Melhora do setor externo e ajustes levam bolsa a subir

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – Depois de derrubar o pregão de segunda-feira, as notícias vindas da China ajudaram a melhorar as notícias e o humor dos investidores e levaram a bolsa brasileira a subir. Os números divulgados pela economia norte-americana também ajudaram as negociações.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou o dia em alta de 2,02%, aos 46.893 pontos e um volume negociado de R$ 6,906 bilhões. Apesar do resultado, o indicador acumula perda de 12,36% no mês e 23,07% no ano.

Para o analista Elad Revi, da corretora Spinelli, o dia foi de recuperação. “Na realidade, o fato da bolsa subir é um reajuste do que está acontecendo quando se vai comparar com as bolsas mundiais. A queda recente estava bem forte, e talvez fosse um pouco exagerada”.

Para Revi, a própria composição do Ibovespa deve ser levada em consideração: um terço dos papéis que formam a carteira é de companhias ligadas ao mercado de commodities – “nosso setor (de commodities) é um grande exportador para a China, que se encontra em aperto de crédito, o que afeta nosso mercado”. Acrescentando as companhias X, do empresário Eike Batista, chega-se a 40% do índice, e as dificuldades enfrentadas por algumas de suas empresas acabam comprometendo o desempenho do índice. Somadas às empresas de energia e concessão de rodovias, a participação no Ibovespa chega a 50%.

A principal notícia do dia ficou com o Banco Central da China, que recentemente apoiou algumas instituições financeiras com recursos para aliviar o aperto de liquidez do sistema bancário do país, e afirmou que dará mais apoio às instituições mais fortes caso enfrentem falta de fundos no futuro. A questão da liquidez foi a grande responsável pela queda do pregão de segunda-feira. “Estamos passando por um ajuste de posição. Houve uma grande fuga de capital externo e uma hora isso teria que se ajustar”, diz Elad Revi.

Os agentes também avaliaram os dados da economia norte-americana, em destaque a melhora das encomendas de bens duráveis, que avançaram 3,6% em maio, acima dos 3,2% inicialmente esperados. Os dados relacionados à confiança do consumidor e as vendas de moradias usadas também foram positivos.

Quanto à cotação do dólar, informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, indicam que a moeda fechou o dia em queda de 0,63% no balcão, ficando em R$ 2,2100.

As negociações com a moeda começaram o dia em queda, com a expectativa existente em torno do leilão de swap cambial – equivalente à venda da moeda no mercado futuro – anunciado pelo Banco Central na véspera. Pelos dados divulgados, foram ofertados 66,6 mil contratos, com duas datas de vencimento: 1º de outubro e 1º de novembro deste ano. No caso da primeira data, foram negociados 49 mil contratos, com valor de US$ 2,437 bilhões. Para novembro, foram US$ 819,4 milhões, com 16,5 mil contratos negociados.

A agenda econômica de quarta-feira ficará concentrada no setor externo, com destaque para o PIB anualizado referente ao primeiro trimestre, consumo pessoal e empréstimos hipotecários nos Estados Unidos, o PIB (Produto Interno Bruto) da França e os lucros industriais da China.

“Se o movimento for semelhante ao visto nesta terça-feira, devemos ver alta da bolsa, mas não tão forte. A volatilidade muito forte deve fazer com que os investidores recuem um pouco. E logo mais teremos o início da temporada de balanços, e vamos poder enxergar se as empresas estão dando resultado”, diz o analista.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador