André Lara Resende passa a integrar equipe de Marina

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Sugerido por João Paulo Reis

 

Lara Resende vem para ser operador de Neca e Marina

Do Brasil 247

 

Desembarca neste domingo, em São Paulo, o economista André Lara Resende, que chega com uma missão: a de se incorporar ao time de Marina Silva, na disputa presidencial de 2014.

A informação foi antecipada pela colunista Sonia Racy, do Estado de S. Paulo.

Ex-presidente do BNDES no governo FHC, Lara Resende foi demitido quando eclodiu o escândalo dos grampos da telefonia. Numa das ligações, ele falava com Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações, em “usar a bomba atômica”, referindo-se ao próprio FHC.

Lara Resende foi também sócio de Mendonça de Barros no banco Matrix, que fez fortuna com a valorização da moeda brasileira, ocorrida logo após a implantação do Plano Real, do qual ele próprio, Lara Resende, foi um dos formuladores. Em razão disso, Lara Resende chegou a ser questionado sobre o uso de informação privilegiada. No Roda Viva, ele respondeu que tinha “formação privilegiada” – e não informação privilegiada (relembre aqui).

Com o dinheiro ganho no Matrix, Lara Resende se tornou multimilionário, passou a se dedicar a uma de suas paixões, correndo de Porsche, e virou também gestor da fortuna de Athina Onassis, herdeira do bilionário grego Aristóteles Onassis.

Escreveu artigos esparsos sobre economia brasileira e será agora um dos líderes do time de Marina Silva. Ontem, em entrevista à Folha de S. Paulo, a banqueira Neca Setúbal, herdeira do Itaú, antecipou que Marina teria rapidamente “operadores de mercado” a seu lado.

O principal desses operadores tem nome e sobrenome: André Lara Resende (leia ainda o artigo de Paulo Moreira Leite sobre a relação entre Neca e Marina).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

45 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Tem tudo a ver, é caminhão de

    Tem tudo a ver, é caminhão de mudança, cabe o cachorro, o papagaio, o sapato velho e a vassoura gasta.

    O Lara está decidindo se vai fazer canoagem na Africa, passear de balão na Capadocia ou brincar de politica

    na America do Sul.  Depois de decadas sem fazer nada na vida a não ser passear, ele encontrou outra distração.

    A Marina é especializada em atrair diletantes e bon vivants, ela é a bedel do recreio dos desocoupados.

     

    1. Pegou

      Pegou pesado, André.

      Infelizmente, é verdade.

      Mas, ser bon vivant custa caro.

      De vez em quando, é preciso “trabalhar”. Reforço de caixa.

      Uma alternativa e tanto para a galera do “contra tudo que está aí”.

    2. Para além das aparências, isso seria arrasador, se fosse verdade

      O problema é que pode não ser. Desocupado por desocupado, pelo menos alguém está procurando o que fazer rsrs.

      Pode até ser bon vivant, o que não é por si só um defeito, mas não sei se Lara Resende se enquadra no conceito de “diletante”. Ele é economista por formação, não? E trabalha profissionalmente com isso. Onde o diletantismo?

        1. Ué? Ele vai assessorar a candidata do ponto de vista econômico

          Para fazer isso, não precisa ser um profissional em campanhas eleitorais. Basta ele ser o que ele é: economista.

      1. Andre Lara Rezende é dono de uma fortuna inexplicável

        Uma pena que nesse pais um cara metido em rolos e que ficou milionário da noite pro dia seja motivo de admiração

      1. Muito natural

        Tanto, que nem precisa entrar na campanha da Marina, mas apenas continuar agindo como até agora. Muitas aspirações para uma carreira tão curta.

  2. agora vai… a petrobrax, o banco e a caixa e o que mais sobrar

    Tudo de novo na nova Marina, política é bornhause economia é Resende. Parece que ela já foi terceirizada e o mote: fique quieta e nos cuidamos de tudo.

    1. Agora?? rsrsrs

      Os bancos dão as cartas desde sempre. E fizeram muito isso durante os últimos onze anos. Nunca ganharam tanto dinheiro quanto no governo LULA-DILMA. E você somente agora se “preocupa” com o Itaú? A propósito, quando o BMG e o Banco Rural deram as cartas, onde você estava?

      Coerência passou longe, muito longe…

  3. Juntar André Lara Resende com

    Juntar André Lara Resende com Eduardo Gianetti da Fonseca é unir o discurso contra o crescimento do primeiro com o discurso contra o consumo do segundo.

    Enquanto André Lara Resende afirma que “O crescimento pode não ser mais a opção de saída para a crise.” (Valor 20/01/2012), Eduardo Gianetti diz que “o preço da carne vai ter de ser muito caro, o leite terá de ficar mais caro.” (Arnt, R. O que os economistas pensam sobre sustentabilidade, Ed. 34).

    Em uma economia com alto emprego e baixo crescimento, juntar os dois economistas aponta para um governo com alto desemprego e recessão.

  4. se lara quis usar fhc como

    se lara quis usar fhc como bomba atomica para chegar ao limite da irresponsabilidade na privtização tucana, agora talvez consiga ultrapassar o limite da insanidae da financeirização total da economia criando o caos e odesemprego  misturados com a mistificação  messianica.

    será a revivescencia do febeapá  – festival de besteiras que assolará o país, parafraseando o grande sérgio porto. 

  5. Desembarque

    Pelas últimas notícias que tenho lido na chamada “grande imprensa” e nos blogs, tenho a impressão que há um movimento de “desembarque” da candidatura preferencial da classe dominante , ou seja, o antes preferido aécio neves está, pouco a pouco, sendo preterido em favor da candidatura de Marina. Não sei se é “sem volta”, mas baseado no chamado “tracking”, acompanhamento diário de tendências, os “entendidos” estão captando realmente uma ultrapassagem, daí a aposta em outra alternativa. A conferir.

  6. Eu não quero ser governada

    Eu não quero ser governada pela dona neca. Marina já terceirizou tudo, de cara. Sua sede de fama talvez não a deixe ver que teria um papel absolutamente secundário, sem poder algum.

  7. Enviada divina de araque

    João Paulo,

    Agora vai rsrs

    Com a herdeira do Itaú à frente da candidata, se pronunciando como a futura presidente, o que indicaria um país comandado por um grande banco privado, os grandes “operadores” da sociedade brasileira rapidamente começam a chegar, ALRezende. PArida (que sempre esteve por aqui) , os Mendonça de Barros, etc…; restaria saber o que sobraria depois de tão gigantesca cirurgia.

    A candidata do PSB, que até de Ronaldo passou a ser amigona, já acena abertamente para Zezinho da Mooca, daqui a pouco será a vez do “noivado” com a grande mídia – a cínica e escorregadia enviada divina de araque não oferece limites.  

  8. .

    Para os que possuem memória curta, lembrem que André Lara Resende saiu do governo FHC, por envolvimento direto no famoso escândalo do grampo do BNDES, o qual ele presidia, durante o processo de privatização do Sistema Telebrás.

    Portanto, para quem tem saudade dos tempos de FHC, escolham: Lara Resende, guru de Marina ou Armínio Fraga, ex-presidente do BC nos mesmos tempos de FHC, guru de Aécio e pupilo de George Soros, o maior especulador financeiro do mundo. 

    O legado de FHC é mesmo um sucesso. 

     

  9. Será que o Itaú está quebrado que nem o Unibanco

    Um banco entrar numa aventura de eleição presidencial não é comum.

    Será que ele está quebrado mesmo, como se aventou quando o Eike deu um calote de 10 Bi nele?

    Ai parte para o desespero, criar um sucessor do Proer para sua salvação, com a mesma equipe econômica do primeiro?

    A especulação é fora de órdem, mas um banco desesperado para se salvar e salvar uma dinastia precisaria de uma medida fora do usual, o que justifica as propostas econômicas e monetárias da equipe da Marina, com um BC independente que socorreria os bancos, que por sinal, este ano já colocaram no olho da rua, sem justa causa, mais de 4.000 funcionários.

     

  10. Bem, pelo menos a preocupação com o Itaú…

    ..será diferente do tipo de preocupação que BMG e Banco Rural suscitaram certa feita rsrsrs.

    Aliás, é um tanto ridículo se preocuparem com o Itaú quando os bancos nunca ganharam tanto dinheiro quanto nos Governos Lula e Dilma, inclusive como não me deixa mentir o próprio Lula.

    Qual a diferença? Por que a política econômica do governo do PT voltada para o setor financeiro seria melhor do que uma que permitisse que o Itaú ganhasse dinheiro (como se já não ganhasse muito dinheiro hoje em dia hehehe)?

