Qualidade do ensino piora em 294 municípios

Jornal GGN – Desde 2009, a qualidade da educação piorou em 294 redes municipais, segundo levantamento da consultoria Merrit Educacional com dados do Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, divulgado a cada dois anos.

Os dados mostram queda em duas edições consecutivas do Ideb, em 2013 e 2009. O Estado de São Paulo lidera a lista com 44 municípios com duas quedas seguidas, seguido da Bahia, Pará, Piauí e Maranhão.

Do Estadão

Ensino piora em 294 municípios do País desde 2009

Redes públicas tiveram 2 quedas consecutivas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb); levantamento pedido pelo ‘Estado’ mostra ainda que, em 2013, aumentou o número de cidades em declínio no indicador bianual feito pelo MEC

Embora o ensino fundamental tenha melhorado no País, a qualidade da educação piorou em 294 redes municipais desde 2009. Levantamento da consultoria Meritt Educacional feito a pedido do Estado mostra queda do desempenho dos alunos em duas edições consecutivas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Elaborado desde 2007 com base nos dados de fluxo escolar (taxa de aprovação) e médias na Prova Brasil, o indicador é divulgado a cada dois anos.

Nessas cidades, o Ideb caiu na edição de 2013, em relação à anterior, e na de 2011, em comparação com a de 2009. O levantamento revela também tendência de declínio da qualidade, uma vez que 159 redes municipais já haviam registrado índice menor em 2011 em relação a 2009 e 2007. De fato, o número de redes com Ideb baixo cresceu 85%. Em 22 cidades, foram três recuos seguidos.

Com 645 municípios, o Estado de São Paulo lidera a lista com 44 quedas duplas. O pior desempenho, porém, foi constatado em Pirambu, em Sergipe, que caiu constantemente e foi de 3,2, em 2007, para 1,7, em 2013, nos anos finais do ensino fundamental. Enquanto isso, a média geral do País saltou de 4 para 4,9 nos anos iniciais e de 3,4 para 3,8 nos finais.

Apesar dos recuos, não há ainda mecanismos de acompanhamento das redes nem formas de intervenção ou punição dos gestores da área.

A diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, defende a aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional. “Não existe um fator que explique uma rede inteira retroceder ano após ano. Bem ou mal, a escolaridade média está ampliando no Brasil, os recursos da Educação aumentaram muito no País. A gestão tem de ser muito ruim.” O projeto de lei em tramitação no Congresso prevê a punição dos gestores e deve ser votado até 2016.

Para o sócio-­fundador da Meritt, Alexandre Oliveira, o indicador não tem sido bem usado pelos municípios. “O Ideb é um termômetro que mostra a temperatura do paciente. Ficar só medindo não leva a febre a baixar, mas aponta que há um problema. Os gestores não estão sabendo essa temperatura”, diz.

Soluções. O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Aléssio Costa Lima, diz que o Ideb serve para apontar saídas e não para penalizar gestores ou professores. “Não se pode dizer que uma só pessoa seja responsável isoladamente pelo fracasso ou sucesso de uma turma, escola, ou mesmo de um município”, afirma. Para ele, cabe ao Ministério da Educação (MEC) identificar as cidades mais problemáticas e tentar realizar políticas de apoio.

O ministério não informou se acompanha os municípios com recuos contínuos. O MEC destacou que o programa Mais Educação, em parceria com secretarias estaduais e municipais, prioriza, desde 2008, escolas com Ideb baixo. Recursos são dispostos para as unidades ampliarem a jornada com atividades extracurriculares. O projeto saltou de 1.380 escolas, com 386 mil alunos, para 60 mil unidades, com 7 milhões de estudantes, neste ano.

Alerta. Apesar de não haver previsão legal de punição para desempenhos ruins no Ideb, o Ministério Público de Contas de São Paulo quer, com base nos dados, avaliar se os municípios paulistas usaram mal os recursos públicos. O órgão levantou todas as cidades do Estado que estavam abaixo da média do País e caíram nas duas últimas edições. No total, são 13. Para a procuradora Élida Graziane Pinto, a queda tende a configurar má aplicação dolosa dos recursos. “Abre-­se espaço para as sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa e para crime de responsabilidade de prefeitos”, diz.

