Apoio ao impeachment arruinou chances de Marina, diz fundador da Rede

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Divulgação
 
 
Jornal GGN – O apoio ao impeachment de Dilma Rousseff, num contexto em que as pedaladas fiscais foram questionadas até mesmo por um procurador da República incumbido de analisar o suposto crime de responsabilidade fiscal, pode ter arruinado as chances de Marina Silva em 2018. É o que avalia o cientista político e antropólogo Luiz Eduardo Soares, fundador e ex-membro da Rede Sustentabilidade.
 
Em entrevista à BBC Brasil, Soares disse que quando Marina decidiu apoiar o impeachment, rompeu o compromisso com a democracia e, portanto, perdeu votos na esquerda.
 
“Ela tinha sempre se manifestado contrária. O (deputado Alessandro) Molon entrou para o partido depois que ela se comprometeu a ser contrária. E uma semana antes da votação, ela se pronunciou a favor do impeachment, sem nos consultar. E pior ainda, a direção do partido, que era contrária ao impeachment, mudou de posição menos de 24 horas depois, para não deixá-la só. Isso é o retrato de que o partido não dispõe de instâncias autônomas”, comentou Soares.
 
“Ela hoje teria todas as condições de ser favorita nas eleições de 2018 se tivesse se mantido contra o impeachment. Poderia unificar o campo das esquerdas com um discurso palatável, capaz de suscitar respeito entre eleitores do centro, e a população evangélica também se reconheceria nela. Ela viria com um potencial eleitoral muito grande”, avaliou.
 
Para o analista, 2018 ainda é um quadro incerto, com candidaturas dependendo da empreitada – ou não – de Lula. Segundo Soares, o ex-presidente tem um patrimônio extraordinário que erodido pela Lava Jato. Joao Doria (PSDB) é um aventureiro que não merece crédito; Geraldo Alckmin é melhor que Doria, mas no PSDB terá dificuldade para se eleger, com tantas denúncias. Jair Bolsonaro (PEN) nunca foi cobrado sobre uma agenda para o Brasil e talvez não resista a isso. Ciro Gomes (PDT) tem “projeto com alguma substância” mas vem se comportando de maneira “errática” nos últimos anos.
 
Diante disso, Lula ainda é o que tem mais chances porque o brasileiro, em meio a tantas denúncias de corrupção, tenderá a escolher o que tem acusações mais frágeis. “Já que a categoria dos políticos é basicamente corrupta, com raras exceções, vamos escolher entre os que produzem benefícios. Esse tipo de espírito vai acabar prevalecendo quando as questões estiverem ainda num nível de sítio, pedalinho e apartamento.”
 
Leia a entrevista completa aqui.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Marina, a rancorosa, agora paga o preço

    Rancorosa Marina, já se acreditou um dia herdeira política legítima. Surfou na velha onda de algo novo, sem jamais ter sido. As acusações contra Dilma, demonstraram apenas um ego narcísico, que jamais perdoou Lula ter escolhido Dilma. Rancorosa desferiu  ataques  pessoais contra Dilma. Ao mesmo tempo, se fez de vítima nos debates. A vitimização foi usada e abusada por aquele  a quem beijou a mão. Queria ter  sido a primeira presidenta do país. Mas como Marta Suplicy o rancor foi mais forte. Se junta  a estas,  a figura patética de um oportunista sem escrúpulos chamado Cristovão Buarque. Outro narciso, que jamais perdoou não ter sido escolhido ele mesmo como candidato a presidente. Como demonstrado, se no poder estivesse seria nada mais nada menos que um FHC . Mas ao invés  de Paris, apodrece em Brasília nos braços de quem acolheu, pois lá também não o consideram nada. Como Marina , Marta e Cristovão, não tem horizontes políticos, apenas o cemitério, e o testemunho histórico da traição e da cumplicidade num crime.

    1. Representante da esquerda? Nunca foi.

      Marina, ao meu ver, faz parte de um time incrustado em partidos de esquerda, em especial no PT, a serviço de outros interesses. Um olhar mais atento em sua trajetória e sobretudo em sua projeção internacional sem nada de substancial a justificar tanta fama deixa isso bem evidente. Foi usada para tumultuar a eleição de 2010 e de 2014, consciente do papel que lhe cabia. O surpreendente é existir políticos de expressão que ainda acreditam tratar-se de uma genuina expressão do pensamento progressista,  um nome de peso capaz de unir as esquerdas. Santa ingenuidade. Ou, sei lá …

  2. Marina e a “nova” política

    Marina Silva arruinou suas futuras candidaturas antes disso. Como é que se faz “nova política” apoiando PSDB no segundo turno? É a nova política que carrega o de pior da velha polítia: fazer qualquer tipo de aliança por poder no próximo governo, seja ele de quem for.

    1. O problema é que a tal “nova política” venceu!

      As pessoas não se deram conta do que é, na verdade, a tal “nova política” da Marina, porque, de fato, essa “coisa” foi a grande vencedora das eleições de 2014, e, suspeito, mantenha até hoje seu rastro de validade.

      A “nova política”, na realidade, é uma forma de antipolítica. É isso que está no coração do “marinismo”. À época das eleições, eu publiquei esse artigo, para quem quiser saber mais: http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2014/10/a-vitoria-da-nova-politica-2375.html.

      Quanto à figura política da Marina, essa é apenas um registro melancólico da crônica dos equívocos e torpezas que um ator político é capaz de cometer.

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