Para Febraban, BC deve continuar como está

Jornal GGN – O Banco Central do Brasil tem um funcionamento adequado e deve continuar assim. Ao menos é o que pensa o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, frente à proposta de ampliação de sua autonomia, conforme defende a oposição ao governo.

Em entrevista concedida ao programa “Poder e Políticas”, da Folha/UOL, o executivo comentou que as coisas “podem ficar como estão”. Para ele, o BC já funciona com independência operacional há um bom tempo, atua de maneira adequada e não há porque mudar.
 
Na condição de autoridade reguladora do setor bancário no país, o BC poderia representar uma autarquia arriscada, caso ganhasse mais poderes e caminhasse independente do ministério da Fazenda, por exemplo.
 
Murilo Portugal é o primeiro presidente profissional contratado para presidir a entidade e está no cargo há três anos. Ele não fala muito sobre a polêmica com o governo federal, logo no início do mandato de Dilma Rousseff, quando os bancos pediram menos pressão para que abaixassem suas taxas de juros. Ele afirma que os custos operacionais no Brasil são muito mais altos que em outros países, o que explica, segundo ele, as taxas cobradas pelas instituições bancárias.

 
Por fim, o executivo afirmou que há um “excesso de mau humor” em relação à economia brasileira e que isso não corresponde ao que se passa de fato no momento. Isso se explica: o setor estima um avanço de até 14% no volume de crédito oferecido. A competição também será acirrada, segundo ele, com a nova portabilidade de dívidas dos clientes para os bancos que apresentarem melhores taxas.
 
 
Redação

4 Comentários

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  1. AS oposiçao  quer o  absurdo

    AS oposiçao  quer o  absurdo de ver um banco  central, é de qualquer forma  tem  que esta ligado ao governo  se torne um banco  brivado. Porque o que eles  querem é exatamemnte  isso,  agora  eu pergunto como um banco  que  lida  com o dinheiro publico, taxas  e muitas outras funçoes pode  se tornar um banco privado, e  quem ele  vai defender? certamente  ja  temos as respostas.  a intençao é tao somente  aumentar  taxa  como selic, controlar  o  dinheiro publico  mandan do para o exterior  e muitas outras falcatruas  que  eles querem  fazer.  Ja  é demasiado  errado  esta se vendendo açoes do  Banco Central.  e isso  tem que  cessar   pois quando pensar-mos que nao  estamos dominados  por   capital estrangeiro  dominando  o  BC.

  2. Ele afirma que os custos

    Ele afirma que os custos operacionais no Brasil são muito mais altos que em outros países, o que explica, segundo ele, as taxas cobradas pelas instituições bancárias.

     

    Ora, eh muita cara de pau nao eh mesmo? Os caras tem lucros e mais lucros ano apos ano e vem com o famoso mantra da carga tributaria para se fazer de coitado. Eu entedo a xiadeira da classe media, mas de banqueiros bilonarios eu nao posso compactuar. Isso eh o cumulo, lembro do finaciador da Marina, Setubal, dizendo que ” os lucros brutos sao grandes, mas o nominal eh pequeno”. Ora, muda de negocio, se vc tah ficando pobre.

  3. A Febraban tem razões para

    A Febraban tem razões para ficar satisfeita, o BC deixa os bancos cobrarem taxas abusivas, reduzirem benefícios referentes a contas antigas mantendo as taxas cobradas (isto ocorreu comigo, pois agora só posso retirar 4 cheques por mês pelo mesmo preço que pagava para ter mais de 20 cheques mensais e não recebo estratos mensais da conta-corrente), cobrando juros criminosos e vinculando os produtos bancários uns aos outros em clara violação da legislação que deveria ser fiscalizada pelo BC. 

     

  4. Risco de RH no Bacen

    Nassif,

    o quadro legal de pessoal do Banco Central é de 6.170 servidores. Entretanto, possui hoje em seus quadros apenas 3.800, aproximadamente, ou seja, o Banco tem uma defasagem de quase 2.400 servidores. Uma Nota Técnica de 2012, enviada pelo BCB ao Ministério do Planejamento, alerta para o risco de RH a que o Banco está sujeito devido a essa deficiência de pessoal e solicita autorização para o preenchimento de 1730 vagas, referindo que esse seria o quantitativo mínimo para afastar o risco operacional. Entretanto, o MPOG autorizou, em 2013, realização de concurso para preencimento de somente 500 vagas.

    O Banco Central do Brasil apresenta alguns números preocupantes em relação ao seu quadro de servidores: é o 7º menor do mundo em relação ao número de servidores por habitantes (2,07 para cada 100.000) e dentre todos os bancos centrais, teve a 5ª maior redução no quadro após a crise de 2007/2008: -22%. Isso num momento em que a maioria dos países reforçou seus quadro para fazer frente à necessidade de maior regulação dos sistemas financeiros. A despeito do nosso Banco Central ser considerado um órgão de excelência, tendo angariado respeito e credibilidade após a crise, os números de redução do quadro são muito preocupantes, diria até alarmantes.

    A despeito de todos esses números e de ter autorizado concurso para preenchimento de 500 vagas, quantitativo já insuficiente devido à grande defasagem e ao número de aposentadorias previstas para este ano e o próximo (vale lembrar que uma boa parte dos servidores foram admitidos ainda década de 1970), o MPOG autorizou a nomeação imediata de apenas 250 novos servidores, de um total de 1.035 aprovados no concurso autorizado em 2013 e homologado em maio deste ano. A diretoria do BCB, junto com o sindicato dos servidores, vem, reiteradamente, alertando o MPOG e a Presidência para o risco de RH, mas as questões orçamentárias têm falado mais alto, sujeitando o Banco à perda de mão-de-obra experiente sem que o conhecimento adquirido seja transmitido aos entrantes, devido à demora e à quantidade insuficiente de nomeações. Vale lembrar que, como em muitas outras áreas, mas nesta especialmente, o conhecimento adquirido com a prática não pode ser subsstituído pelos manuais ou cursos de formação.

    Portanto, o BCB, órgão respeitado pela competência dos seus quadros, enfrenta nesse momento sérias dificuldades para manter a excelência dos seus serviços devido à falta de reposição de pessoal, em número e a tempo de aproveitar o conhecimento de seus servidores mais experientes prestes a se aposentarem. Como a autonomia do BCB têm sido objeto de discussão por parte dos candidatos à presidência, penso que esse quadro deve, também, ser discutido. Não tenho uma opinião conclusiva sobre o tema, mas um BCB autônomo não passaria por essas agruras para recompor o seu quadro de servidores, ficando neste momento tão delicado à mercê de decisões sobre o orçamento que envolve, muitas vezes, questões políticas, e não apenas técnicas, especialmente em ano de eleições.

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