    São uns argumentos que não possuem a menor coerência.

    1. 45 MOTIVOS PARA NÃO VOTAR EM

      45 MOTIVOS PARA NÃO VOTAR EM TUCANOS E BANDIDOS SEMELHANTES QUE ACOMPANHAM A BLABLARINA .

      Analisem – Você  tem boa memória?

      Se você já esqueceu, lembramos aqui 45 fatos, sendo que todos eles  envolvendo casos de corrupção, que aconteceram no país  nos  oito anos de FHC e que poderão voltar repaginadas nas figuras do Aecio Neves ou da Blablarina (colaboradora do conglomerado Itaú)

      O BRASIL NÃO ESQUECERÁ

      45 escândalos que marcaram o governo FHC com apoio do PSDB 

      ITINERÁRIO DE UM DESASTRE

      Nenhum governo teve mídia tão favorável quanto o de FHC, o que não deixa de ser surpreendente, visto que em seus dois mandatos ele realizou uma extraordinária obra de demolição, de fazer inveja a Átila e a Gêngis Khan. Vale a pena relembrar algumas das passagens de um governo que deixaou uma pesada herança para seu sucessor.

       

      1994 e 1998. O dinheiro secreto das campanhas: Denúncias que não puderam ser apuradas graças à providenciais operações abafa apontaram que tanto em 1994 como em 1998 as campanhas de Fernando Henrique Cardoso foram abastecidas por um caudaloso esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.

      A taxa

      média de crescimento da economia brasileira, ao longo da década tucana, foi a pior da história, em torno de 2,4%. Pior até mesmo que a taxa média da chamada década perdida, os anos 80, que girou em torno de 3,2%. No período, o patrimônio público representado pelas grandes estatais foi liquidado na bacia das almas. No discurso, essa operação serviria para reduzir a dívida pública e para atrair capitais. Na prática assistimos a um crescimento exponencial da dívida pública. A dívida interna saltou de R$ 60 bilhões para impensáveis R$ 630 bilhões, enquanto a dívida externa teve seu valor dobrado.

      Enquanto isso, o esperado afluxo de capitais não se verificou. Pelo contrário, o que vimos no setor elétrico foi exemplar. Uma parceria entre as elétricas privatizadas e o governo gerou uma aguda crise no setor, provocando um longo racionamento. Para compensar o prejuízo que sua imprevidência deu ao povo, o governo  FHC premiou as elétricas com sobretaxas e um esdrúxulo programa de energia emergencial. Ou seja, os capitais internacionais não vieram e a incompetência das privatizadas está sendo financiada pelo povo.

      O texto que segue é um itinerário, em 45 pontos, das ações e omissões levadas a efeito pelo governo FHC e de relatos sobre tentativas fracassadas de impor medidas do receituário neoliberal. Em alguns casos, a oposição, aproveitando-se de rachas na base governista ou recorrendo aos tribunais, bloqueou iniciativas que teriam causado ainda mais dano aos interesses do povo.

      Essa recompilação serve como ajuda à memória e antídoto contra a amnésia. Mostra que a obra de destruição realizada por FHC não pode ser fruto do acaso. Ela só pode ser fruto de um planejamento meticuloso.

       

      1995. Extinção da Comissão Especial de Investigação. Assim que assumiu a presidência da república, em 1995, Fernando Henrique Cardoso baixou um decreto extinguindo a chamada Comissão Especial de Investigação, instituída pelo antecessor, presidente Itamar Franco, que, composta por representantes da sociedade civil, tinha o objetivo combater a corrupção. Seis anos mais tarde, em 2001, fustigado pela ameaça de uma CPI da Corrupção, o presidente Cardoso conseguiu desviar a atenção da sociedade criando uma tal Controladoria-Geral da União, que se notabilizou por abafar as denúncias que motivaram sua criação.

      45 escândalos que marcaram o governo FHC

      1 – Conivência com a corrupção

      O governo do PSDB tem sido conivente com a corrupção. Um
      dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo
      combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias.

       

      1995. Quebra do monopólio da PETROBRÁS. Pouco se lixando para a crescente importância estratégica do petróleo, Fernando Henrique Cardoso usou seus rolo compressor para forçar o Congresso Nacional a quebrar o monopólio estatal do petróleo, instituído há 42 anos. Na comemoração, Cardoso festejou dizendo que essa era apenas mais uma das “reformas” que o país precisava fazer para se modernizar.

      2 – O escândalo do Sivam

      O contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.

       

      3 – A farra do Proer

      1995. O inesquecível PROER: Em 1995 o ex-presidente Cardoso deu uma amostra pública do seu compromisso com o capital financeiro e, na calada de uma madrugada de um sábado em novembro de 1995, assinou uma medida provisória instituindo o PROER, um programa de salvação dos bancos que injetou 1% do PIB no sistema financeiro – um dinheiro que deixou o sofrido Tesouro Nacional para abastecer cofres privados, começando pelo Banco Nacional, então pertencente a família Magalhães Pinto, da qual um de seus filhos era agregado. Segundo os ex-presidentes do Banco Central, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, a salvação dos bancos engoliu 3% do PIB, um percentual que, segundo economistas da Cepal, chegou a 12,3%.

      O Proer demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.

      4 – Caixa-dois de campanhas

      As campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.

      1996. Engavetamento da CPI dos Bancos. Disposto a controlar a crise aberta pelas suspeitas sobre o sistema financeiro, o presidente Fernando Henrique Cardoso ameaçou e “convenceu” as lideranças do Senado a engavetar os requerimentos para instalação de uma CPI sobre os bancos. Em compensação, o ministério da Fazenda se comprometeu (e nunca cumpriu) a prestar contas ao Senado sobre o PROER. Decepcionada, a CNBB distribuiu nota dizendo não ser justo “que se roube o pouco dinheiro de aposentados e trabalhadores para injetar no sistema financeiro, salvando quem já está salvo ou já acumulou riquezas através da fraude e do roubo”.

      5 – Propina na privatização

      A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.

      1996. Modificação na lei de Patentes. Cedeu em tudo que os EUA queriam e, desdenhando às súplicas da SBPC e universidades, Fernando Henrique Cardoso acionou o rolo compressor no Congresso e alterou a Lei de Patentes, dando-lhe um caráter entreguista e comprometendo o avanço científico e tecnológico do país.

      6 – A emenda da reeleição

      O instituto da reeleição foi obtido por FHC a preços altos. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.

      1996. Escândalo do SIVAM | : O projeto SIVAM foi associado a um superescândalo que redundou na contratação da empresa norte-americana Raytheon, depois da desqualificação da brasileira Esca (uma empresa que acomodava “amigos dos amigos” e foi extinta por fraudes contra a Previdência). Significativamente, a Raytheon encomendou o gerenciamento do projeto à E-Systems – conhecido braço da CIA. Até chegar a Raytheon, o mondé foi grande. Conversas gravadas apontavam para o Planalto e, preferindo perder os anéis para não perder os dedos, Cardoso demitiu o brigadeiro Mauro Gandra do ministério da aeronáutica e o embaixador Júlio César dos Santos da chefia do seu cerimonial. Depois, como prêmio pela firmeza como guardou o omertá, Júlio César foi nomeado embaixador do país no México.

      7 – Grampos telefônicos

      Conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

      1997. A emenda da reeleição: O instituto da reeleição foi comprado pelo presidente Cardoso a um preço estratosférico para o tesouro nacional. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.

      8 – TRT paulista

      A construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos principais envolvidos no caso.

      Subserviência internacional: Um único exemplo: ao visitar a embaixada norte-americana, em Brasília, para apresentar a solidariedade do povo brasileiro aos EUA por ocasião dos atentados de 11 de setembro de 2001, Cardoso e seu ministro do exterior, Celso Lafer, levaram um chá de cadeira de 40 minutos e só foram recebidos após passarem por uma revista que lhes fez até tirar os sapatos.

      9 – Os ralos do DNER

      O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.

      1998. O escândalo da privatização (1): A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. O ex-caixa de campanha de Fernando Henrique Cardoso e de José Serra, um tal Ricardo Sérgio de Oliveira, que depois foi agraciado com a diretoria da Área Internacional do Banco do Brasil, não conseguiu se defender das acusações de pedir propinas para beneficiar grupos interessados no programa de privatização. O mala-preta de Cardoso teria pedido R$ 15 milhões a Benjamin Steinbruch para conseguir o apoio financeiro de fundos de pensão para a formação de um consórcio para arrematar a cia. Vale do Rio Doce e R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.

