A vitória do libertário Javier Milei levou a uma disparada das ações de empresas argentinas negociadas nos Estados Unidos nesta segunda-feira, e que acabou se refletindo nas negociações em Buenos Aires nesta terça-feira.
Voltando do feriado do Dia da Soberania Nacional, o índice S&P Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires chegou a subir 13% na abertura dos negócios, com destaque para o desempenho dos papéis das estatais.
Diante do plano de Milei de privatizar as estatais do país, um dos destaques do dia ficou com a empresa de petróleo estatal YPF, cujos papéis chegaram a se aproximar dos 40% de valorização nesta terça-feira.
Em entrevista, Milei foi claro ao afirmar que “tudo o que pode estar nas mãos da iniciativa privada, vai ficar nas mãos da iniciativa privada”, confirmando as notícias sobre a privatização da YPF.
“Primeiro é preciso recompor a YPF. Desde que Kicillof (Alex Kicillof, que administrou a YPF no governo de Cristina Kirchner e é o atual governador de Buenos Aires) decidiu nacionalizá-la, a deterioração que foi feita à empresa em termos de resultados para que ela valha menos do que quando foi expropriada… Obviamente a primeira coisa a fazer é reconstruí-la”, afirmou Milei, segundo o jornal Clarín.
Briga nos bastidores
Enquanto isso, as brigas por cargos no futuro governo do ultradireitista já começaram, principalmente em torno das pastas ligadas à Economia do país.
Segundo o jornal Pagina12, o ex-presidente Mauricio Macri está convencido de que terá acesso a cargos-chave dentro do gabinete de Milei, agindo como uma espécie de contrapeso dos libertários.
Contudo, fontes ouvidas pelo jornal deixaram claro que o governo é de La Libertad Avanza (LLA)” – ou seja, “existe a possibilidade de dar lugares a Macri, mas este não é um governo de coalizão, é um governo LLA”.
A comitiva de Milei também sinalizou que o novo presidente já possui o nome do ministro da Economia, e que irá “comunica-lo em breve”. Entre os mais cotados para o cargo, estão Federico Sturzenegger e Guillermo Nielsen, ambos com atuações no governo Macri – mas não existe nenhuma certeza a respeito.
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