O desastre aéreo

Francamente não entendi a postura da Embraer, nesse episódio de demissão de 20% de sua folha de salários.

A crise é braba, um dos setores mais afetados é a aviação. Como a Embraer trabalha com encomendas de longo prazo, é mais fácil prever os próximos anos. E a tormenta dve ter vindo pesada, para uma atitude tão drástica.

O que causa espécie é o fato de não ter buscado novas alternativas. Essa atitude drástica traz um conjunto enorme de perdas adicionais para a empresa.

Perde mão de obra especializada, difícil de preparar – apesar dos engenheiros terem sido poupados. Mais importante que isso, compromete uma relação com a comunidade e com os funcionários que foi construída ao longo de décadas.

Ontem, a televisão entrevistava alguns desses demitidos. Ainda atarantados, pessoas com trinta anos de Embraer faziam questão de elogiar a empresa, dizer que a Embraer fazia parte de sua vida, do orgulho que era trabalhar na empresa. Como toda pessoa que se sente traída, o próximo sentimento a aflorar será o de raiva.

Em muitos lugares, se procuraram soluções intermediárias, como suspensão temporária do contrato de serviço. Poderia haver um programa de realocação dos funcionários, a possibilidade de orientá-los a montar pequenas empresas de prestação de serviço. A própria Embraer tem um trabalho exemplar com a prefeitura de São José dos Campos e com a comunidade.

Em si, o episódio já choca, por ser o maior caso de demissão coletiva da moderna história das empresas brasileiras, talvez equiparável apenas ao da CSN ou outras empresas privatizadas nos anos 90. A seco, choca mais ainda.

Vou tentar conversar com a empresa durante o dia para entender suas razões.

Por Ricardo

Olá,

O contraponto aqui é que dia desses desembarcou em Montreal um grupo de 50 engenheiros que trabalhavam na Embraer para trabalhar na rival Bombardier. O assédio iniciou em meados do ano passado e repetiu manobra idêntica feita um ano e meio antes. O motivo desta vez é o desenvolvimento de um jato regional chamado CSeries, do qual a Lufthansa já colocou um pedido de 30 com opção para mais 30.

Curioso que é justamente a aviação regional um dos ramos da aviação que mais sofrem com a atual retração do mercado. Prova que o futuro é mais intensamente rosa quanto mais se olha a frente.

É intrigante o timing com que esta indústria trabalha. Não tem nem um mes que na mesma Bombardier mais de 1.300 pessoas foram demitidas. Na Boeing se fala em corte de 10.000 postos de trabalho. A Airbus acaba de anunciar um corte na produção da linha A320.

Turbulência pesada a frente. Que este “vôo” seja breve.

Por duvidoso

A empresa deixou a máscara cair.

A crise e o câmbio desvalorizado contribuíram em muito para estas demissões, porém, acho que não foram as únicas causas.

Os últimos balanços já mostravam quedas nas margens operacionais e na receita líquida. O mercado já tinha percebido que a empresa não conseguiria dar o retorno esperado. As ações já tinham caído, antes da crise, mais de 30%.

Faltou conversas e negociações com outros setores envolvidos. A reação da empresa foi, num momento delicado, seca e unilateral.

Luis Nassif

41 Comentários

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  1. Vale e Embraer, se dependesse
    Vale e Embraer, se dependesse deles a crise acabaria com o Brasil. Nenhuma tentativa de acordo, de pacto social, fazem o que bem entendem e pouco se importam com a sociedade na qual vivem. Capitalismo selvagem puro. Quem dera que fossem estatais que, com todo os seus problemas não teriam abandonado seus compatriotas quando eles mais precisam delas.

  2. Esta atitude traz não só um
    Esta atitude traz não só um conjunto enorme de perdas adicionais para a empresa senão para toda a cadeia produtiva envolvida, direta e indiretamente. Enviamos uma proposta para uma empresa que faz peças para alguns modelos do Embraer e hj já recebi a confirmação de que não fecharemos ao menos por enquanto devido a estas demissões – que fatalmente atingirão de alguma forma seus fornecedores diretos (no caso meu cliente) e indiretos (eu !!!).

    Imagem arranhada, custos de demissão, custos para contratar novos funcionários quando a demanda aumentar, custos para treinar estes funcionários e “aquele” clima de terror a partir de agora. Será que vale a pena ?

  3. Já trabalhei na empresa
    Já trabalhei na empresa alguns anos atrás. Sou da classe dos engenheiros. Não afetada nessa avalanche demissionária. Mas quem bota a mão na massa mesmo são os “peõs do chão de fábrica”. É uma pena isso ter acontecido. E junto com ela empresas que trabalham em torno tb devem demitir. É um efeito dominó.
    Acredito que a razão para demissão seja um só: MANTER OS GORDOS BÔNUS PARA UNS POUCOS PRIVILEGIADOS.
    Não deveria haver demissões. Afinal de contas, a empresa teve recorde de lucro no ano passado.