      10 – O “caladão”

      O Brasil calou no início de julho de 1999 quando o governo
      FHC implementou o novo sistema de Discagem Direta a Distância (DDD).Uma panegeral deixou os telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistemahaviam sido recém-privatizadas. O “caladão” provocou prejuízo aos consumidores,às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.

      1998. O escândalo da privatização (2): Grampos instalados no BNDES pescaram conversas entre Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende, nos leilões que se seguiram ao esquartejamento da TELEBRÁS. O grampo detectou a voz do ex-presidente Cardoso autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.  

      11 -Desvalorização do real

      FHC se reelegeu em 1998 com um discurso que pregava “ou eu ou o caos”. Segurou a quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT, divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança cambial
      e outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas.

      1999. O caso Marka/FonteCindam: Durante a desvalorização do real, em janeiro de 1999, os bancos Marka e FonteCindam foram graciosamente socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão, sob o pretexto de que sua quebra criaria um “risco sistêmico” para a economia. Enquanto isso, faltava dinheiro para saúde, educação, desenvolvimento científico e tecnológico

      12 – O caso Marka/FonteCindam

      Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vive tranqüilo.

      2000. O fiasco dos 500 anos: O Brasil completou seu 500º aniversário sem uma festa decente. Em nome da contenção de gastos determinado pelo FMI, Cardoso proibiu as comemorações, que ficaram reduzidas às armações do então ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca. O fiasco foi total. Índios e sem-terra foram agredidos pela polícia porque tentaram festejar a data em Porto Seguro. De concreto mesmo, ficou uma caravela que passou mais tempo viajando do Rio de Janeiro até a Bahia do que a nau que trouxe Pedro Álvares Cabral de Portugal até o Brasil em 1500 e um stand superfaturado na Feira de Hannover. A caravela deve estar encostada em algum lugar por aí e Paulo Henrique Cardoso, filho do presidente, está respondendo inquérito pelo superfaturamento da construção do stand da Feira de Hannover.  

      13 – Base de Alcântara

      O governo FHC enfrenta resistências para aprovar o acordo de cooperação internacional que permite aos Estados Unidos usarem a Base de Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o PT apresentou emendas ao tratado – todas acatadas na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

      2001. Racionamento de energia: A imprevidência do governo Cardoso, completamente submisso às exigências do FMI, suspendeu os investimentos na produção de energia e o resultado foi o apagão no setor elétrico. O povo atendeu a campanha de economizar energia e, como “prêmio”, teve as tarifas aumentadas para compensar as perdas de faturamento das multinacionais que compraram as distribuidoras de energia nos leilões de desnacionalização do setor. Uma medida provisória do governo Cardoso transferiu o prejuízo das distribuidoras para os consumidores, que lhes repassaram R$ 22,5 bilhões.

      14 – Biopirataria oficial

      Antigamente, os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares. Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.

       

      2001. Acordo de Alcântara: Em abril de 2001, à revelia do Congresso Nacional, o governo Cardoso assinou um “acordo de cooperação internacional” que, na prática, transfere o Centro de Lançamento de Alcântara para os EUA. O acordo ainda não foi homologado pelo Congresso graças à resistência da sociedade civil organizada.
      Acordos com FMI: Em seus oito anos de mandato, Fernando Henrique Cardoso enterrou a economia do país. Para honrar os compromissos financeiros, precisou fazer três acordos com o FMI, hipotecando o futuro aos banqueiros. Por trás de cada um desses acordos, compromissos que, na prática, transferiram parte da administração pública federal para o FMI. Como resultado, o desemprego, o arrocho salarial, a contenção dos investimentos públicos, o sucateamento da educação e saúde, a crise social, a explosão da criminalidade.

      15 – O fiasco dos 500 anos

      As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no epísódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000.

      Planalto, TRT de São Paulo e cercanias: O famoso Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, um dos mais eficazes “gerentes financeiros” da campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso, se empenhou vivamente no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista. As maus línguas ainda falam em superfaturamento no Serpro, lobby para empresas de informática, ajuda irregular à Encol e manipulação de recursos dos fundos de pensão na festa das privatizações.

      16 – Eduardo Jorge, um personagem suspeito

      Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, é um
      dos personagens mais sombrios que freqüentou o Palácio do Planalto na era FHC. Suspeita-se que ele tenha se envolvido no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista e em superfaturamento no Serpro, de montar o caixa-dois para a reeleição de FHC, de ter feito lobby para empresas de informática, e de manipular recursos dos fundos de pensão nas privatizações. Também teria tentado impedir a falência da Encol.

      Autoritarismo: Passando por cima do Congresso Nacional, Fernando Henrique Cardoso burlou o espírito da constituição e administrou o país com base em medidas provisórias, editadas e reeditadas sucessivamente. Enquanto os presidentes José Sarney e Fernando Collor, juntos, editaram e reeditaram 298 MP’s, Cardoso exerceu o poder de forma autoritária, editando mais de 6.000 medidas provisórias.

      17 – Drible na reforma tributária

      O PT participou de um acordo, do qual faziam parte todas as bancadas com representação no Congresso Nacional, em torno de uma reforma tributária destinada a tornar o sistema mais justo, progressivo e simples. A bancada petista apoiou o substitutivo do relator do projeto na Comissão Especial de Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI). Mas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o Palácio do Planalto impediram a tramitação.

      O escândalo dos computadores: A idéia de equipar as escolas públicas com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata com a completa ignorância da Lei de Licitações. Não satisfeito, o governo Cardoso fez mega-contrato com a Microsoft para adoção do sistema Windows, uma manobra que daria a Bill Gates o monopólio do sistema operacional das máquinas. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata está suspensa.

      18 – Rombo transamazônico na Sudam

      O rombo causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999, ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.

      Mudanças na CLT: Fernando Henrique Cardoso usou seu rolo compressor na antiga Câmara dos Deputados para aprovar um projeto que “flexibiliza” a CLT, ameaçando direitos consagrados como férias, décimo terceiro salário e licença maternidade. Graças à pressão da sociedade civil o projeto estancou no senado.

      19 – Os desvios na Sudene

      Foram apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da
      Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a decisão no Supremo Tribunal Federal.

      Explosão da dívida pública: Quando Cardoso assumiu a presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa era de R$ 153,4 bilhões. Outro dia, em abril de 2002, essa dívida já era de R$ 684,6 bilhões. Hoje, a dívida alcança 61% do PIB.

      20 – Calote no Fundef

      O governo FHC desrespeita a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valoresestabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1 bilhões desde 1998.

      Violação aos direitos humanos: Exemplo: em 1996, o Brasil ganhou as manchetes mundiais pelo chamado “Massacre Eldorado do Carajás”, no qual 19 sem-terra foram assassinados no sul do Pará.

      21 – Abuso de MPs

      Enquanto senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois juntos editaram e reeditaram 298 MPs. Como presidente, FHC cedeu à tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos, 5.491medidas.

      Explosão da violência:Fernando Henrique Cardoso transformou o Brasil num país super violento. Na última década, o número de assassinatos subiu quase 50%. Pesquisa feita pela Unesco em 60 nações colocou o Brasil no 3º lugar no ranking dos países mais violentos. Ao final do mandato do presidente Cardoso, cerca de 45 mil pessoas são assassinadas anualmente no Brasil.

      22 – Acidentes na Petrobras

      Por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras
      protagonizou uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.

      Renda em queda e desemprego em alta: A Era FHC foi marcada pelos altos índices de desemprego e baixos salários.

      23 – Apoio a Fujimori

      O presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e que fugiu do País para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, o principal título honorário brasileiro. O Senado, numa atitude correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e cassou a homenagem.

      Desenvolvimento Humano. Segundo o Human Development Report 2001 (ONU), o Brasil ficou na 69ª posição, atrás de países como Eslovênia (29º posição), Argentina (34º posição), Uruguai (37º posição), Kuwait (43º posição), Estônia (44º posição), Venezuela (61º posição) e Colômbia (62º posição).

      24 -Desmatamento na Amazônia

      Por meio de decretos e medidas provisórias, o governo FHC desmontou a legislação ambiental existente no País. As mudanças na legislação ambiental debilitaram a proteção às florestas e ao cerrado e fizeram crescer o desmatamento e a exploração descontrolada de madeiras na Amazônia. Houve aumento dos focos de queimadas. A Lei de Crimes Ambientais foi modificada para pior.

