Bolsa fecha setembro em alta, mas perde 3,36% no mês

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – As operações da bolsa de valores fecharam em alta nesta quarta-feira, impulsionadas pela melhora do setor externo e pelo avanço das ações da Petrobras. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou em alta de 2,10%, aos 45.059 pontos e com um volume negociado de R$ 8,016 bilhões. Com isso, o índice fecha o mês de setembro com perda acumulada de 3,36%, em um período marcado pelas incertezas quanto a política e a economia brasileiras, além das expectativas em torno do aumento dos juros nos Estados Unidos e a desaceleração na China. Já a desvalorização ao longo de 2015 chega a 9,89%.

Um dos destaques do dia ficou com as ações da Petrobras, que ajudaram a puxar a valorização do índice: os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) tiveram a maior alta do Ibovespa, saltando 9,86%, a R$ 7,24, enquanto os papéis ordinários (PETR3) avançaram 8,79%, a R$ 8,54. Os papéis foram impulsionados pelo anúncio feito pela estatal na noite desta terça-feira, quando oficializou o aumento de 6% nos preços da gasolina e de 4% no diesel nas refinarias a partir desta quarta-feira. Na sessão anterior, os papéis da estatal já tinham subido mais de 2%.

Os bancos também tiveram alta expressiva: Banco do Brasil (BBAS3) subiu 6,07%, a R$ 15,20. O Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 2,28%, a R$ 26,51. O Bradesco (BBDC4) avançou 1,95%, a R$ 21,42.

Além das ações da Petrobras, destacou-se a publicação da pesquisa CNI/Ibope que mostrou oscilação da avaliação negativa do governo da presidente Dilma Rousseff de 68 para 69% e dados fiscais um pouco melhores do que o previsto – segundo o Banco Central, o deficit primário mensal foi de R$ 7,31 bilhões. Os investidores também aguardavam o anúncio de mudanças na equipe ministerial e da análise de vetos presidenciais no Congresso Nacional.

No câmbio, as negociações passaram por um novo dia de oscilações, e a moeda norte-americana voltou a fechar abaixo de R$ 4. O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (30) vendido a R$ 3,964, com queda de R$ 0,094 (-2,31%). A cotação está no menor nível desde o último dia 18, mas encerrou setembro com alta de 9,3%.

Embora tenha passado todo o dia operando em queda, o dólar chegou a passar de R$ 4 em alguns momentos. Na mínima do dia, por volta das 13h30, a moeda chegou a R$ 3,94, mas a alta diminuiu nas horas seguintes. Em 2015, a divisa acumula alta de 49,1%.

Assim como aconteceu nos últimos dias, o Banco Central (BC) interveio apenas no mercado futuro. A autoridade monetária terminou de renovar os contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro) que venceriam em outubro. Nessas operações, o BC apenas prorroga a data de vencimento dos contratos, sem vender contratos novos.

Desde sexta-feira (25), o BC não fez leilões de linha – venda de dólares das reservas internacionais com compromisso de recompra do dinheiro algumas semanas depois. No fim da semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, tinha informado que o banco poderia vender dólares das reservas internacionais no mercado à vista, operação que não é feita desde fevereiro de 2009. Apesar da declaração, o BC não começou a se desfazer dos recursos das reservas, atualmente em US$ 370,6 bilhões.

Ao mesmo tempo, a autoridade monetária anunciou o início da rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que vencem em 3 de novembro, sinalizando a manutenção do ritmo de intervenção no mercado cambial. Em nota, o Banco Central anunciou que serão ofertados até 10,275 mil contratos em leilão de swap cambial na quinta-feira. Caso a oferta seja negociada integralmente até o penúltimo dia útil do mês, o lote será totalmente rolado, em um valor equivalente a US$ 10,278 bilhões.

Para quinta-feira, os agentes aguardam a divulgação do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), os dados da balança comercial referentes ao mês de setembro, utilização da capacidade instalada industrial pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e os números de vendas de veículos pela Fenabrave. No exterior, destaque para os novos pedidos de seguro-desemprego, vendas de veículos domésticos e o PMI (índice dos gerentes de compras) de manufatura nos Estados Unidos, além do PMI de manufatura na Alemanha, França, Grã Bretanha e zona do euro e da taxa de desemprego no Japão.

 

(Com Reuters e Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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