  4. Os setores da economia
    Os setores da economia brasileira que mais e primeiro sofrerão os efeitos da crise são aqueles mais vulneráveis à economia internacional. A distribuição de renda no governo Lula beneficia os setores que cresceram com ela. A crise reforça a nacionalização, contra a internacionalização.

  5. Prezado Nassif e
    Prezado Nassif e comunidade,

    Sou um daqueles que sofreu com o corte que ocorreu em 1991, nao vou nem mencionar a tristeza que se abateu sobre estes 4,200 profissionais. Eu bem sei o que isto significa no nivel pessoal e familiar…

    Vou ficar com a parte tecnologica e estrategica.

    Tecnologia: Imagina o que a China vai fazer agora, se ja levaram tecnicos de qualidade de calcados do Rio Grande do Sul para la? O que farao com o ‘creme’ dos nosso tecnicos aeronauticos?

    Agora que a AVIC entendeu a engenharia basica do aivao montado na China, eh so oferecer um salario e atrair esta mao de obra especializada. Sera que a Embraer nao consegue ver 2/3 anos no futuro, quando esta mao de obra estiver na China, trabalhando para os chineses. Sei que se trata de um exercicio de ‘achologia’, mas sou critico da estrategia da empresa com a China a muito tempo. E a China, como disse eh especializada em absorver tecnologia e mao de obra estrangeira…

    Estrategia: Francamente, onde estao os estrategistas no Brasil? Estes administradores nao conversam com a academia, com colegas de outras empresas?

    Achei incrivel que empresas como a Votorantima e a Sadia apostassem na valorizacao da nossa moeda. E essa agora da Embraer… queimando sua mao-de-obra mais especializada. Quem respondera por isso no futuro?

    Espero que eu esteja errado, ja que sou miope.

    Um abraco a todos

    O miope (aquele que nao ve um palmo na frente do nariz)

  6. Embraer
    Monforte e outro
    Embraer
    Monforte e outro jornalista ou analista comentavam que Lula ficou muito nervoso com as demissões,reuniu ministros e falou que estava muito preocupado com seus índices de popularidade e seria muito difícil manter os 84
    Que análise é esta?

  7. A volkswagen em determinada
    A volkswagen em determinada época anunciou o corte de 500 funcionários, logo a imprensa e o sindicato se mobilizaram, a empresa reiterou que passava por readequações e que não via outra alternativa.
    Após algumas reuniões com o sindicato o número de demitidos foi reduzido consideravelmente, e todos viveram felizes para sempre.

    Será que a embraer não anunciou 20% para chegar aos 10% e ainda sair como boazinha na história.

  8. Sei não, mas aqui no bar do
    Sei não, mas aqui no bar do Tião tem gente justificando o atraso na “cardeneta” com a crise mundial. O Tião já está desconfiado faz algum tempo.
    Bem antigamente, dizia-se que o nosso empresariado praticava um capitalismo selvagem, colonial, etc. Mas, isso era coisa de critico comuna, e muitos argumentavam que era um “capitalismo malandro”, como aquele personagem carioca clássico. Essa demissão coletiva da Embraer e a recente propósta feita pela Frebaban ao Governo – só liberar crédito se Governo cobrir os eventuais prejuízos com maus padadores – nos fazem ver que, apesar das gerações de formandos nas melhores escolas de economia e administração, MBA, etc., o que subjaz sobre esse verniz é a malandragem.
    A Embraer tomou empréstimos a juros abaixo do mercado do BNDS, tem inúmeras benesses de governos municipais e estaduais e subsídios do Governo Federal. Por isso, aos olhos de todos, soa como uma imensa malandragem essa ação da empresa.
    Um capitalismo malandro é a melhor via para um Estado selvagem.

  9. Bom Dia Nassif,
    Você achou
    Bom Dia Nassif,
    Você achou que nós íamos ficar sem este tipo de notícia? Logo no Brasil?
    Sejamos honestos, a Embraer era a única brasileira que poderia, veja bem o que digo,”DETONAR UMA NOTÍCA DESTAS”, tudo que os abutres querem, vide notícias em portais e jornais escritos e falados” é a CRISE!!!”.
    Agora o Lula corre, o governo se esfalfela em cobrar explicações, sindicatos gritam, a mídia da destaque, jornais entram nas casas e vidas dos demitidos e jogam no seu colo na sua sala enquanto você se senta pra relaxar( viu a foto do demitido ligando pra dar a má notíca pra família na capa da FSP?), pura PNL. Sabe qual a verdade por trás disto tudo? Não há motivo para as demissões, foi um golpe de mestre aproveitando o fim de semana. Já deve ter matérias de impacto semi prontas pra ” grande VEJA”, Fantástico” e outros, vamos passar o fim de semana como eu disse acima. Próximos passos:
    1) O lula vai dar um pito, pedir explicações, cahmar em Brasília e tais;
    2)Os sindicatos vão chiar junto com políticos e o PIG vai cobrir ao vivo;
    3) Embraer volta atrás, ” pelo bem da nação” (sic).
    4) Leva uma benesse do BNDES, porque “ela também é filha de Deus”.
    E la nave va…..