      25 – Os computadores do FUST

      A idéia de equipar todas as escolas públicas de ensino médio com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata. Os recursos para a compra viriam do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust. Mas o governo ignorou a Lei de Licitações, a8.666. Além disso, fez megacontrato com a Microsoft, que teria, com o Windows, o monopólio do sistema operacional das máquinas, quando há softwares que poderiam ser usados gratuitamente. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata está suspensa.

      26 – Arapongagem

      O governo FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa máquina de destruir reputações é constituída por ex-agentes do antigo SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.

      27 – O esquema do FAT

      A Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público.

      28 – Mudanças na CLT

      A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou, contra o voto da bancada do PT, projeto que flexibiliza a CLT, ameaçando direitos consagrados dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.

      29 – Obras irregulares

      Um levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves. A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de dólares. Consumiu o dobro.

      30 – Explosão da dívida pública

      Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. Entretanto, a política de juros altos de seu governo, que pratica as maiores taxas do planeta, elevou essa dívida para R$ 684,6 bilhões em abril de 2002, um aumento de 346%. A dívida já equivalia em 2001, preocupantes 54,5% do PIB.

      31 – Avanço da dengue

      A omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.

      32 – Verbas do BNDES

      Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.

      33 – Crescimento pífio do PIB

      Na “Era FHC”, a média anual de crescimento da economia brasileira estacionou em pífios 2%, incapaz de gerar os empregos que o País necessita e de impulsionar o setor produtivo. Um dos fatores responsáveis por essa quase estagnação é o elevado déficit em conta-corrente, de 23 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 12 meses. Ou seja: devido ao baixo nível da poupança interna, para investir em seu desenvolvimento, o Brasil se tornou extremamente dependente de recursos externos, pelos quais paga cada vez mais caro.

      34 – Renúncias no Senado

      A disputa política entre o Senador Antônio Carlos Magalhães
      (PFL-BA) e o Senador Jader Barbalho (PMDB-PA), em torno da presidência do Senado expôs publicamente as divergências da base de sustentação do governo. ACM renunciou ao mandato, sob a acusação de violar o painel eletrônico do Senado na votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Levou consigo seu cúmplice, o líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Jader Barbalho se elegeu presidente do Senado, com apoio ostensivo de José Serra e do PSDB, mas também acabou por renunciar ao mandato, para evitar a cassação. Pesavam contra ele denúncias de desvio de verbas da Sudam.

      35 – Racionamento de energia

      A imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia. Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em
      sua conta de luz. O pacote de ajuda às empresas soma R$ 22,5 bilhões.

      36- Assalto ao bolso do consumidor

      FHC quer que o seu governo seja lembrado como aquele que deu proteção social ao povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação acumulada ficou em 80%.

      37 – Explosão da violência

      O Brasil é um país cada vez mais violento. E as vítimas, na maioria dos casos, são os jovens. Na última década, o número de assassinatos de jovens de 15 a 24 anos subiu 48%. A Unesco coloca o País em terceiro lugar no ranking dos mais violentos, entre 60 nações pesquisadas. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, na população geral, cresceu 29%. Cerca de 45 mil pessoas são assassinadas anualmente. FHC pouco ou nada fez para dar mais segurança aos brasileiros.

      38 – A falácia da Reforma agrária

      O governo FHC apresentou ao Brasil e ao mundo números mentirosos sobre a reforma agrária. Na propaganda oficial, espalhou ter assentado 600 mil famílias durante oito anos de reinado. Os números estavam inflados. O governo considerou assentadas famílias que haviam apenas sido inscritas no programa. Alguns assentamentos só existiam no papel. Em vez de reparar a fraude, baixou decreto para oficializar o engodo.

      39 – Subserviência internacional

      A timidez marcou a política de comércio exterior do governo FHC. Num gesto unilateral, os Estados Unidos sobretaxaram o aço brasileiro. O governo do PSDB foi acanhado nos protestos e hesitou em recorrer à OMC. Por iniciativa do PT, a Câmara aprovou moção de repúdio às barreiras protecionistas. A subserviência é tanta que em visita aos EUA, no início deste ano, o ministro Celso Lafer foi obrigado a tirar os sapatos três vezes e se submeter a revistas feitas por seguranças de aeroportos.

      40 – Renda em queda e desemprego em alta

      Para o emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada perdida. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4% em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estão sem trabalhar. O governo FHC promoveu a precarização das condições de trabalho. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três anos.

      41 – Relações perigosas

      Diga-me com quem andas e te direi quem és. Esse ditado revela um pouco as relações suspeitas do presidenciável tucano José Serra com três figuras que estiveram na berlinda nos últimos dias. O economista Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, é acusado de exercer tráfico de influência quando era diretor do Banco do Brasil e de ter cobrado propina no processo de privatização. Ricardo Sérgio teria ajudado o empresário espanhol Gregório Marin Preciado a obter perdão de uma dívida de R$ 73 milhões junto ao Banco do Brasil. Preciado, casado com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli, ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em empresa de consultoria. Ele teria facilitado uma operação irregular realizada por Ricardo Sérgio para repatriar US$ 3 milhões depositados em bancos nas Ilhas Cayman – paraíso fiscal do Caribe.

      42 –Violação aos direitos humanos

      Massacres como o de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, onde 19 sem-terra foram assassinados pela polícia militar do governo do PSDB em 1996, figuram nos relatórios da Anistia Internacional, que recentemente denunciou o governo FHC de violação aos direitos humanos. A Anistia critica a impunidade e denuncia que polícias e esquadrões da morte vinculados a forças de segurança cometeram numerosos homicídios de civis, inclusive crianças, durante o ano de 2001. A entidade afirma ainda que as práticas generalizadas e sistemáticas de tortura e maus-tratos prevalecem nas prisões.

      43 –Correção da tabela do IR

      Com fome de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5% depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros tributos.

      44 – Intervençãona Previ

      FHC aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de
      2002 para decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais são sócios.

      45 – Barbeiragens do Banco Central

      O Banco Central – e não o crescimento de Lula nas pesquisas – foi naquele ano  o principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento, que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$ 30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.

       

    2. Qual é a questão de fato?

      A questão aqui não este ou aquele banco ganhar dinheiro. 

      É somente este ou aquele banco ganhar dinheiro.

      É somente todos os bancos, menos os estatais ganharem dinheiro.

      É somente este setor, os rentistas, ganharem dinheiro.

      É não permitir que todas a sociedade ganhe dinheiro, mesmo que proporcionalmente muito menos que os setores acima.

      Mas tudo isso, pra quem acompanha as suas colocaçoes aqui no blogue, sabe que voçe sabe. Voce é uma pessoa muito inteligente, sabemos todos. Então, fico a me perguntar, que estranho prazer obtem se fazendo passar por idiota. Isso eu não sei; pode me explicar?

      1. Todos os bancos ganham dinheiro, inclusive os estatais

        E não são apenas estes bancos que ganham dinheiro. No entanto, partir para a afirmação de que apenas rentistas ganharão dinheiro aí já é palpite. A presença da Neca Setúbal na candidatura da Marina não é suficiente para sustentar isso.

        Até mesmo porque, do lado da Dilma, também existem doações e apoio de grandes empresários, banqueiros e capitalistas. Ou você acha que não? Não seja ingênuo nem se passe você agora por idiota.

        Até parece que o PT não fez o jogo do capitalismo, exatamente como sempre se fez neste país. O PT teve que mudar para assumir o poder. Dirceu se comprometeu com a família Bush neste sentido, inclusive. Existe livro sobre isso recém publicado. Bolsa Família e outros programas sociais não mudam nada disso. Aliás, programas sociais sempre existiram neste país. Não é coisa de onze anos para cá.

        1. Tergiversando

          Obrigado por responder, ou por tentar.

          Nunca disse, especialmente neste texto, que Lula não proporcionou aos rentistas grandes lucros.

          Foi muito mais do que nós esquerdistas gostaríamos e muito menos do que os rentistas tambem gostariam, aliás eles estão instisfeitos sempre.

          O que afirmei e afirmo, é que com Lula/Dilma existe uma relação ganha-ganha entre rentistas, desenvolvimentistas e trabalhadores e essa relação não é aceita por aqueles que hoje estão ao lado de Marina dando lhe suporte economico. Para esses é preciso sempre que um dos lados perca e esse lado não é o lado em que eles estão.

          O Banco do Brasil e Caixa nunca cresceram tanto como no governo Lula/Dilma, para desespero dos rentistas. Não fosse a existencia desses bancos e a crise de 2008 não teria sido uma marolinha como Lula previra e sim um tsunami, pois deves saber que todos, eu disse todos os bancos privados contrairam a oferta de crédito para jogar o Brasil no buraco, mesmo recebendo um polpudo impulso do BC, lembra?

