O final da Varig é a prova maior da ignorância nacional. Mostrou o despreparo e descaso de dois governos – FHC e Lula –, a incapacidade do Judiciário e a incompetência dos credores para chegar a um acordo que salvasse a empresa.
Mais que isso: mostrou o despreparo da opinião pública, em geral, para tratar de casos de recuperação de empresas. Punem-se empresas como se elas fossem gente, que precisassem dividir a punição com seus controladores.
A culpa da crise da Varig é dos administradores da empresa, não da companhia -que tem CNPJ, não RG. Se uma companhia é operacionalmente viável, e passa por problemas de gestão e de excesso de endividamento, em qualquer país racional do planeta, trata-se de afastar o gestor, colocar alguém que implemente um plano de recuperação. Depois, de modo figurado (e jurídico) se criam duas empresas: uma sem dívida, outra que herda as dívidas.
Porque se faz isso? Porque uma empresa como a Varig tem muito maior valor operando do que parada. Porque quando se tenta vender uma companhia com muitos esqueletos (dívidas) seu valor vai lá embaixo, porque o comprador desconta no preço a insegurança em relação ao total do passivo.
Quando se vende uma companhia limpa de passivos, o preço que se alcança é muito maior, e servirá para pagar uma parcela maior das dívidas da empresa velha.
Se o valor da nova companhia não for suficiente para quitar todas as dívidas, não faz mal. De qualquer forma, seu valor será muito superior ao de uma companhia parada.
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