  10. Além de tudo ainda abala
    Além de tudo ainda abala muito a reputação da empresa: para fora, como empresa sólida e comprometida com o país e junto aos funcionários (mesmo os que ficam), abala a imagem de uma empresa comprometida com os funcionários que se comprometem com ela.
    Na ausência de informações adicionais e diante da aparente irracionalidade, fico ESPECULANDO (e apenas isto) se não é uma estratégia (bem sacana) de chantagem social / política. Anuncia-se uma cacetada de demissóes, opinião pública, governo etc. correm atrás para ver o que podemos fazer coisa e tal e, no fim das contas, demito apenas quem eu precisava demitir mesmo, parte dos que não demito aceitam redução de jornada e salário e ainda levo um financiamento adicional em troca do “recuo”.
    É um jogo racional, mas uma racionalidade estreita e de curto prazo, que compromete reputação e capital de negociação da empresa para frente. Não me parece o jogo que a EMBRAER costuma jogar, mas…

    O que você acha, NAssif

    Não é não. O que a empresa tem a perder, em termos de imagem internacional, é muito maior.

  11. Olá,
    O contraponto aqui é que
    Olá,
    O contraponto aqui é que dia desses desembarcou em Montreal um grupo de 50 engenheiros que trabalhavam na Embraer para trabalhar na rival Bombardier. O assédio iniciou em meados do ano passado e repetiu manobra idêntica feita um ano e meio antes. O motivo desta vez é o desenvolvimento de um jato regional chamado CSeries, do qual a Lufthansa já colocou um pedido de 30 com opção para mais 30. Curioso que é justamente a aviação regional um dos ramos da aviação que mais sofrem com a atual retração do mercado. Prova que o futuro é mais intensamente rosa quanto mais se olha a frente.
    É intrigante o timing com que esta indústria trabalha. Não tem nem um mes que na mesma Bombardier mais de 1.300 pessoas foram demitidas. Na Boeing se fala em corte de 10.000 postos de trabalho. A Airbus acaba de anunciar um corte na produção da linha A320.
    Turbulência pesada a frente. Que este “vôo” seja breve.
    [ ]´s

  12. re-colocação em pauta mais
    re-colocação em pauta mais adequada

    *** A irresponsabilidade SOCIAL de muitas de “nossas” empresas ***

    RECENTEMENTE tenho visto muitas empresas anunciarem queda nos LUCROS …QUEDA!

    Outras reclamando da FALTA DE LIQUIDEZ …NÃO DE INSOLVÊNCIA hein!

    A maioria passando por uma fase de redimensionamento de seus negócios, vendas e lucro …que já vinham muito aquecidos de algum tempo (e com todo mundo se fazendo de desentendido)

    Será que a maioria que anuncia “cortes” hoje esta mesmo em CRISE? ou em RISCO?

    Será que os cortes são essenciais para sua sobrevivência, ou são um capricho na tentativa de se manter o valor artificial de seus ativos?

    …ou quem sabe ainda, mais que um habito saudável, um vício em se achar que todo lucro tem que ter crescimento “ad infinitun”

    Acho que NÃO devemos confundir pouco LUCRO com prejuízo …assim como não devemos confundir PREJUÍZO com geração de caixa negativo …dificuldades momentâneas com inviabilização permanente

    Nestes momentos de alarmismo desenfreado …nestes tempos de demissões em massa …nestes dias de clima DEMOníaco e de manchetes “bicudas” …penso que chegou o momento de questionarmos o PAPEL PORCO e IMUNDO que algumas destas corporações estão desempenhando frente a suas OBRIGAÇÕES SOCIAIS

    Será que por ter seu LUCRO ameaçado de DIMINUIÇÃO pelos próximos 2 ou 3 semestres, será que uma empresa tem o DIREITO MORAL de demitir? …numa atitude inclusive que antecipa e agrava a própria “crise”

    Será que não dá pra reciclar o profissional, diminuir a jornada, cortar as horas extras, ou mesmo salários e benefícios (negociar encargos), dar cursos de aperfeiçoamento, ENFIM, desenvolver medidas criativas para não se expor MILHÕES de famílias à desesperança?