          Penso que o amigo tergiversou. Mas mesmo assim obrigado.

          É nessa horas que a célebre frase do chefe da propaganda alemã de tempos idos se torna um clássico, uma profecia.

          Particularmente, prefiro a frase antagonica de Abraham:  “Pode-se enganar alguns durante algum tempo,

          pode-se enganar muitos durante muito tempo; Mas não se pode enganar todos durante todo tempo”. 

    3. A diferença você deveria

      A diferença você deveria perguntar à Neca ou Marina; se todos os bancos continuaram lucrando muito nos outros governos, por que o Itaú escolheu um candidato específico? Uma explicação deve ter e não deve ser preocupação com o meio ambiente né?

    4. Nada a ver

      Não se trata de banco ganhar mais ou ganhar menos e sim uma visão de politica de estado minimo para o povão e maiximo para os abutres, não se faça de bobo sr. Argolo

  11. Professia?

    Para o Edivaldo, principalmente, que pediu a letra toda:

     

    Formigueiro

     

    Ivan Lins

     

    Avisa ao formigueiro
    Vem aí tamanduá

    Pra começo de conversa, tão com grana e pouca pressa
    Nego quebra a dentadura mas não larga a rapadura
    Nego mama e se arruma, se vicia e se acostuma
    E hoje em dia está difícil de acabar com esse ofício

    Avisa ao formigueiro
    Vem aí tamanduá

    Repinique e xique-xique, tanta caixa com repique
    Pra entupir nossos ouvidos, pra cobrir nossos gemidos
    Quando acabar o batuque aparece outro truque
    Aparece outro milagre do jeito que a gente sabe

    Avisa ao formigueiro
    Vem aí tamanduá

    Tanto furo, tanto rombo não se tapa com biombo
    Não se esconde o diabo deixando de fora o rabo
    E pro “home” não ta fácil de arrumar tanto disfarce
    De arrumar tanto remendo se ta todo mundo vendo

    Avisa ao formigueiro
    Vem aí tamanduá

     

    “Não se esconde o diabo deixando de fora o rabo
    E pro “home” não ta fácil de arrumar tanto disfarce
    De arrumar tanto remendo se ta todo mundo vendo”

    Profético o Ivan Lins!!!

    é só trocar “home” por fadinha encantada

     

  12. – um playboy cheirador;
    – uma

    – um playboy cheirador;

    – uma tergiversadora que ninguém sabe o que pensa (e que se cerca de neoliberais que acabaram com o país no passado);

    – uma presidenta incompetenta.

    Tamo no sal, quem quer que ganhe………

  13. Francamente,…

    Francamente, o que currículos como os de Setúbal e Larari-larará Rezende têm a ver com a veemência ambientalista da candidata e a entrega que propõe do BC ao mercado sob a falácia de independência?

    Em breve veremos um animal de várias cabeças sendo apresentado em bandeja de prata rodeada de matizes amazônicas para êxtase dos beócios

    Digas-me com quem andas que te direi quem és.

  14. Contradição da contradição

    Partido Socialista Brasileiro—–Manifesto—–

    —PROGRAMA

    —Do Comércio -A socialização da riqueza compreenderá a nacionalização do crédito, que ficará, assim, a serviço da produção.

    REIVINDICAÇÕES IMEDIATAS

    5º – Nacionalização do crédito e das operações de seguro. Abolição dos impostos sobre o comércio interestadual, sobre os gêneros de primeira necessidade, vestuário indispensável às classes pobres e médias, livros, medicamentos e demais utilidades destinadas à educação e saúde públicas, instrumentos manuais do trabalho do operário urbano ou o trabalhador rural, e dos pequenos agricultores e, ainda, sobre a renda mínima necessária a uma subsistência digna e eficiente e sobre as pequenas propriedades agrícolas. Abolição gradativa dos impostos indiretos e taxação fortemente progressiva sobre a terra, a renda, o capital e a herança;

    url:

    http://www.psb40.org.br/fixa.asp?det=1

  15. Quem é André Lara Rezende?

    Para que o amigo navegante entenda do que o Profeta Tirésias tratou: RESENDE E O GRANDE GOLPE DO PLANO REAL

    por Paulo Henrique Amorim Conversa Afiada, 17/04/2007 08:39h . “…(André) continuou tendo participação ativa nas formulações econômicas, em um caso flagrante de ‘inside information’. Aliás, ele era mais do que um insider. Era o economista com dupla militância, ajudando a definir as regras do Real e, depois, operando no mercado em cima dessas margens”. (Pág. 187) 
    . “… algumas instituições começaram a atuar pesadamente no mercado de câmbio, apostando na apreciação do real… a mais agressiva foi a DTVM Matrix… com capital de R$ 14 milhões passou a ter uma carteira de R$ 500 milhões. Seu principal sócio era André Lara Resende”. (Pág. 197) 
    . “Para fortalecer a posição dos “vendidos” (como o Matrix de André), nos meses que antecederam a implantação da nova moeda, Winston Fristch reuniu-se reservadamente em São Paulo com instituições financeiras… fornecendo o mapa da mina da apreciação do Real… Um dos presidentes de instituição financeira presente me contou a surpresa deles ao ver um membro do Governo passando o mapa da mina cambial”. (Pág. 198) 
    . Esses relatos espantosos fazem parte do livro “Os cabeças-de-planilha”, de Luis Nassif, da Editora Ediouro, que acaba de ser lançado. 
    . Esta é provavelmente a denúncia mais grave já feita sobre as maracutaias na política econômica brasileira. 
    . Sobre a promiscuidade entre o público e o privado. 
    . Sobre o que se passa, na verdade, por trás da ciência dos cérebros que oferecem à mídia conservadora e aos bancos as idéias luminosas que deveriam orientar essa infeliz Nação. 
    . Eles, os sábios. “A Nova Renascença”, como dizia o “Rei Filósofo”, FHC. Eles, os especialistas em “inside information”… 
    . André Lara Resende foi um dos formuladores e, como demonstra Nassif, o maior beneficiário do Plano Real. 
    . Não há como atribuir a apreciação do Real, na largada do Plano, a uma barbeiragem, ou a um “erro técnico”, como prova Nassif. 
    . Está mais parecido com um “business plan”. 
    . A melhor explicação, como diz Nassif, é que houve um trabalho em cima de “inside information”, em que Resende sabia que o “erro” seria cometido e os gênios do Governo FHC não o corrigiriam. 
    . Por que não corrigiram? . Nem FHC, o Farol de Alexandria, que lançava luzes sobre a Antiguidade, sabe explicar. 
    . A entrevista que FHC deu a Nassif, em fevereiro deste ano, é patética. 
    . Por três vezes ele diz que não sabia do que acontecia – e não sabia o que acontecia sobre o Plano Real, que mudou a economia, a moeda e o país (para o bem e para o mal…) 
    . E por cinco vezes ele diz que não foi consultado. 
    . Não foi consultado sobre questões centrais da reforma do Plano Real. 
    . É espantoso !!! . Espantoso também é o que conta Nassif, na Pág. 211: “André Lara Resende via o plano como uma forma de enriquecimento e ascensão social. Depois de enriquecer com o Real, realizou sonhos adolescentes de comprar carros e cavalos de corrida – que transportou de avião para Londres, quando resolveu passar uma temporada por lá”… 
    . Leia a seguir a entrevista que fiz com Nassif, nesta segunda-feira, dia 16. Realizei uma pequena edição, para facilitar a leitura. Portanto, a versão em áudio não é exatamente a mesma da versão em texto, que se segue.

    Leia a seguir a entrevista com Luis Nassif sobre o golpe (ou a tacada) do Real: Paulo Henrique Amorim – Eu vou conversar agora com o meu colega jornalista Luis Nassif, que acaba de lançar o livro “Os Cabeças de Planilha”. Até onde eu entendo, o livro é uma comparação entre a reforma monetária de Rui Barbosa, de 1890, e o Plano Real, de 1993, não é isso?

    Luís Nassif – Isso.