Redação

9 Comentários

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  1. Ah tá… De Mais de 5000 municípios, 294?

    O Estadão de São Paulo lidera isso? Por que a matéria não foi “São Paulo lidera indice de escolas com piora de qualidade”…
    Quem administra ensino municipal são os prefeitos? Onde posso ver a lista de prefeituras? O Blog pode indicar algo?

  2. 1 milhão de falta de vergonha na cara

    Tendenciosidade perde. 95% não pioraram. 95% melhoraram? Ficaram na mesma? Em São Paulo piorou mais? Quem são os prefeitos? De quais partidos? Ah, para que se dar o trabalho, né? Quando você pode faturar uma má notícia que engloba três centenas, para que mencionar se o universoi é de 5 milheiros ee mais 5 centena e 7 dezenas de municípios? É isso mesmo, de 5.570 municípios, a educação piorou em 294. Mais uma vergonha creditada ao Estadão. Só mais uma. Ou ja teríamos chegado aos 5 milheiros de vergonhas? Seria pouco? Certamente. 1 milhão d vergonhas para o Estadão, e não falamos mais nisso.

    1. E o pior é que o Blog

      E o pior é que o Blog repercute a notícia com a mesma manchete….

      Poderia ser

      “O Estado de São Paulo lidera a lista com os municipios onde a educação piorou”

      Mas aí é sonhar muito né???

      1. O Piguezinho replirador tá com síndrome de Macunaina!

        O Piguezinho replirador tá com síndrome de Macunaina! Ai que preguiça. Depois reclamam que as verbas de propaganda não chegam a “nova” mídia.

  3. Se é do Estadão, é merda…

    Porcaria de matéria! Tendenciosa e principalmente muito mal feita. Mas é tudo que se pode esperar do Estadão. Só porcaria.

    1. Uma reporcagem, não uma reportagem.

      Pegar números do IDEB e dizer 44 municípios paulistas cairam na avaliação do IDEB, não é uma reportagem é simplesmente uma constatação que qualquer cidadão pode fazer, os números são públicos.

      Agora pegar estes números, selecionar os dez piores e os dez melhores e verificar o porquê da piora de alguns e da melhora de outros seria um artigo de jornal, o que foi publicado é uma reporcagem.

      Istro que me irrita nos blogs e portais dito progressistas, replicam as notícias do que eles chamam de PIG (quem replica o PIG o que é o Piguezinho?) e não trabalham em cima, com duas a quatro horas de pesquisa na Internet poderiam fazer um verdadeiro artigo. Ninguém quer fazer conteúdo, é mais fácil replicar. O Macunaíma está solto.

  4. Para comparar como saem as

    Para comparar como saem as ´´mesmas´´ notícias:

    1)

    Brasil foi o país com o maior avanço em Matemática de 2003 a 2012 (OCDE):

    http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/12/brasil-evolui-mas-segue-nas-ultimas-posicoes-em-ranking-de-educacao.html

    2) E lá está a conjunção adversativa:

    http://vida-estilo.estadao.com.br/noticias/geral,pais-melhora-em-matematica-e-piora-em-leitura-mostra-ocde,90666

    3)

    http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/03/pisa-desempenho-do-brasil-piora-em-leitura-e-empaca-em-ciencias.htm

     

    Fomos o país que mais melhorou em Matemática, na avaliação realizada pelo PISA.

    E ninguém se dá conta deste resultado para as avaliação continuada das Políticas Públicas em Educação.

    Traduzindo: ao menos em matemática, estamos na direção correta. Mas é muito mais fácil falar mal, não é verdade?

    E claro: por que raios o governo não faz um programa de TV e solta um site só sobre isso?

     

  5. Não entendi também

    Eu também não entendi por que o Nassif reproduziu a matéria do Estadão.

    Quando eu comecei a ler, pensei: quantos municípios há no Brasil e o que 294 municípios representam no total?

    Sem contar que nenhuma linha foi gasta para avaliar o modelo de avaliação usado para medir “desempenho escolar”.

    Não entendi e não entenderei.

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