    Sim, o lucro é ingrediente essencial do capitalismo, mas não deve ser tudo, nem único …muito menos o mais importante …pois o maior de todos ainda continua sendo a existência de um consumidor na outra ponta

    VEJA um exemplo de empresa que NÃO consegue justificar o porque patrocina milhares de cortes de emprego, e fechamentos, em suas atividades

    …atividades que é bom que se diga, neste caso, desenvolvida por CONDESCENDÊNCIA, pelo uso do solo, da própria SOCIEDADE BRASILEIRA

    Uma empresa que teve 27% de suas ações (pertencentes a UNIÃO) vendidas (a bancos e Japoneses) por APENAS R$ 3,6 bi em 97 ou, em valores de 2008, o equivalente a R$ 10,0 bi

    Lucro EM R$ milhões históricos

    97 756
    98 1.029
    99 1.251
    00 2.133
    01 3.051
    02 2.043
    03 4.508
    04 6.460
    05 10.443
    06 13.431
    07 20.006
    08 21.279

    LUCRO corrigido pelo IGPdi em R$ milhões

    97 2.111
    98 2.825
    99 2.863
    00 4.445
    01 5.759
    02 3.051
    03 6.253
    04 7.991
    05 12.760
    06 15.812
    07 21.829
    08 21.279

    Alguém sabe calcular o retorno praquela venda de 27% de 97 feita por FFHHCC?

    E pensar que 27% foram venDOADOS por R$ 10 bi …por ideologia

    Será que se o Estado Brasileiro ainda mantivesse o controle, será que permitiríamos que nossos governantes demitissem sem necessidade ?

    Penso que não …assim como penso que é obrigação, mesmo sendo do Estado, que uma Estatal dê lucro (vide Petrobrás e BB)

    …assim como penso ainda que mesmo para um empresa PRIVADA, até para as de capital familiar e fechado, penso que toda decisão tomada por estes tempos deve vir acompanhada de muito senso, de analises RACIONAIS, criteriosas e SERENAS

    caso contrário …se as demissões continuarem a NÃO ser pequenas, lá na frente colheremos parte da consequência destas DEMISSÕES DESNECESSÁRIAS, colhendo com menos lucro ainda, menos dinheiro em caixa e MAIS desemprego ainda …pois se assim, estaremos matando ou ferindo nosso ingrediente principal para própria sobrevivência, o mercado CONSUMIDOR

    …num ciclo nada virtuoso …num ciclo apenas MESQUINHO e vicioso

    ps – é em momentos de crise que conhecemos os VERDADEIROS empresários, destemidos e visionários, homens que não tremem diante dos desafios, ou quando chamados a sacrifícios

  13. A Embraer disse que os
    A Embraer disse que os engenheiros foram poupados. Pode até ser que a maioria dos demitidos não eram engenheiros. Mas eu conheço um caso de um engenheiro que foi demitido ontem. Acredito haver outros.

  14. Luis, a posiçao do sindicato
    Luis, a posiçao do sindicato dos metalurgicos de Sao José dos Campos:

    -19/02] A Embraer demitiu nesta quinta-feira (19), 4,2 mil trabalhadores, o equivalente a 20% do efetivo da empresa. Grande parte das demissões aconteceu em sua fábrica de São José dos Campos, em diferentes setores da produção.

    A Embraer possui hoje cerca de 21 mil trabalhadores, dos quais cerca de 15 mil estão em São José dos Campos.

    Num comunicado interno, o presidente da Embraer, Frederico Curado, confirma os cortes e alega que a empresa perdeu encomendas e, por isso, está reduzindo seu quadro de pessoal.

    É a maior demissão em massa já anunciada pela empresa. Mas a Embraer não comunicou oficialmente o Sindicato dos Metalúrgicos sobre o número de demissões, apesar dos insistentes pedidos da entidade nos últimos meses para que fosse agendada uma reunião para discussão sobre o assunto. O último pedido foi realizado ontem, dia 19, conforme carta protocolada às 18h05.

    No momento em que a empresa iniciou as demissões, por volta das 15h, o Sindicato realizava panfletagem e assembleia com os trabalhadores justamente sobre os fortes boatos de demissões que já circulava entre os trabalhadores e a necessidade de resistência.

    O Sindicato vinha cobrando uma posição da empresa com o objetivo de discutir a garantia de emprego dos trabalhadores desde o ano passado. Foram enviados também pedidos de audiência com o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, com o governador José Serra e com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

    Uma reunião com o prefeito Eduardo Cury estava agendada para amanhã, dia 20, mas foi antecipida para hoje, às 19h, no Paço Municipal.

    “É inadmissível que uma empresa que tanto lucrou e recebe muito dinheiro público faça uma demissão em massa como essa. E com requintes de crueldade, ao fazer isso com os trabalhadores às vésperas do Carnaval. Precisamos repudiar veementemente estas demissões e lutar para que a empresa volte atrás nessa medida”, afirma o presidente do Sindicato, Adilson dos Santos, o Índio.

