Em novembro, produção industrial caiu em nove de 14 regiões

Jornal GGN – De acordo com o levantamento Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional (PIM-PF Regional), divulgado nesta terça (12) pelo IBGE, a produção industrial caiu em nove das 14 regiões avaliadas no mês de novembro. A queda foi de de 2,4% no resultado nacional em comparação com mês anterior e de 12,4% em relação a novembro de 2014.

As maiores quedas, em comparação com outubro, foram registradas no Espírito Santo (- 11,1%), Ceará (-4,5%) e Minas Gerais (-4%). No caso de Minas e Espírito Santo, seu resultado foi afetado pelo rompimento das barragens de rejeitos da Samarco, na cidade mineira de Mariana, no início de novembro. A região Nordeste (-2,8%) e São Paulo (-2,6%) apresentaram recuos acima da média nacional.

Do O Globo

Produção industrial cai em nove de 14 regiões em novembro
 
Acidente em Mariana afeta Minas Gerais e Espírito Santo, que estão entre as regiões com maior queda

A produção industrial caiu em nove das 14 regiões avaliadas no mês de novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional (PIM-PF Regional), divulgada nesta terça-feira. O resultado nacional registrou queda de 2,4% em relação ao mês anterior e de 12,4% na comparação com novembro de 2014, com resultados negativos em 13 dos 15 locais pesquisados. Frente a outubro, os recuos mais intensos foram registrados no Espírito Santo (-11,1%), Ceará (-4,5%) e Minas Gerais (-4%). Minas e Espírito Santo tiveram seu resultado impactado negativamente pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro da Samarco em Mariana (MG), no começo de novembro. O acidente afetou as indústrias extrativas de minério de ferro nos dois estados e puxou o resultado nacional para baixo, na passagem do mês.

– Se olharmos por setor, a indústria extrativa, impactada pelo rompimento da barragem de rejeitos em Minas e a de produtos derivados de petróleo, prejudicada pela greve dos petroleiros, que afetou a extração e refino, foram as que puxaram o resultado nacional para baixo. Mas, por região, quem determinou o resultado negativo do mês foi São Paulo, com um recuo mais intenso do que a média nacional. Como é a principal região industrial do Brasil, tem maior peso na formação do resultado geral – explica o gerente de Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo.

A região Nordeste (-2,8%) e São Paulo (-2,6%) também apontaram recuos mais elevados do que a média nacional (-2,4%); enquanto Amazonas (-2,1%), Bahia (-2%), Paraná (-1,3%) e Goiás (-0,9%) completaram o conjunto de locais com índices negativos em novembro de 2015, frente a outubro.

A queda de 2,6% registrada em SP é fruto de recuos nas indústrias de bens de consumo duráveis, de capital e de semi-duráveis. Espírito Santo e Minas Gerais foram impactadas diretamente pelo rompimento da barragem da Samarco. O primeiro teve acelerado o ritmo de queda verificado no mês anterior (-6,4%) e Minas completou o terceiro mês consecutivo de queda na produção, acumulando nesse período perda de 6,7%.

– Nesse dois estados, o resultado foi impacto pelo recuo nas indústrias extrativas de minério de ferro bruto, em Minas, e de minério de ferro politizado (processado), no Espírito Santo – explica o gerente do IBGE.

Pernambuco mostrou o avanço mais elevado nesse mês (3,5%) e intensificou a expansão de 0,5% observada em outubro. Os demais resultados positivos foram registrados por Pará (1,9%), Santa Catarina (1,8%), Rio de Janeiro (1,2%) e Rio Grande do Sul (1,1%).

NA COMPARAÇÃO ANUAL, MAIORES RECUOS FORAM NO AM, ES E PR

Em relação a novembro de 2014, os recuos mais intensos ocorreram no Amazonas (-19,9%), Espírito Santo (-19,8%) e Paraná (-16,7%). No primeiro estado o resultado reflete a queda na fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, como televisores e computadores, de outros equipamentos de transporte (motocicletas e suas peças) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.