    Paulo Henrique – São 100 anos de distância entre um e outro, mas muitas similaridades, não é isso? Nassif – Muitas, muitas. Paulo Henrique – Eu queria entender o papel do André Lara Resende, um dos economistas mais importantes na formulação do Plano Real. Você na entrevista que deu ao Sergio Lírio, na Carta Capital, diz que o André, ao mesmo tempo foi beneficiário e formulador do Plano Real. Como assim? Nassif – A gente tem uma discussão que começa em 1993 sobre a troca de moeda. O ponto central tanto do Rui Barbosa quanto do Plano Real é o modo como se troca a moeda. Porque, dependendo do modo, como você define por onde a moeda vai caminhar você define quem vão ser os vitoriosos. E foi definido um modelo de troca de moeda ou de introdução do Real com base na compra de reservas cambiais. Ou seja, só quem tinha dólar podia transformar os dólares em reais. Então, o dinheiro ia pra economia e o Banco Central enxugava aquele dinheiro. Quem tinha acesso a reais e não tinha dólar ficava esmagado. Agora, o ponto central foi que a lógica do Real, por tudo o que se sabia, era, quando a URV virasse Real, era manter a paridade com o dólar. Você se lembra que um dos slogans do Real era “o primeiro plano em que não haveria surpresas”. Tanto que o Rubens Ricupero (Ministro da Fazenda, depois de Fernando Henrique Cardoso), que pega o bonde andando, faz o discurso na véspera da entrada em vigor da nova moeda reiterando que a paridade seria um Real por um dólar. De repente, essa paridade cai para cada dólar valendo 90 centavos de Real, da noite para o dia. Algum tempo depois, para 80 centavos. E você tinha no mercado financeiro um grupo de instituições que apostou numa valorização do Real. Tudo montado ali para ter uma apreciação do Real. Eu investiguei que ordem de equívocos, que razões de ordem teórica, técnica, para explicar essa imprevista apreciação do real. Você vai bater nos estudos que foram feitos antes do Real pela equipe econômica e eles já tinham detectado o risco da apreciação do Real e sugeriam medidas para impedir a apreciação. De repente, a equipe econômica esquece tudo isso e permite a apreciação para 90 centavos, e depois para 80 centavos. Quando chega a 80 centavos chegam a dar declarações de que era preciso cair para 70 centavos de Real. Nesse ambiente é que o André Lara Resende monta o banco Matrix especificamente para se aproveitar daquele momento…

    Paulo Henrique – Dessa apreciação do Real… Nassif – Dessa apreciação e, depois, passar o banco pra frente. Paulo Henrique – Então, eu te pergunto: o que você está querendo dizer é que o André Lara Resende, que ajudou a formular essa conversão de URV para Real sabia que ia ter uma apreciação e abriu um banco para se beneficiar disso Nassif – Isso. Paulo Henrique – É isso? Nassif – É. Paulo Henrique – O André Lara Resende … Nassif – Acho que um pouco mais. Foi cometido um erro, um erro que não tem base na lógica do Plano Real e pessoas – o André foi o que mais se beneficia disso – que participaram da formulação do Plano se beneficiaram disso. Paulo Henrique – Quer dizer, um erro que o André sabia de antemão que haveria?

    Nassif – Isso. Paulo Henrique – Ele sabia que ia ter esse erro. Nassif – Sabia que teria erro. Como participante e formulador ele sabia que ia ter esse erro. Ele não considerava um erro. As pessoas que comentavam na época sabiam que era um erro. Você se lembra que eram apontados como inimigos da pátria.

    Paulo Henrique – Claro, o Delfim Netto, por exemplo.

    Nassif – Quem denunciava os erros era “lobista da Fiesp”. Eu fiz uma entrevista com o presidente Fernando Henrique que fecha o livro e eu perguntava: “Mas presidente, por que o erro não foi corrigido?”. [Fernando Henrique respondeu:] “Mas não se sabia que havia o erro”. Mas tinha pessoas que alertavam que havia. [Fernando Henrique respondeu:] “Ah, mas essas pessoas criticavam tanto que parecia que era uma crítica sistemática”. Ou seja, eles trataram de anular as críticas e depois disseram que não tomaram decisões porque a maioria da opinião pública não acreditava nas criticas que eles se incumbiram de desmoralizar. Paulo Henrique – O presidente Fernando Henrique… você perguntou a ele se ele sabia que o André tinha aberto o banco Matrix pra se beneficiar desse erro? Nassif – Não. Eu não perguntei por que, na época, aí que entra essa questão dos planos econômicos, porque a tendência sempre, devido a um profundo grau de desinformação de grande parte da mídia, partidos políticos e tudo, você aceita tudo o que vem dos grandes planos econômicos, como se tivesse uma racionalidade por trás disso. Na época, não se sabia que era erro. O André, quando montou o banco Matrix, a intenção expressa não era se beneficiar do erro. Mas estava na cara. Em dezembro de 94, inclusive, eu tinha escrito uma coluna onde eu já tinha intuído que havia, digamos, um modelo de negócios, da maneira como o câmbio foi conduzido, que era muito louco. Paulo Henrique – Eu posso dizer, Nassif, que a valorização da moeda brasileira corresponde ao modelo de negócio de um banco brasileiro? Nassif – Não de um banco, mas de um grupo, porque o que aconteceu ali… Paulo Henrique – Mas, que outro banco além do Matrix? Nassif – Houve reuniões alguns meses antes com bancos de investimento onde foi mencionado qual seria a trajetória do câmbio. Tinha uma briga entre os comprados e vendidos em dólar. Os comprados em dólar eram multinacionais ou grandes empresas que queriam se defender contra a desvalorização do câmbio. Na ponta dos vendidos você tinha esses bancos de investimento, que se articularam. E você tinha uma terceira ponta que poderia desequilibrar – eram os bancos comerciais. Ou seja, num determinado momento em que o câmbio estivesse muito apreciado, estes bancos comerciais poderiam pegar linhas comerciais, entrar no mercado e desequilibrar o jogo. Só que estes bancos comerciais são afastados do jogo através de uma regra do pessoal do Banco Central…

    Paulo Henrique – Na época era o Pérsio Arida?

    Nassif – Não era o Pérsio, não. Foram o Pedro Malan e o Gustavo Franco. No segundo semestre de 94. Eles dizem que o câmbio pode oscilar entre menos 15, mais 15: então, criaram uma insegurança em que o banco comercial não pode entrar. Quem fica no jogo? Os bancos de investimento, pressionando para o lado dos vendidos, a política monetária pressionando para o lado dos vendidos. Agora, a parte mais interessante – foi quando fechou para mim o raciocínio. Eu vinha especulando sobre as razões daquilo em algumas colunas que escrevi na Folha – e comecei a avançar quando saiu o livro da Maria Clara. Paulo Henrique – A Maria Clara do Prado, nossa colega no iG? (”A real história do Real”, Editora Record; clique aqui para visitar o site de Maria Clara do Prado)

    Nassif – Isso, isso. Ela participava como assessora, tudo.

    Paulo Henrique – Do ministro Malan. Nassif – Ela levantou os trabalhos feitos antes do Plano, e ali fecha tudo. Todos os desastres que ocorreram, já haviam sido previstos por eles, inclusive com soluções para prevenir os desastres.

    Paulo Henrique – E por que não corrigiram, Nassif?

    Nassif – Aí que entra a presunção de que havia algo além da teoria na maneira como conduziram o plano.

    Paulo Henrique – A sua suspeita é que houve uma condução que beneficiava um modelo de negócios de bancos de investimentos, inclusive o banco do André ?

    Nassif – Minha presunção é a seguinte: assim como Rui Barbosa, vamos dar o primeiro lance aqui, e depois vamos corrigir ao longo do tempo. Só que o primeiro lance condiciona os seguintes. Paulo Henrique – Dava uma tacada e depois arrumava a casa? Nassif – Isso. Dos dois pontos que saíram da previsão do Plano, o déficit em conta corrente apareceu muito antes do que se esperava, em dezembro. E quando teve o déficit teve uma pressão por desvalorização. Aí, o Edmar Bacha e o Gustavo (Franco) disseram “não, o câmbio tem que ir pra 0,70″. O Pérsio fica escandalizado: “Como, vocês são malucos?”. Isso está no livro da Maria Clara. E depois teve a crise do México. Em dezembro, de 94 a crise do México provocou pequenos movimentos de câmbio aqui que levaram a prejuízos de mais de 100 milhões de dólares para o pessoal que estava na ponta vendida. E teve um seminário lá no Banco Central… Paulo Henrique – Aí, o André perdeu dinheiro?