    “Esperamos também que o prefeito, os governos estadual e federal adotem medidas práticas e urgentes para intervir nessa grave situação. Não adianta vir com propostas irrelevantes de banco de currículos. Essas demissões terão um impacto extremamente negativo em toda a cadeia produtiva da cidade”, disse Índio.
    Reestatização da Embraer

    Entre as alternativas defendidas pelo Sindicato para evitar demissões estão a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e de direitos, já que a Embraer tem a maior jornada entre as empresas aeronáuticas em todo o mundo (43h semanais), bem como estabilidade no emprego e reestatização da empresa.

    A Embraer é uma das principais beneficiadas por dinheiro público no país através do BNDES. Desde sua privatização, em 1995, a Embraer já recebeu cerca de 7 bilhões de dólares por meio de financiamentos.

    “É inaceitável que uma empresa receba uma quantia tão alta, vinda dos cofres públicos, e demita mais de 4 mil funcionários. Vamos iniciar imediatamente uma intensa campanha pela readmissão dos trabalhadores e reestatização da Embraer”, afirma Índio.

  15. Há um tempo atrás comentei
    Há um tempo atrás comentei que o que deve mudar é a acepção de “lucro”. Não podemos mais encará-lo como uma grandeza meramente contábil, ele tem que levar em conta todos os impactos subjacentes, sejam sociais, ambientais ou trabalhistas. A empresa há muito deixou de ser uma iniciativa privada isolada, ela deve ter uma função social, como dispõe o art. 170, III de nossa Constituição. Não se trata de socialismo, mas sim de uma reserva ética do uso da propriedade. Portanto, é preciso repensar essa eterna prática de burramente sacrificar empregos e patrimônio técnico de longo prazo para garantir bônus e dividendos imediatos. A proposta de repensar o PIB estudada pelo Prof. Zé Eli da USP segue esse mesmo caminho, busca visualizar o que está por trás dos números. Há valores intangíveis em jogo. Empresas e bancos têm que levar em conta o impacto social de suas ações, sob pena de criar hordas de excluídos e revoltosos que, cedo ou tarde serão cooptados por ideologias fáceis. Que depois empresários, banqueiros e mídia não venham reclamar das medidas políticas ditas “populistas”.

  16. Nassif,

    Vou repetir um post
    Nassif,

    Vou repetir um post que fiz ontem, no fora de pauta. Também fiquei impressionado com a forma unilateral que a empresa agiu.

    Acho que nos últimos meses a empresa foi pouco transparente com mercado. Foram poucos fatos relevantes anunciados. Não indicaram que a situação estava crítica. A empresa trabalha com contratos de longo prazo e se analisarmos estas demissões, uma conclusão que pode-se chegar é que a empresa tem sérios problemas de estratégia.

    A empresa é exportadora e não estava na lista das empresas que tiveram prejuízos com derivativos. Será que ela realmente não teve prejuízo ou não divulgou ele para o mercado? O próximo balanço, deverá responder esta dúvida.

    Se a razão é a crise, porque demitir uma hierarquia gerencial? Essa é uma medida que, em geral, ocorre em restruturações.

    A Bombardier, que é a concorrente direta, anunciou um corte de 4,5% da força de trabalho em 2009 e 2010. Se o mercado que elas concorrem é mesmo, porque a diferença nos cortes de emprego?

    Nos últimos dois trimestres a empresa anunciou recordes de entrega de aeronaves. Estas entregas não refletiram, porém, em aumento do lucro. Pelo contrário pode-se verificar nos balanços que margens operacionais cairam nos últimos trimestres. Isso reflete problemas de ineficiência da empresa.

    Infelizmente fiquei com a impressão que a empresa está com problemas operacionais e está aproveitando o momento de crise mundial para resolver problemas internos.

  17. Os ultimos balanços da
    Os ultimos balanços da empresa demonstraram uma queda significativa na receita líquida, apesar do faturamento e as entregas de aeronaves serem recordes.

    Acho que está mal explicada a conexão com a crise mundial, pois não é questão de número de entregas e nem de carteira de pedidos.

    Câmbio desfavorável até outubro.

  18. Opa!
    A engenharia foi poupada
    Opa!
    A engenharia foi poupada do corte de 20% qu aconteceu agora. Mas tem sido cortada aos poucos já fazem vários meses.!!!!

  19. Acho que os executivos da
    Acho que os executivos da embraer estão lendo a Folha, o Estadão, a Veja e assistindo muito a Gobo.

    Fala pra eles que está na hora de cancelar a assinatura dessa mídia ruim e começar a ler outras coisas.

