            Deitado na rede da chácara, o Mineirinho ficava, horas a fio, aguardando a hora do “bicho”

            passar para assuntar o entorno do fogão a lenha ,  para tentar descobrir algo

            apetitoso para mandar pro papinho mal acostumado com iguarias urbanóides.

            [video:https://youtu.be/AzzV-ZP-JrQ width:500]

            Um salve pra poetisa Odonir Oliveira, que tornou-se combatente de Exército Islâmico e partiu pra Síria.

            Um pedido especial pra ela: se o amargurado Papai Noel passar por aí, não vá metralhar o Véim, não!

            Fui!

  1. Nosso natal

    Qual é a noite de alegria
    Que festejamos com devoção
    Reunindo todas as famíias
    Fazendo juntos nossa oração

    Pedindo a Jesus menino
    Nosso Deus e redentor
    Abençoai os pequeninos
    E também nós pecadores
    Ó que noite feliz
    Jesus menino nasceu
    Os pastores cantando
    Nasceu o rei dos judeus

    O sino repica assim
    Blim blim blim
    Natal natal natal
    Blem blem blem
    Nasceu Jesus nosso rei

    [video:https://youtu.be/u0vuFE1vbOk%5D

  2. Havera sempre um peru, um presépio e côros cantando lindas…

    Mas havera sempre os que comemorarão o natal simplesmente, com os amados e uma mesa preparada com carinho, e que mesmo sendo ateus, como meu caso, levem as crianças à igreja para ver uma missa, ouvir cantos gregorianos e se encantar com o presépio.

  3. Poema de Natal – Vinícius de Moraes

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=Ml074nMA0aQ%5D

    Para isso fomos feitos:
    Para lembrar e ser lembrados
    Para chorar e fazer chorar
    Para enterrar os nossos mortos —
    Por isso temos braços longos para os adeuses
    Mãos para colher o que foi dado
    Dedos para cavar a terra.
    Assim será nossa vida:
    Uma tarde sempre a esquecer
    Uma estrela a se apagar na treva
    Um caminho entre dois túmulos —
    Por isso precisamos velar
    Falar baixo, pisar leve, ver
    A noite dormir em silêncio.
    Não há muito o que dizer:
    Uma canção sobre um berço
    Um verso, talvez de amor
    Uma prece por quem se vai —
    Mas que essa hora não esqueça
    E por ela os nossos corações
    Se deixem, graves e simples.
    Pois para isso fomos feitos:
    Para a esperança no milagre
    Para a participação da poesia
    Para ver a face da morte —
    De repente nunca mais esperaremos…
    Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
    Nascemos, imensamente.

        1. Eita onça bonita

          Vânia, esse é aquele lindo presépio de uma igrejinha de Copacabana? So não lembrava que dentre os animais ao redor da manjedoura, tinha uma gatinha 😉

          1. Nossa Sra. da Paz

            Não, Maria Luisa. Esse presépio é da igreja que fica na praça N.S. da Paz, em Ipanema. Estava voltando da praia (isso em 2010) e não resisti a participar da festa natalina. Aí resolvi fazer uma presepada!

            beijao!

             

          2. São Pixinguinha

            faleceu extamente na Igreja Nossa Senhora da Paz, em 17 de fevereiro de 1973!

            Grande abraço, querida amiga Vânia!

        2. Um anjo carioca anunciou a chegada

                      Três reis levaram ouro, incenso e mirra.

                      O Mineirinho levou um litraço de pinga

                      … da boa!

  4. Vou arrumar os cabelos, melhorar as aparências

    Sigo os Conselhos de Mestre Hortêncio:

    Em solenidades como o Natal, a gente tem de dar uma melhorada no visual.

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    Importante assumir um porte altivo, mas sereno. Beleza interior  é fundamental. Nada de exibições pífias.

    E assumir que meu padrão de amar é José: amou Maria, não fez perguntas, amou e fez o que pôde para o filho (dela com um certo God): o menino nasceu saudável, foi protegido, seguiu sua trajetória no mundo. Grande José, felicidades, guerreiro!!!

    Feliz Natal !!!!

      1. Meu bom José, que maravilha!

        Vânia, a interpretação de Rita Lee para Joseph é belíssima, muito agradecido pela lembrança!

        Georges Moustaki, o autor, deve ter ficado orgulhoso  ao ouvi-la. É bem provável que ele tenha conhecido pessoalmente a Rita, além de outros cantores brasileiros, já que gostava de nossa música e até veio ao Brasil. Gostava também de Portugal. Dizem que para homenagear a revolução portuguesa de 1974 adaptou uma canção de Chico Buarque que  viria a se tornar emblemática no pós – 25 de Abril, intitulada Portugal (fado tropical). 

        Gosto também da interpretação dele próprio para  Joseph:

           https://www.youtube.com/watch?v=l9zTRvZtbOc

         

    1. As aparências enganam?

                         O Lulu é chegado num Peru bem graúdo

                         e a mania não é restrita apenas ao Natal.

    1. pOeTaÇoS

      um dia 
      a gente ia ser homero 
      a obra nada menos que uma ilíada 

      depois 
      a barra pesando 
      dava pra ser aí um rimbaud 
      um ungaretti um fernando pessoa qualquer 
      um lorca um eluárd um ginsberg 

      por fim 
      acabamos o pequeno poeta de província
      que sempre fomos 
      por trás de tantas máscaras 
      que o tempo tratou como a flores

      LEMINSKI

      [video:https://youtu.be/oNWLrF5Uvu4 width:600]

    2. Aí cê dexa!

      Caipirinhas

      é com nóis mesmo!

