Debate econômico brasileiro é uma “caricatura”, diz Monica de Bolle

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Discussão no Brasil "é uma caricatura", enquanto EUA e outros centros trazem o debate para perto da realidade; confira entrevista exclusiva

A economista Monica de Bolle. Foto: Reprodução

Os Estados Unidos e outros centros econômicos estão trazendo o debate macroeconômico para perto da realidade, enquanto a discussão no Brasil é “uma caricatura de debate”.

A afirmação é da economista e pesquisadora Monica de Bolle, em conversa exclusiva para a TV GGN.

“No Brasil, a gente tem uma espécie de debate macroeconômico não só extremamente ultrapassado, mas é uma caricatura de debate porque a maneira como as pessoas se referem a aquilo que influencia a economia e tal… São páginas de livro-texto básico de quem ainda tá fazendo o curso de introdução à Economia”, pontua.

“Os EUA, Europa e outros países, não só necessariamente os países ditos ‘avançados’, mas outros países também o debate macroeconômico ele tem sido, tem se aproximado muito mais da realidade do que no Brasil”, explica a economista.

Segundo de Bolle, existe um processo de amadurecimento que viabiliza a ligação entre os fundamentos macroeconômicos e a realidade – e, no Brasil, “houve uma regressão ao básico do básico que algo que… É só um fundamento, não tem necessariamente uma ligação direta com a realidade”.

Por outro lado, a pesquisadora diz que tanto nos Estados Unidos como em outros centros de excelência acadêmica, “o que se vê é uma aproximação da economia, ou uma reaproximação, da ciência política, das ciências sociais de um modo mais geral e, em particular, eu acho que isso é notável na discussão brasileira, daquilo que os fundamentos a partir dos quais você vai formular uma política econômica”.

Ou seja, não se pode pensar em política econômica dissociada da Constituição e, nas últimas décadas, o Brasil se afastou dessas visões “por uma espécie de vício tecnocrático”, na visão de Monica.

“Tem um vício de ficar preso na tecnocracia que, no final, distancia o olhar da realidade e acabam saindo coisas assim que parecem totalmente fora de propósito, como essas que a gente tem visto”, ressalta.

Veja mais a respeito do tema na entrevista exclusiva de Monica de Bolle na TV GGN.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

3 Comentários

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  1. Entre nós o debate econômico é tão insano quanto as decorações de Natal inspiradas no clima europeu com neve falsa, renas,ursos polares e duendes vestidos à caráter. E apesardo calor nós insistimos em fazer ceias naftalina com pratos extremamente calóricos típicos de uma região muito fria. O Brasil precisará ser desimventado para que uma ciência econômica tropical desenvolvimentista genuína e local possa ser criada.

  2. A QUESTÃO CRUCIAL É QUE A MAIORIA DOS ECONOMISTAS E COMENTARISTAS ESTÃO VINCULADOS AOS INTERESSES DO MERCADO FINANCEIRO E QUALQUER DISCUSSÃO QUE NÃO ATENDA ESSES INTERESSES SÃO BLOQUEADOS NA CHAMADA GRANDE MÍDIA. CITO UM EXEMPLO: DURANTE UM LONGO PERÍODO DE 2022, VÁRIOS ESPECIALISTAS DERAM ENTREVISTAS SOBRE O IMPACTO DA DISPARADA DO PREÇO DO PETRÓLEO NOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS NO BRASIL. TODOS ELES CONDENANDO UMA POSSÍVEL MUDANÇA NA FÓRMULA DE CÁLCULO (PPI) DA PETROBRÁS.ORA, A GRANDE MÍDIA NÃO DEU ESPAÇO PARA QUE OUTROS ESPECIALISTAS PUDESSEM MOSTRAR OUTRA FÓRMULA PARA CALCULAR O PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS, MESMO SABENDO QUE O BRASIL É AUTO SUFUCIENTE NA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO.ELES ALEGAM QUE O BRASIL IMPORTA 30% DOS PRODUTOS REFINADOS E QUE POR ISSO A PETROBRÁS NÃO PODE PAGAR MAIS CARO NO EXTERIOR E VENDER MAIS BARATO NO BRASIL.ESSES COMENTARISTAS FINGEM QUE NÃO SABE O QUE QUALQUER COMERCIANTE DE BIROSCA SABE FAZER: CUSTO MÉDIO. OU SEJA SE EU TENHO 70% A UM CUSTO X E 30% A UM CUSTO Y, BASTA SOMAR OS DOIS CUSTOS E DIVIDIR POR DOIS.
    O QUE ELES NÃO DIZEM E NÃO QUEREM QUE VENHA A PÚBLICO, É QUE SE MUDAR A FÓRMULA NO BASE DO PPI, VAI PREJUDICAR OS IMPORTADORES DE COMBUSTÍVEIS. PARA ELES, O POVO PODE SER PREJUDICADO OS IMPORTADORES NÃO!

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