  20. Caro Nassif,

    Não sou da
    Caro Nassif,

    Não sou da região, sou economista e sempre trabalhei em chão de fábrica na área de custos,mas tenho inúmeros amigos por lá, que passam as informações.
    Na matéria vc parece supreso com a medida da Embraer, mas para mim não é. A Embraer fez o que anda fazendo a algum tempo, agindo de força, subterfugios e guerrilha com o movimento operário da cidade de São José dos Campos.
    A Embraer apesar dos lucros recordes de 2008, está já a alguns anos, porém intensificado ano passado, num cabo de guerra com o Sindicato de Metalurgicos de São José dos Campos. Esse sindicato é um dos mais combativos e organizados do novo movimento sindical brasileiro, erguido após as privatizações e a abertura econômica dos anos 90.
    Não é um sindicato que agi como aqueles da Força Sindical ou da CUT pós-Lula que a qualquer pressão aceita “entregar os pontos”, mas também não é que “peita por peitar” as empresas, por essa razão é muito respeitado pelo empresariado. Conseguiu arrancar das empresas muitas garantias e ano passado enfrentou uma campanha orquestrada pela Embraer e com apoio da Prefeitura da cidade e das montadoras de automoveis da região, que consistia em forçar a implantação do banco de horas, sob a ameaça de transferência de postos de trabalho para outras cidades, justo num momento de bonança da economia. O resultado dessa campanha foi a derrota pois esbarrou na resistência do sindicato.
    Agora, a Embraer, ao meu ver, quer pôr o “bode na sala”, fazer um grande estrago, com as demissões, e depois forçar negociar com o sindicato, recuando com as demissões, mas conseguindo a redução dos salários, suspensão de contratos ou mesmo o banco de horas.
    Há também outro coisa rolando na cidade, as eleições do sindicato estão bem próxima, e parece que haverá uma chapa de oposição apoiada secretamente pelos empresários. Acho que a medida da Embraer visa impactar o imaginário dos filiados do sindicato, criando “um clima” de que é preciso trocar a direção para melhorar as “relações com a patronal”.
    Infelizmente, esse é o tipo de compartamento de nossa patronal no Brasil.
    Agradeço pelo espaço.

  21. Acho que esta ameaça de
    Acho que esta ameaça de demissão em massa na Embraer é desnecessária,e poderia muito bem ser adiada,até porque neste setor e nesta empresa,a coisa não chegou às vias de fato. Parece que o Pres.Lula,convocou uma reunião de emergencia,para analisar tal atitude da Estatal,e vai entrar no circúito para evitar maiores consequencias.
    Na hora das dificuldades pelas quais já passou esta empresa,o Estado foi chamado para ajudar,agora é a hora de ser grata ao poder público e dividir a responsabilidade.
    Otempo quando tudo era mandado para a “conta da viúva”já passou,e tenho certeza que o Governo federal saberá conter esta ameaça de desestabilização no quadro de funcionários da Embraer.

  22. Míope está certíssimo. Nossa
    Míope está certíssimo. Nossa sociedade, seguindo o modelo norte-americano desde os anos Rosevelt, vinha privilegiando a mão-de-obra com diploma universitário, relegando os técnicos. Contudo, em qualquer grande empresa que se vá constata-se que são os técnicos que estão tocando o barco a todo vapor. Ao demitir técnicos, a Embraer apenas acelera sua perda no mercado a curto prazo, pois a China leva tudo e todos que pode. Agora, imagine-se técnicos especializadíssimos sendo demitidos da noite para o dia, postos no olho da rua quando a coisa apenas treme. Como disse Nassif, o segundo sentimento será o da raiva. Aí, vão aceitar fazer para o adversário tudo aquilo que aprenderam a fazer na própria casa.
    O presidente da Embraer, sim, é míope. Ele prefere manter os bônus gordos da sua casta a manter a empresa na posição mundial. Esse cidadão tem pensamento de executivo americano e terá de ser tratado como tal: fracassado. Assim como foi cortado os vultosos bônus de executivos americanos, o governo brasileiro deve fazer o mesmo com a Embraer. Afinal, essa empresa é uma das estrelas de nossa bandeira. Não pertence a um executivo, sempre sempre sempre transitório e descartável, nem a acionistas. Tem, para a nação brasileira, identidade e importância semelhante a da Petrobrás.

  23. Me lembro de uma aula do
    Me lembro de uma aula do grande Gilberto Dupas, que nos deixou recentemente, sobre a Embraer. Ele se perguntava, respondendo:
    “A Embraer é legal? É. É bom para o Brasil ter uma Embraer? Claro que é. Seria bom para o Brasil ter duas, cinco, dez Embraer? Não. Se tivéssemos estaríamos fritos, porque ia afundar o país. O que tem de dinheiro público ali…” Grande Dupas.