    Nassif – Não sei. Teve uma leve oscilação ali. Porque o que ocorreu ali foi que teve um seminário no BC do Rio em que o Francisco Gros – olha a coincidência, naquele dia eu tinha escrito sobre a crise mexicana – ele faz uma apresentação em que diz que na avaliação do JP Morgan, onde ele trabalhava, o México era o país de menor risco na América Latina. Provocou uma gargalhada geral. Você ficava sem entender, não era possível ele dizer que o câmbio tinha que ir para 0,70, que o déficit tinha que ser o dobro, que o México era o país com o menor risco… Era muita batatada para um pessoal tão competente, entendeu?

    Paulo Henrique – Na verdade, era um “business plan”?

    Nassif – A hipótese que deu para fechar ali foi que se deu um primeiro movimento e depois se perdeu o controle. Naquele período eles estavam absolutos no pedaço. Paulo Henrique – Eles eram os gênios da República, A Nova Renascença, como diz você. Fernando Henrique chamou de A Nova Renascença.

    Nassif – Fernando Henrique tinha saído candidato à Presidência, o Ricupero assumiu sem entender as tecnicalidades… Paulo Henrique – E o Fernando Henrique sabia?

    Nassif – Acho que o pecado dele foi lá na frente, na hora de corrigir o erro. Paulo Henrique – Você entrevistou o FHC. Ele dá a sensação de que sabia, dominava essa questão?

    Nassif – Todos os pontos que eu perguntei, que eram pontos centrais desse modelo – compra de reservas cambiais, o fato de você estimular a fuga do grande capital de volta – ele dizia que não tinha sido consultado. Paulo Henrique – Ele não tinha sido consultado? Ele era consultado para que ?

    Nassif – Por exemplo, vamos pegar um ponto grave. Em dezembro ele já eleito, o Serra indicado ministro do Planejamento. Já se sabia que ele e Pérsio queriam mudar o câmbio, inclusive pensam até em pedir ao Itamar Franco para fazer uma desvalorização nos moldes do que o Sarney fez a pedido do Collor. A crise do México atrapalhou. Nos últimos dias do ano o BC faz uma emissão de títulos com clausula cambial. Qual a lógica disso? Paulo Henrique – E como o Fernando Henrique explica isso?

    Nassif – Ele dizia que não tinha sido consultado.

    Paulo Henrique – Quer dizer que o BC e o Ministério da Fazenda operavam à revelia do Presidente?

    Nassif – Naquele segundo semestre, o Itamar ainda era o Presidente. Eles pegavam o freio nos dentes. Primeiro, entrou o Ricupero e pegou o bonde andando. Depois entrou o Ciro Gomes, que não entendia também das tecnicalidades, e eles convenceram o Ciro a manipular aquele discurso de que quem era a favor da mudança do cambio era inimigo da pátria. Foi uma violência, você lembra. Aí eu pensava: será que estão fazendo isso para queimar o Serra, que era a favor da mudança ? Mas era muita virulência, ia queimar o Ciro, e ele entrou de cabeça…

    Paulo Henrique – Mas peraí, quando houve a crise do México o Presidente era o Fernando Henrique. Nassif – Sim, mas a crise começou a dar sinais em novembro, dezembro. Já tinha todos os sinais de que ia quebrar. Agora, você tem um outro movimento complicado, em março, quando se resolve mudar o câmbio. O Pérsio faz um movimento de mudança do câmbio e o Gustavo dá sinais para o mercado contraditórios e provoca uma fuga de recursos.

    Paulo Henrique – Você entrevistou o Gustavo Franco?

    Nassif – Eu entrevistei o Gustavo sim…

    Paulo Henrique – E ele disse o que dessa sua tese? Nassif – Que havia um risco de inflação. Quando eu entrevistei ele não tinha saído o livro da Maria Clara. Paulo Henrique – Você entrevistou o André?

    Nassif – Não.

    Paulo Henrique – Você tem medo que ele te processe?

    Nassif – Os ganhos do Matrix são ganhos públicos, tem balanços, tem tudo aí. Paulo Henrique – Você conhece, evidentemente, o papel do André. Eu assisti a isso numa solenidade em Toronto, na negociação final da dívida externa brasileira, em que o André, ele durante a solenidade, participa da equipe brasileira que assina a renegociação da dívida externa e, a partir de certo ponto, ele se senta na platéia – já tendo comunicado que deixava o governo naquele instante – se senta como banqueiro. Eu estava sentado ao lado de um diretor do Citibank, que me perguntou assim: “você sabe qual dos dois chapéus o André usa? Se o chapéu de autoridade monetária ou o chapéu de banqueiro, como eu?”. Nassif – Então faltou te entrevistar, Paulo Henrique. Paulo Henrique – Na dívida externa o André deve ter desempenhado também um duplo papel… Nassif – Na dívida externa você faz os contatos, você cria um relacionamento amplo. E no começo dos anos 90, já estava claro qual seria o negócio do século para esses bancos de investimento: seria a reciclagem da poupança brasileira que estava lá fora. É a poupança que se manda nos anos 80, desde o início, com o caso Tieppo, depois do bloqueio do Collor, ela vai inteira pra lá. Então, eu diria que a intenção inicial desses bancos era fazer a reciclagem dessa poupança.. Esse foi um grande negócio. Mas, no meio do caminho, de repente, você a tem a chance de ganhar com a apreciação do Real, uma apreciação que ninguém esperava e que compromete todo o restante. Paulo Henrique – Que faz, inclusive, com que o Brasil tenha essa dívida interna hoje brutal. Agora, uma última pergunta Nassif, qual foi o papel do André na formulação do Plano Real? Nassif – Ele fez parte do núcleo central. Os caras que tinham melhor estudado o tema eram o Pérsio e o André. Paulo Henrique – O famoso ensaio “Larida”. André Lara e Pérsio Arida, não ? Nassif – Isso. Isso. O Gustavo Franco entra no meio do caminho sem ter ainda a cancha dos dois, mas o Gustavo sempre foi o mais organizado, o cara que sistematizava. Mas o André foi fundamental. No começo ele queria que fosse um “currency board”, que nem teve na Argentina de Domingos Cavallo. Agora, o interessante é que quando você pega os estudos prévios, a única coisa que não aparece nesses estudos é o essencial: o modelo da monetização, como vai ser a compra de reservas cambiais. É o que dá a base para você esmagar o setor interno da economia, aquele que não tinha acesso ao dólar. E dá todo o espaço possível ao setor que tinha acesso aos dólares. Quando você pega todos os pontos – como os bancos comerciais são afastados disso, você tem primeira apreciação do câmbio, tem a segunda desvalorização do câmbio. Depois que você chega naquela posição, vê que está tudo arrebentado … não dá para você ficar no mero erro teórico …

    Paulo Henrique – Ainda mais com mentes privilegiadas como essas…

    Nassif – Paulo, eu sou um jornalista econômico. Em 94 e 95 eu tenho todas as minhas colunas prevendo isso. E eles com o conhecimento deles e tudo mais e todas as ferramentas do Banco Central, todos os números na mão tinham mão previram ? Depois, quando você pega os estudos prévios, estava tudo lá: “pode acontecer isso, isso e aquilo. E pode ameaçar o plano. Então, para isso, isso e aquilo nós vamos tomar essa, essa e essa medida”. E quando você termina o período todo, nenhuma medida foi tomada e todos os pontos que eles apontavam como vulnerabilidade da economia tinham piorado por conta dessa decisão, desse modelo de remonetização da economia. Paulo Henrique – Quer dizer que o Presidente Fernando Henrique não era consultado?

    Nassif – Não, em nada.

    Paulo Henrique – Nada?