No Espírito Santo contribuíram as quedas nas indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados) – efeito Samarco; e no Paraná houve recuo na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, de produtos alimentícios, de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e de máquinas e equipamentos agrícolas.

Bahia (-13,3%), São Paulo (-13,3%) e Rio Grande do Sul (-13%) também apontaram resultados negativos mais acentuados do que a média nacional (-12,4%), enquanto Minas Gerais (-12%), Ceará (-10,7%), Rio de Janeiro (-10,1%), Goiás (-9,4%), região Nordeste (-6,9%), Santa Catarina (-4,8%) e Pernambuco (-1%) completaram o conjunto de locais com taxas negativas nesse mês.

Por outro lado, Mato Grosso (5,9%) e Pará (5,5%) assinalaram avanços. O primeiro impulsionado pelo comportamento positivo de produtos alimentícios (carnes de bovinos frescas ou refrigeradas e óleos de soja em bruto) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico); e o segundo pelas indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto).

NO ACUMULADO DO ANO, RECUO ATINGIU 12 REGIÕES

No acumulado do ano, de janeiro-novembro, frente a igual período de 2014, a redução na produção nacional alcançou 12 dos 15 locais pesquisados, com cinco recuando com intensidade superior à média nacional, que teve queda de 8,1%: Amazonas (-15,8%), Rio Grande do Sul (-11,8%), São Paulo (-10,9%), Ceará (-9,4%) e Paraná (-9,2%).

Minas Gerais (-7,5%), Santa Catarina (-7,5%), Bahia (-7,1%), Rio de Janeiro (-6,2%), Pernambuco (-3,1%), região Nordeste (-2,8%) e Goiás (-2,5%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos no fechamento dos 11 meses do ano. Nesses locais, o menor dinamismo foi influenciado por fatores relacionados à diminuição na fabricação de bens de capital (em especial aqueles voltados para equipamentos de transportes), bens intermediários (autopeças, derivados do petróleo, produtos têxteis, produtos siderúrgicos, produtos de metal, petroquímicos básicos, resinas termoplásticas e defensivos agrícolas), bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos da linha branca e da linha marrom, motocicletas e móveis) e bens de consumo semi e não-duráveis (medicamentos, produtos têxteis, vestuário, bebidas, alimentos e gasolina automotiva).

Espírito Santo (6,6%) e Pará (5,9%) tiveram os avanços mais intensos no índice acumulado no ano,impulsionados pelo comportamento positivo vindo do setor extrativo, enquanto Mato Grosso (3,6%) mostrou o crescimento mais moderado.

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Redação

1 Comentário

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  1. Acidente??!!!!

    É ridículo a mídia continuar tratando o crime da Samarco /Vale/ BHP como acidente. Um acidente acontece quando fatores fora do seu controle provocam uma tragédia! As empresas sabiam quea barragem corria riscos, os orgãos de fiscalização foram omissos e a mídia e os políticos querem abafar de qualquer maneira. Vale (trocadilho…) lembrar que até agora a Samarco não apresentou sequer uma justificativa para o desastre, e não apresentou exatamente porque não existe justificativa que comprove a tese de “acidente”. Tanto é assim que os diretores da Samarco nem quiseram pedir desculpas a população numa clara declaração que houve INTENCIONALIDADE no rompimento das barragens.

    No fim de tudo o que veremos?? A Samarco/ Vale/ BHP sairem ilesas e o local onde existia Bento Rodrigues (que a empresa existia em desocupar) será uma nova mineração!! E ainda teve milhares de pessoas fazendo doações e artistas cínicos fazendo shows para aliviar a barra doa criminosos!!!

    E mesmo com esta queda geral na atividade econômica não tem ninguém de peso político (seja nos governos ou no judiciário) defendendo prisão para quem assassinou mais de 20 pessoas, destruiu milhares de propriedades , enterrou um rio na lama e provocou a maior mortandade de animais que se tem notícia na história da América Latina.

    E esse blog ainda incentiva a Globo neste mentirada!!!!

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