A demonstração de “força” dos militares foi uma vergonha das forças armadas, por Rogério Maestri

Ou o exército levou suas sucatas para a demonstração, ou o nosso exército só tem sucatas pois a maior parte do orçamento é gasto em soldos e pensões para filhas de oficiais falecidos há décadas.

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A demonstração de “força” dos militares brasileiros foi uma vergonha das forças armadas

por Rogério Maestri 

Muito falou do desfile militar que foi realizado no dia 10 para intimidar o congresso, o que ninguém chamou atenção que o desfile simplesmente mostrou um verdadeiro fiasco internacional de nossas forças armadas, principalmente o exército. 

O desfile que era para ser um desfile da Marinha do Brasil, principalmente de meia dúzia de veículos de emprego de equipamentos para as tropas de fuzileiros navais para ação de desembarque foi complementado por equipamentos do exército com o objetivo de provar o “poderio” militar dessa força para intimidar o congresso resultou na maior demonstração patética de que se aquilo se chama exército brasileiro foi uma verdadeira desmoralização do chamado poder bélico da arma. 

Em resumo, quem olha a ridícula passagem do que muitos chamavam tanques, mas na realidade eram latas velhas tendo o observador um mínimo conhecimento militar, pode ter duas conclusões. Ou o exército levou suas sucatas para a demonstração, ou o nosso exército só tem sucatas pois a maior parte do orçamento é gasto em soldos e pensões para filhas de oficiais falecidos há décadas. 

O que se vê no desfile, primeiro uma quantidade razoável de veículos novos de transporte que provavelmente seria a única coisa que poderia ser mostrada, pois depois disso o que se vê são alguns veículos de desembarque VETUSTOS e totalmente desatualizados para mesmo uma luta interna entre uma fração qualquer de forças que queiram derrubar o governo. 

A avaliação que faço acima não é retórica, é real. Os tanques que passaram no desfile pareciam mais tanques que saíram de algum museu, que não resistiriam a um ataque de forças insurgentes que utilizassem por exemplo antiquadas armas soviéticas do tipo RPG-7 (1967), nem estou falando das atualizações dessa como a russa RPG-27 ou os sofisticados e caros mísseis anticarro norte-americano Javelin. 

Não estou brincando, se existisse uma força insurgente de mil a dois mil homens, armados com RPG-7 contrabandeados de uma das centenas de lutas de resistência a governos de qualquer ideologia e fossem contrapostas a colunas de 50 tanques ou mesmo algumas dezenas dessas colunas, facilmente seriam todos esses tanques pré-históricos seriam detonados. 

Em resumo, Brasil que em 1980, na época da Engesa, produziu o famoso tanque Osório, que como tanque principal disputou contra as joias dos tanques de batalha (main battle tank MBT) na época, como o M1 Abrams (norte-americano), Leopard 2 (alemão), o Challenger 1(inglês) e o AMX-40 (francês) e o T-80 (russo), conseguiu ultrapassar todas essas máquinas de guerra e perdeu a concorrência na Arábia Saudita pela imposição dos norte-americanos. Diga-se de passagem, que 1993, com a sucessão dos governos entreguistas de Collor e da Itamar, com pressão dos fabricantes imperialistas, a Engesa faliu e agora temos sucatas reformadas como tanques do outrora Exército Brasileiro. 

Ou seja, a demonstração de força proposta por Bolsonaro e seu apoio militar virou na vergonha nacional das Forças DESARMADAS Brasileiras, que só tem armas para atirar contra carros de passeio de músicos brasileiros, para isso qualquer fuzil fuleiro serve. 

Este texto não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

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