  24. Nassif ,

    Conforme o LAU
    Nassif ,

    Conforme o LAU classificou acima Capitalismo Malandro foi absolutamente certeiro, bingo !

    Infelizmente este termo, Capitalismo Malandro pode ser uma sintese do que ocorre em nosso Brasil, principalmente com grandes empresas.

  25. Nassif

    Notícias recebidas
    Nassif

    Notícias recebidas por e-mail:

    “Quem estava lá ontem falou que foi cruel. Pegaram o final do 1º turno e início do 2º, enviaram um aviso nas máquinas, desligaram a rede e começaram a recolher crachás. A médica disse que a fila para o demissional era enorme e todo mundo chorando.

    Em 2003 eram 13.000 funcionários e hoje, seis anos depois, são 21.000. Esta empresa não tem planejamento nenhum. Contrataram a rodo, sem critério nenhum. Parte das demissões pode até ser por causa da crise, mas boa parte foi ajuste por falta de planejamento.”

  26. No livro 1984, de George
    No livro 1984, de George Orwell, o Grande Irmão anuncia o corte de 20% na ração de chocolate. Os irmãozinhos choram, esperneiam e o Grande Irmão manda anunciar um generoso aumento de 20% na ração de chocolate e ficam todos felizes ao verem na teletela como o Grande Irmão é magnânimo e justo. E a Embraer deve sair mais feliz ainda, pois essa espécie de chantagem contra o país deve render-lhe algumas benesses governamentais.

  27. Não é muita coincidência a
    Não é muita coincidência a Embraer anunciar uma paulada de demissões num dia.
    A Boeing propor montar aviões do FX-2 no Brasil, ou seja, pela Embraer,
    no dia seguinte?
    Não faria parte da tática.
    Facilita que eu não demito!
    Aí, o governo com os cabelos em pé, daria uma forçadinha na licitação.
    Acredito que nesse jogo vale tudo.
    E a Boeing, não proporia nada sem antes combinar com a Embraer.

  28. A empresa deixou a máscara
    A empresa deixou a máscara cair.

    A crise e o câmbio desvalorizado contribuíram em muito para estas demissões, porém, acho que não foram as únicas causas.

    Os últimos balanços já mostravam quedas nas margens operacionais e na receita líquida. O mercado já tinha percebido que a empresa não conseguiria dar o retorno esperado. As ações já tinham caído, antes da crise, mais de 30%.

    http://br.invertia.com/herramientas/graficos/graficos.aspx?idtel=RV030EMBR3&TipoPeriodo=6&seccion=RV

    Faltou conversas e negociações com outros setores envolvidos. A reação da empresa foi, num momento delicado, seca e unilateral.

  29. As eleições do Sindicato dos
    As eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, está prevista para os dias 11 e 12 de março de 2008

    A atual direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos faz parte do Conlutas em oposição a CUT no movimento sindical.

  30. Imagino como seria discutir a
    Imagino como seria discutir a redução de jornada e de salário com o Sinicato dos Metalurgios de SJ ligado ao “antigo PSTU”.
    Sem chance!

  31. “Direito moral de demitir”,
    “Direito moral de demitir”, “tiveram lucros enormes no passado recente”, “responsabilidade social”.
    Gente, em que mundo vcs vivem? O capital é um “animal” extremamente arisco. Um vento contra, um toque inesperado e o bicho se fecha como uma concha. E vai procurar outras paragens. Onde poderá outra vez se sentir seguro. Até que um abalo lá o traga de volta. Que não se espere outra atitude do capital. Nem agora, nem nunca.

  32. Dois tostões,

    A espiral que
    Dois tostões,

    A espiral que destroi a economia está ganhando força, é uma espiral, vai abrindo o seu leque de influência, por enquanto nada foi feito para reverter a sua propagação.

    Assim, medidas que parecem drásticas hoje, amanhã vão parecer refresco, e a proteção que elas produziram vai gerar mais benefícios do que mazelas.

    Em outras palavras,

    quem tem olho fundo começa chorar mais cedo.

  33. Morei 15 anos em S. José
    Morei 15 anos em S. José durantes os anos 80 e 90. A cidade tinha uma renda per capita invejavel sobretudo por conta das fábricas Embraer, Avibrás, Engesa e GM. A cidade passou por dois períodos ruins. O primeiro quando fecharam a Engesa, privatizaram a Embraer (cortaram metade dos funcionarios) e tambem a Avibrás sofreu com o fim da guerra entre Irâ e Iraque. Entre os demitidos desta época muitos tinham altos salários e saíram com uma boa grana, que investiram desastradamente em seus próprios negócios. Foi quando veio o segundo período ruim, quando essas pessoas faliram. Acho que foi um dos poucos lugares do mundo onde faliram um McDonalds. Nos anos 2000, com a economia crescendo, a Embraer reestruturada, São José teve um novo crescimento evidenciado pelo boom imobiliário.
    Dito isso, e dada a importancia da empresa para a cidade, acho muito estranha esta atitude de demitir 20% dos funcionários sem sequer abrir uma possibilidade de negociação.
    Em tempo, a cidade é comandada pelos tucanos a pelo menos 3 mandatos.

