E como toda a vida nos doesse (pós-Zé da Luz, 1)
por Romério Rômulo
E como a podridão se nos tomasse
e como a solidão se nos bebesse
e como a vastidão embriagasse
e como toda a vida nos doesse
E como se a carne apodrecesse
e a dura ilusão só nos deixasse
o inferno no inferno nos perdesse
amores em amores esmagasse
E como nada vale, e se valesse
e em fortes corrosões eu te encontrasse
e como toda tarde anoitecesse
e como todo dia se quebrasse
E como a vastidão embriagasse
e como toda a vida nos doesse
e como a solidão nos amarrasse
na noite mais perdida e nos perdesse.
Romério Rômulo (poeta prosador) nasceu em Felixlândia, Minas Gerais, e mora em Ouro Preto, onde é professor de Economia Política da UFOP e um dos fundadores do Instituto Cultural Carlos Scliar – Rio de Janeiro RJ.
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