      Texto: Sandra Cristina Peripato

      Maria de Jesus Castro nasceu em Itapeva, no interior do estado de São Paulo, em 1926 e Lourdes Amaral Castro nasceu em Bauru, também no estado de São Paulo em 1928. 

      Começaram em 1938 na Rádio Clube de Bauru, onde venceram o concurso de calouros “Descobrindo Astros do Futuro”, cantando “O Que é que a Baiana Tem” (Dorival Caymmi). 

      Elas participaram do concurso escondidas dos pais. Após o concurso, continuaram cantando em inglês numa outra emissora de rádio local. 

      Em 1940, Maria de Jesus e Lourdes, com 14 e 12 anos de idade, respectivamente, mudaram-se para a capital paulista, onde tiveram que enfrentar os famosos preconceitos por serem do sexo feminino e, além disso, menores de idade. 

      Mas foi em São Paulo que Nhô Pai (compositor de sucessos como “Beijinho Doce”) viu as irmãs cantando e gostou do dueto perfeito de suas vozes. Pediu então autorização aos pais delas para poder ensinar a elas o gênero sertanejo. E as Irmãs Castro apresentavam-se em programas diversos, sempre acompanhadas pelo Nhô Pai; e também pela mãe delas. 

      E foram convidadas então para cantarem no Rio de Janeiro. Devido à idade, falsificaram as certidões de nascimento para poderem cantar nos cassinos. Na cidade maravilhosa também cantaram em emissoras de Rádio como a Tupi, a Globo e a Mayrink Veiga. E, de volta à São Paulo, passaram pelas Rádios Cultura, Tupi e Bandeirantes e foram contratadas com exclusividade pela Rádio Record. 

      O primeiro disco das Irmãs Castro foi gravado pela Continental em 1944 quando elas tinham 18 e 16 anos de idade. Nesse 78 rpm, gravaram o corrido “Não Me Escrevas” e o rasqueado “Che Camba (Vem Cá)”. 

      No ano seguinte, gravaram um novo disco 78 rpm contendo o valseado “Faz um Ano” e o corrido “Beijinho Doce”, clássico da música caipira que foi o maior sucesso das Irmãs Castro e que as transformou rapidamente em estrelas.

      A música caipira não era o estilo preferido das Irmãs Castro. Elas preferiam outros estilos de música brasileira. O convite para a carreira sertaneja, no entanto, partiu de Nhô Pai que viu nelas o potencial e elas acabaram aceitando. 

      E, com o crescente sucesso que vinham obtendo, passaram a receber vários convites e a se apresentar em circos e rádios por todo o Brasil e também em outros países da América Latina, tais como Paraguai, Uruguai e Argentina. 

      No Paraguai, elas foram para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória (o maior de Assuncion), mas acabaram permanecendo um mês por lá. A apresentação das Irmãs Castro foi transferida então para o Teatro Municipal de Assuncion, já que o conjunto vocal americano “The Platers” tinha uma apresentação programada no Teatro Vitória. E as Irmãs Castro acabaram roubando a platéia do “The Platters”, pois o conjunto americano, além de ter tido que aguardar a transferência das Irmãs Castro para o outro teatro, ainda teve no show lotação abaixo da esperada, enquanto as Irmãs Castro se apresentavam com mais platéia no Teatro Municipal. 

      E, na volta ao Brasil, voaram num avião cedido pelo Governo Paraguaio. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com “Che Yara Porã Tupy” e “Che China Mi”. 

      A dupla se desfez em 1985. Porém as Irmãs Castro compõem um capítulo muito importante na história da música caipira raiz, pois, além delas terem sido a primeira dupla feminina a gravar música caipira, também foram as pioneiras no ritmo “corrido” (o mesmo ritmo de “Beijinho Doce”). Lourdes faleceu aos 83 anos de idade, em 30 de agosto de 2011), vítima de um infarte agudo do miocárdio.

      Masis informações: http://www.recantocaipira.com.br/duplas/irmas_castro/irmas_castro.html

      [video:https://youtu.be/TAqaXhHIwUI width:600]

    1. Bach segundo Mendelssohn

      Mendelssohn também foi responsável pela redescoberta de outro gênio da música universal.

      Em 1829, regeu em Berlim a “PAIXÃO SEGUNDO SÃO MATEUS”, do então esquecido JOHANN SEBASTIAN BACH , cuja obra havia conhecido por meio de seu professor de piano, Karl Friedich Zelter.

      [video:https://youtu.be/mlZ5bc6otno width:600]

  5. Pinto no Lixo

    Que neste Natal e no Ano Novo você seja Feliz como um Pintinho no Lixo.

    Aquele negócio que prometi pra você, continua de pé e será comprido.

    Fui!

  6. Chegando atrasado, mas só peru morre na véspera…

    Cheguei agora e vi que o Luciano descreveu maravilhosamente seus Natais. Todos embarcaram na alegria e no humor do espírito natalino. A Vânia até capturou meu quadrinho sarreando o peru.

    Mas o Luciano ressaltou que antes de tudo ele representa o nascimento de Jesus (ainda que hoje se saiba que ele não nasceu nessa data). Então vou colocar um cântigo mais no espírito antigo, um estiloso e tradicional coral…

    [video:https://youtu.be/4B5e7_pejyE%5D

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