  34. Vende o controle acionario da
    Vende o controle acionario da Embraer ao Governo.Ele o compraria de bom grado ,junto com Previ,Petrus,etc,FGTS dos funcionarios da Embraer,ações publicas na Bolsa,uso do FGTS de quem quiser(eu quero),etc,etc.Não demitiria ninguem,daria lucro e cresceria mais.Demite TODA a diretoria atual;manda catarem coquinho na praia ou venderem galinha na feira. Quando se ameaçou(ou comentou-se)fazer o mesmo com a Vale,o brilhante(?) executivo Agnelli logo parou de falar perolas deste tipo(demissões).Aliás, ele ficou mudo?
    Simples assim.
    Anunciado este proposito,tenho certeza que a situação seria revertida.
    O resto é perfumaria.

  35. A notícia, vindo de uma
    A notícia, vindo de uma empresa que sempre foi tratada “a pão de ló” pelo Estado brasileiro, gera um grande inconformismo. É uma irresponsabilidade e uma falta de compromisso com os colaboradores.

  36. Tem gente que ainda não
    Tem gente que ainda não percebeu a gravidade da crise. Com essa percepção infantil em achar que aqui vai ser diferente, uma imensa arapuca está se armando mais à frente.
    Só falta a primeira agencia de risco ter a coragem, e vergonha na cara, de emitir um leve suspiro de apreensão com os títulos da dívida norteamericana. Ai veremos a China afundar a reboque…e depois o Brasil. Por ai fica fácil entender o desespero da Embraer….
    Abraço,

  37. Gente, infelizmente como
    Gente, infelizmente como disseram acima eles contrataram a rodo, precisam limpar o estoque de trabalhadores mais velhos que tem um salário alto, precisam mostra eficiencia operacional.
    Falam tando em redução de jornada com redução de salário, mas estes critérios é para quem não entende que para isso o custo operacional deste sistema talvez não seja viavel e é negociação com os barraqueiros da Conlutas que tem negociar querem socilismo real em pleno seculo 21…
    Porque não começam com a mudança da legislação trabalhista, se for operacionalmente viavel, porque não se cria uma regra de contrato de 4 horas com possibilidade de aumento até 8 sem ser hora extra e quando precisar reduzir chega a jornada contrata sem precisar negociar. Deviamos trabalhar mais para acabarmos coma jornada de 44 horas semanais para 40 horas… Além de o minímo ser mais de um valor fechado e sim de em horas decidido localmente… com descanço semana sem remuneração…

  38. DEMISSÕES DA EMBRAER

    Stephen
    DEMISSÕES DA EMBRAER

    Stephen Kanitz

    Aprenda Economia. A Embraer é do setor de Maquinas e Equipamentos, tipicamente o mais cíclico e imprevisível setor de qualquer economia.

    Quando a economia cresce 5%, eles crescem zero, isto mesmo, nada crescem. Eles são os 5% , e estudantes de engenharia que estudaram calculo, vão saber que este setor só funciona na segunda derivada.

    Se a economia passar a crescer 10% , este setor cresce 100%. Se a economia passar a crescer 2,5%, o setor de equipamentos cai 50%.

    Um setor para evitar na Bolsa, ou se você é corajoso, para comprar na Baixa e esperar alguns anos e dobrar o valor do investimento.

    Dito isto, as demissões da Embraer não são típicos do que está acontecendo no mundo, e não significa que outras empresas de outros setores terão de demitir.

    Pior ainda para a Embraer, ela produz maquinas para o setor de Turismo, a primeira despesa que se corta quando se sugere apertar os cintos. Empresas que produzem maquinas para a indústria de alimentos, por exemplo, sofrem menos.

    Embraer é uma das 3 empresas do mundo neste setor, bastante atípico, e super cíclico como vimos. Com todo o respeito aos demitidos pela Embraer, as demissões fazem parte deste negócio de máquinas e equipamentos, e não devem ser tiradas deste contexto especifico, e generalizadas para o resto da economia.

    http://brasil.melhores.com.br/2009/02/demiss%C3%B5es-da-embraer.html

  39. Concordo com o Kanitz, mas no
    Concordo com o Kanitz, mas no caso da Embraer tem um agravante…ela investiu no turismo para milionarios…

    só que com a crise o numero de milionarios diminuiu….e os que ainda continuam milionarios comecaram a vender seus avioes baratinho no mercado para fazer dinheiro e diminuir despesas….

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