    Nassif – Em nada. *******************************************

    Leia também: GOLPE DO PLANO REAL MERECE UMA CPI? por Paulo Henrique Amorim . 
    O livro “Os Cabeças-de-Planilha”, de Luís Nassif, revela que pelo menos um dos formuladores do Plano Real, André Lara Resende, se beneficiou da inesperada e equivocada sobrevalorização do Real, no lançamento do Plano. 
    . O internauta Evaristo Almeida fez o seguinte comentário: “O conteúdo desse livro é motivo para uma CPI. Somente no Brasil com uma mídia conservadora (e golpista) esse pessoal que ficou rico ás custas da sociedade brasileira continua impune. A riqueza do Lara Resende é diretamente ligada ao crescimento exponencial da dívida brasileira, que só em juros paga anualmente mais de R$ 160 bilhões. O dinheiro usado para levar cavalos para a Inglaterra ou para adquirir Ferraris do André Lara Resende era o destinado à educação e á saúde que teriam beneficiado milhões de brasileiros. Agora eles contam com o silêncio da mídia que foi cúmplice nesse saque ao país. E o Fabio Giambiagi quer tirar o dinheiro das aposentadorias dos velhinhos, se não fosse trágico, seria cômico. É ISSO”. 
    . O Conversa Afiada considerou que o comentário faz muito sentido porque seria uma CPI com objeto claramente determinado: apurar se no lançamento do Plano Real a valorização do Real foi um erro ou um golpe para enriquecer André Lara Resende e outros donos de bancos de investimento, conforme denúncia do livro “Os Cabeças-de-Planilha”, de Luís Nassif. 
    . O Conversa Afiada considera que deveriam depor André Lara Resende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Pérsio Arida, Edmar Bacha, Winston Fristch, José Serra e finalmente o Farol de Alexandria, Fernando Henrique Cardoso. 
    . O Conversa Afiada enviou a íntegra da entrevista de Luís Nassif e perguntou: “O(a) senhor(a) vai pedir a instalação de uma CPI do Plano Real?”, às seguintes lideranças do Congresso: 
    Luiz Sérgio (PT-RJ) – Líder do PT na Câmara 
    Arthur Virgilio (PSDB-AM) – Líder do PSDB no Senado 
    José Agripino (DEM-RN) – Líder do DEM (antigo PFL) no Senado 
    Ideli Salvatti (PT-SC) – Líder do PT no Senado 
    Romero Jucá (PMDB-RR) – Líder do governo no Senado 
    Júlio Redecker (PSDB-RS) – Líder da oposição na Câmara 
    Rodrigo Maia (DEM-RJ) – Presidente Nacional do DEM 
    José Múcio Monteiro (PTB-PE) – Líder do Governo na Câmara 
    Mario Negromonte (PP-BA) – Líder do PP na Câmara 
    Márcio França (PSB-SP) – Líder do PSB na Câmara 
    Marcelo Ortiz (PV-SP) – Líder do PV na Câmara 
    Chico Alencar (PSOL-RJ) – Líder do PSOL na Câmara 
    Renildo Calheiros (PCdoB-PE) – Líder do PCdoB na Câmara 
    Fernando Coruja (PPS-SC) – Líder do PPS na Câmara Luciano Castro (PR-RR) – Líder do PR na Câmara Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) – Líder do PSDB na Câmara 
    Onyx Lorenzoni (DEM-RS) – Líder do DEM na Câmara 
    Francisco Dornelles (PP-RJ) – Líder do PP no Senado 
    Renato Casagrande (PSB-ES) – Líder do PSB no Senado 
    José Nery (PSOL-PA) – Líder do PSOL no Senado 
    Inácio Arruda (PCdoB-CE) – Líder do PCdoB no Senado 
    João Ribeiro ( PR-TO) – Líder do PR no Senado 
    Epitácio Cafeteira (PTB-MA) – Líder do PTB no Senado 

    Respostas: Fernando Coruja (PPS-SC) – Líder do PPS na Câmara: “Concordamos com a instalação de toda CPI que obedeça aos requisitos constitucionais: fato determinado, prazo de funcionamento dos trabalhos e número de integrantes da comissão. Inclusive, concordamos com a imediata instalação da comissão. A posição do PPS sempre foi a de instituir instrumentos que possibilitem a ampla investigação no Legislativo”. 
    Romero Jucá (PMDB-RR) – Líder do governo no Senado: Não. Segundo a assessoria de imprensa, o senador Romero Jucá, líder do governo no Senado, acha que as CPIs, de um modo geral, são um instrumento necessário e legítimo do Congresso Nacional. Do ponto de vista do governo, não há nenhum obstáculo a qualquer tipo de CPI, mas a discussão no Congresso deve caminhar em torno das propostas de crescimento e desenvolvimento do país. O que ocorre com as Comissões Parlamentares de Inquérito é que, muitas vezes, elas desviam o interesse do desenvolvimento para somente o interesse da investigação. 
    Epitácio Cafeteira (PTB-MA) – Líder do PTB no Senado: Segundo a assessoria de imprensa do senador, Epitácio Cafeteira não vai se pronunciar. 
    Ideli Salvatti (PT-SC) – Líder do PT no Senado: Não. Por enquanto esse assunto não está sendo discutido na bancada PT no Senado, informou a assessoria de imprensa da senadora. 

    (*) O amigo navegante só pode recuperar essa entrevista porque Marcos Bitelli, advogado de Paulo Henrique Amorim, conseguiu na Justiça impedir um ato de “limpeza ideológica”, à da “limpeza étnica” que se praticou mais recentemente na antiga Iugoslávia. Paulo Henrique Amorim trabalhava no IG, quando Caio T. (“T” de Tartufo) Costa tirou o site do Paulo Henrique do ar com o objetivo de limpar seus vestígios. Em 24 horas, Bitelli conseguiu da Justiça que os advogados de PHA entrassem no IG e recuperassem o trabalho dele de dois anos com a ajuda de uma tropa da Polícia Militar, se necessário fosse. Caio T. (“T” de Tartufo) é professor de Ética no jornalismo. Viva o Brasil !

    Em tempo: PHA encaminhou ao Ministério Público Federal uma cópia desses dois textos sobre o papel edificante de André Lara Resende e Fernando Henrique Cardoso.

    Em tempo2, de 4 de fevereiro de 2013: não houve CPI, o Ministério Público não investigou nada, o André virou defensor do “verde” e da “sustentabilidade”. FHC continua a ser levado a sério. E Nassif é perseguido pela Justiça. Viva o Brasil ! PHA

    http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/02/04/fhc-marx-gabeira-e-andre-lara-resende/

  16. Continuo sem entender a Erundina

    Que que ela tá fazendo lá???

     

    Por que não faz agora o que fez qdo da ocasião da foto do haddad com Maluf??????

    Será que é pela importância do cargo? Tipo, “serei moralista ao extremo com uma “reles” prefeitura, mas minha moral não precisa ser tão seletiva se o cargo for presidencial”..

    Erundina, procure o PIG e dê uma entrevista dizendo que com Neca, Itaú, Bonhausen, Lara Resende, etc não dá e vc sai fora por uma questão de coerência. Se a sra achou uma foto com um antigo adversário tão indecente assim, então agora tem muitos mais motivos pra deixar essa barca desgovernada.

    Estamos esperando, prefeita

     

    Daqui a pouco aparece aqui algum “IDEALISTA” dizendo que eu venho aqui patrulhar as pessoas…. Em outras palavras, querem o direito de dizer qualquer idiotice sem terem de arcar com um discurso que os desmascare e exiba suas incoerẽncias.. Ok, eu conheço bem esse tipo de comentador…

  17. Marina Silva a marionete : quem está por trás

    Pra entender Marina Silva não se deve olhar suas “propostas”, porque ela pode falar o que quiser.

    Para entender pra onde irá Marina Silva deve-se saber quem são as pessoas que estão em seu grupo. Além de ter uma equipe econômica formada pela dona do banco Itaú, Neca Setúbal, que nem brasileira é, tem também o André Lara Resende, playboy velho, multimilionário que ganhou uma fortuna do dia pra noite com a criação do Plano Real, do qual ele mesmo foi um dos formuladores, dono de banco e raposa do mercado financeiro.

    Os brasileiros vão deixar esses abutres tomarem conta da nossa economia?

    1. andre lara resende com Marina

      Competente? Com informação privilegiada qualquer um é… Mantega é ruim mesmo, mas esses caras não são confiáveis também: leia o texto.

  18. Já sei, vamos ficar com os

    Já sei, vamos ficar com os Amigos de Sarney, Maluf, Renan Calheiros, Collor, … Tudo gente boa!!! kkkkkkkkkkk

    Num vou nem falar dos cumpanheiros que estão vendo o sol nascer quadrado, só gente da melhor qualidade!!

    Já temos uma marionete no país, ou alguém têm dúvida disso? O engraçado é que Marina só deixou de prestar quando não quiz corromper seus ideais e pulou fora do PT.

  19. O PRINCIPAL GESTOR FINANCEIRO
    O PRINCIPAL GESTOR FINANCEIRO DE MARINA É ANDRÉ LARA RESENDE O MESMO DO CONFISCO DA POUPANÇA DO COLLOR . Foi ele que arquitetou o Plano Cruzado, durante o governo do ex-presidente Sarney (1986), numa tentativa fracassada de combater a inflação, o ex-presidente Fernando Collor de Melo afirma que André foi um dos que defendeu o confisco das poupanças, pois indicava que com a elevada liquidez do mercado financeiro brasileiro, a solução técnica era adequada apesar de politicamente ser considerada “impossível”.Marina Presidente!- Poupança confiscada novamente!Via Wikipédia 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador