O uso panfletário das pesquisas eleitorais

Sugerido por Assis Ribeiro

Da Rede Brasil Atual

Pesquisas ou panfletagem eleitoral?

Em um regime de liberdades democráticas não há como cercear pesquisas e sua divulgação. O que se pode fazer é o questionamento quando se percebe que estão sendo usadas com fins panfletários

Pesquisas eleitorais deveriam funcionar como um termômetro: aferir medidas de forma isenta e neutra e pronto. Em vez disso, as sondagem de intenções de votos para as eleições presidenciais têm sido usadas como verdadeiros panfletos eleitorais. Como as pesquisas quase sempre são atreladas à mídia tradicional, de tendência oposicionista ao governo federal, ou a associações patronais, também simpáticas ao PSDB, o uso panfletário das pesquisas tem sido pró-Aécio Neves.

Institutos como o Datafolha recentemente incluíram nos questionários perguntas que parecem ter o efeito apenas de provocar manchetes. Em pleno bombardeio midiático contra a Petrobras, o Datafolha incluiu em seu questionário uma pergunta sobre se o pesquisado achava que havia corrupção na Petrobras. É uma pergunta sem pé nem cabeça, pois qualquer um acha que existem maçãs podres em qualquer grande órgão.

No caso da Petrobras há até quem confunda com casos de postos que adulteram a gasolina, mesmo que não sejam postos da BR Distribuidora. Se perguntar se existe corrupção na Sabesp, em tribunais, na polícia, no Metrô, em multinacionais, em bancos, em empreiteiras, os pesquisados também responderão que há corrupção. Então, a função de uma pergunta destas é apenas para criar uma manchete na linha do “Tantos por cento acham que há corrupção na Petrobras”. Justo no momento em que a oposição queria títulos como estes para emplacar uma CPI eleitoreira, e dentro da estratégia de “sangramento” (ou seja, desgaste) da popularidade da presidenta Dilma Rousseff.
Não é a única pergunta exótica que encontramos em questionários dos diversos institutos, que têm pouco ou nenhum valor, mesmo qualitativo, mas que servem para produzir manchetes que mantenham temas de interesse eleitoral da oposição no noticiário.

Outro caso polêmico recente foi uma pesquisa do Instituto Ibope. Em uma semana divulgou-se a intenção de votos, sondagem na qual se registrou queda da presidenta Dilma Rousseff em relação à pesquisa anterior. Na outra semana, como se fosse novidade, divulgaram queda da popularidade da presidenta. Tudo indica que o objetivo também foi criar manchetes em dois momentos diferentes, o que fica em conformidade com a estratégia oposicionista de “sangramento” aos poucos da popularidade da titular do Planalto.

Também há um forte questionamento sobre a ausência da opção “branco/nulos” nos discos da pesquisa induzida. Com a forte declaração da intenção de anular o voto nas pesquisas espontâneas, é um erro de metodologia omitir essa opção na pesquisa estimulada, e todos os institutos omitem. No mínimo deveriam aferir com dois discos, um sem e outro com a opção “branco/nulos” para ver se dá diferença.

Mas nada supera a desfaçatez do Instituto Sensus, em pesquisa divulgada no sábado (3) na revistaIstoÉ. A primeira extravagância da última pesquisa Sensus foi substituir os recomendáveis discos circulares com nomes dos candidatos por uma lista alfabética, onde o pré-candidato do PSDB, Aécio Neves, aparece sempre na frente dos demais. Até o jornal O Estado de S. Paulo denunciou o fato como claro favorecimento ao tucano.

A segunda extravagância foi, novamente, a data de divulgação atrasada. A pesquisa foi feita entre os dias 22 e 25 de abril, logo após a exposição de Aécio Neves na propaganda partidária do PSDB na TV e no rádio. O resultado foi segurado até o dia 3 de maio, quando divulgado, após o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff pelo dia do Trabalho, como se a pesquisa já tivesse captado este momento.

Por fim os números do Instituto Sensus contêm uma combinação possível, mas improvável. No cenário com oito candidatos, os indecisos/brancos/nulos somam 33,9%. Quando se retiram cinco candidatos, reduzindo a pesquisa a três, é óbvio que quem não escolheu um dos três nomes na lista de oito não escolheria estes mesmos nomes na lista de três. Aliás, há quem votaria no candidato do PSOL, por exemplo, e declara intenção de voto em nenhum quando as opções ficam restritas aos três principais candidatos. Portanto, no cenário com três candidatos a faixa de indecisos/brancos/nulos deveria ser maior. Entretanto, o instituto Sensus detectou número significantemente menor, caindo para 30,4%. Uma grande distorção.

Se a pesquisa fosse repetida 100 vezes, sem qualquer manipulação, em 95 vezes o cenário com três candidatos teria mais indecisos/brancos/nulos que o cenário com oito candidatos, mostrando o quanto é improvável que esta pesquisa reflita a realidade.

Há quem acredite que os próprios números das pesquisas influenciem o eleitor. Mas neste momento a maior influência é através da produção de manchetes, seja para criar um clima de “sangramento” da popularidade da presidenta, como se ela estivesse em constante queda, seja para não desanimar apoios às candidaturas oposicionistas, como se estivessem em alta.

A combinação de noticiário excessivamente hostil ao atual governo federal combinado com aferição nas pesquisas sobre a corrida presidencial – mesmo que “heterodoxas” –,  divulgadas quase toda semana, inclusive com função de realimentar o próprio noticiário hostil, começa a ficar impossível disfarçar a aplicação da tática do “sangramento” que interessa à oposição.

Note-se que o excesso de pesquisas, mesmo ainda distante das eleições, só é divulgado sobre as eleições presidenciais. Houvesse interesse justificado de informar bem ao cidadão, haveria também esse mesmo número de pesquisas para as eleições de governadores, pelo menos de estados mais populosos, como São Paulo e Minas, o que não ocorre, pois não há o interesse e obsessão de aplicar a estratégia de “sangramento” nestes casos.

Em um regime de liberdades democráticas não há como cercear pesquisas e sua divulgação. Já existe uma regulamentação que obriga registros na Justiça Eleitoral para ficar disponível a auditorias, mas isso não é suficiente para certificar a lisura. Nada impede que questionários sejam colhidos a mais e uma parte seja invalidada, o que pode melhorar os índices de algum candidato e piorar o de outros. Uma auditoria não enxergaria esse tipo de expediente.

Por enquanto, o que é possível fazer é o questionamento quando se percebe que as pesquisas estão sendo usadas com fins panfletários, quando há as manipulações de datas de divulgação desatualizadas, e quando a contradição entre os próprios números torna-se evidente.

Redação

24 Comentários

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    1. O TSE só poderia intervir na

      O TSE só poderia intervir na questão obrigando ao uso de discos em vez de lista alfabética. Outro tipo de manipulação é impossível provar a não ser que alguém de dentro confesse, filme ou grave conversas combinando manipular. O instituto poderia até fazer questionários a mais, sumir com uma certa quantidade que interessa, e deixar os outros questionários computados disponíveis para auditoria. Os auditores não teriam acesso aos questionários sumidos, e a tabulação dos resultados bateria com os questionários arquivados.

    1. Sensus

      Luiz Eduardo,

      Tudo em pazcom vosmecê?

      Ainda não li o post.

      Uma pesquisa como esta última, feita do próprio bolso de um idealista rsrsrsr, custa em torno de 120 mil reais.

      Como a do Sensus foi um verdadeiro lixo, não duvido que ele tenha “chutado” diversos dados, o que não traria qualquer problema para o resultado final esperado..

      Um abraço

       

        1. Algumas custam bem mais

          acho que podem ir de 200 a 300 mil.

          Isso pode acontecer com algumas do Datafolha com questionários longuíssimos (os pesquisadores conseguem fazer menor número cada um por dia de trabalho) e com muitas segmentações (como quando além de perguntar idade, sexo, renda familiar e escolaridade, o mais padrão, quer se obter representatividade para questões como religião, que dá mais trabalho para encontrar respondentes e ainda se precisa pegar questionários em percentual maior que o da população para a média (que depois será normalizada à participação real na população) seja confiável.

          Senão os resultados gerais podem ser bons, mas não daria para confiar nas avaliações por subsegmento. 

          Ah, uma última curiosidade.

          Alguns institutos americanos, como o Pew Research chegam a fazer pesquisas enormes (algo como 100 mil para todo o país) e super detalhadas (além do padrão no Brasil e religião, perguntam ou atribuem raça e se a pessoa se identifica como LGBT.) Lá isso é muito relevante, pois alguns segmentos (LGBTs, afroamericanos, hispânicos, asiáticos, judeus, islâmicos) são marcadamente (acima de 2/3) democratas, não importa o candidato, o adversário ou o momento econômico. 

          Também é comum se perguntar a preferência partidária (Republicanos, Independente – os indecisos que não participam em primárias, Democrata) e de valores (conservador, moderado, liberal.) Aí os resultados são apresentados em um espectro de 9 clusters (a combinação 3 x 3) Essa metodologia está sendo adaptada para o Brasil pelo Datafolha, mas já vi duas pesquisas e achei que não leva a muita coisa. Numa delas deu o paradoxo de que eleitores de extrema-direita, direita, centro, esquerda, extrema-esquerda se distribuiam quase igual entre Dilma e Serra. Ou seja, pareceu que as perguntas feitas para classificar as pessoas não eram capazes de realmente diferenciar.

    2. Como Alfredo falou abaixo

      é de R$ 50 a R$ 100 por questionário. E uma pesquisa para ter margem de erro pequena (2 a 3%) precisa ter uns 2 mil questionários.

      Nos EUA, apesar de país maior e mais rico são mais econômicos. Eles fazem com frequência pesquisas com perto de 1 mil questionários e margem de erro bem maior, como 5 ou 6%. Mas como lá sempre são só dois candidatos e tem 8 ou 10 institutos principais, o comum é analistas acompanharem o que se chama pool of the pools, a média de pesquisas.

      Eu acompanhei as eleições de 2012 (sou fã de Obama) e li bastante coisa na época no site RealClearPolitics.

      Lá se fala muito de indução de voto na urna, com aquele problema tão americano de cada estado determinar que tipo de documento as pessoas podem usar. Como o voto é facultativo tem estados que impõem casuísmos para reduzir a presença.

      Também há a questão que nem sempre a totalização é eletrônica (como na famosa eleição da Flórida de 2000 que deu vitória a Bush por 2 mil votos)

      Agora, o que é curioso, é que não lembro de em nenhum momento ter lido questionamentos sobre procedimentos de institutos. Só se fala mesmo que as margens de erro são muito grandes, mas que com as médias isso se compensa.

      Voltando ao Brasil, tanto Ibope como Datafolha fazem de tempos em tempos (como a cada 3 ou 4 meses) pesquisas enormes, com 10 mil questionários. Elas são grandes assim para dar resultados por estado aceitáveis e, ao mesmo tempo, são as melhores para o resultado nacional, que ficam com bem menor margem de erro nesse caso.

  1. Um resumo perfeito de como se

    Um resumo perfeito de como se manipulam pesquisas.

    As armações são muitas, otário são os eleitores,  tudo com aval da nossa justiça.

  2. Chega a ser cansativo…

    Chega a ser cansativo… Quando a pesquisa favorece oPT, voces exaltam, quando desfavorece o PT, vcs tentam descontruir.

    Mais do mesmo. Não mudam nunca.

    1. AI AI AI AI AI
       
      Ainda não vi

      AI AI AI AI AI

       

      Ainda não vi nenhuma pesquisa que manipula em favor do PT, poderia cita apenas uma?

       

       

  3. Ué!
    Quando a falaciosa auto

    Ué!

    Quando a falaciosa auto suficiência em petróleo, mentirosa, hoje sabe-se, foi utilizada como feito do PT para eleger Dilma, era o que além de mentira?

    Quando o PT pregou em FHC a imagem de que ele queria vender a Petrobrás era o que além de mentira?

    Não utilizaram a Petrobrás para fins eleitorais?

    Quando o Vox Populi registrou sua mais recente pesquisa, feita e tabulada 10 dias antes do registro, dando 40% para Dilma foi o que?

    Não querer que a Petrobrás, que está sendo debulhada pelo PT, seja assunto eleitoral, é choro de criança no colinho da vovó, depois de pego dando nó no rabo do gato.

    Se o PT estatista acha que a Petrobrás é bem administrada que defenda seu legado!, se tem corrupção na SABESP, aponte!

    De resto, basta que o Vox publique resultados diferentes e com metodologia clara, se não publica é porque a Posta do Lula tem um governo e intenções de voto igualmente mediocres…

     

     

  4. Lula, a Posta, a eleição e o

    Lula, a Posta, a eleição e o uso não eleitoreiro da pseudo e mentirosa autossuficiência!

    2010 foi uma festa!

     

    1. Você deve gostar mesmo é disto!

      http://arquivososriosdobrasil.blogspot.com.br/2010/01/baia-de-guanabara-rj-petrobras-uma.html

       

      VAZAMENTO DE 1,3 Mi DE ÓLEO NA BAÍA DE GUANABARA

       “10 ANOS SEM SOLUÇÃO”Baía de Guanabara – RJ

       PETROBRAS: Uma História de “destruição” e “descaso”
      com à Baía de Guanabara.

      Na madrugada de 18 de Janeiro de 2000, o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo bruto de um duto da Refinaria da Petrobras em Duque de Caxias (REDUC), transformou a Baía de Guanabara num mar espesso e morto.

      A mancha de óleo se estendeu por uma faixa superior a 50 quilômetros quadrados, atingindo o manguezal da área de proteção ambiental (APA) de Guapimirim e váreas praias banhadas pela Baía de Guanabara.

      E em poucas horas, manguezais e a fauna da região sucumbiram à contaminação e com isso os pescadores perderam o sustento.

      O vazamento provocou danos irreparáveis ao meio ambiente, com grandes reflexos na economia das famílias de pescadores e catadores de caranguejos.

      Até hoje os poucos pescadores que ainda pescam na Baía de Guanabara, verificam uma queda na produção superior à 70% da captura do pescado, sem falar que após o desastre ambiental de 2000, muitas espécie de peixes desapareceram, muitos pescadores trazem as redes de pesca sujas de óleo, que ficou depositado no fundo da Baía de Guanabara até a data de hoje se verifica muito óleo bruto no interior dos manguezais.

      A Refinaria Duque de Caxias – REDUC, é responsável pelo lançamento de quantidades expressivas de poluentes em nossa Baía , com elevada carga de derivados de Petróleo e Metais Pesados, sem falar que hoje o que se ver é uma Baía de Guanabara agonizando, cada vez mais poluída, com dutos submarinos, grandes Terminais, Pier’s e navios transportando Gás e Petróleo.

      No ano de 2005, O juiz Rogério Souza, da 20ª Vara Cível do Rio de Janeiro, levou em consideração o parecer do perito Moyses Alberto Mizrahy, referente ao vazamento de óleo da Refinaria da Petrobras no ano de 2000 . De acordo com o laudo, “o acidente não foi uma fatalidade, mas o resultado de má falha de gerenciamento, de uma sistemática subestimação dos riscos ambientais e da resistência tenaz a mecanismos de controle ambiental e social”.
      Ainda segundo o laudo, “as comunidades que tiravam seu sustento de atividades ligadas, direta ou indiretamente, à boa qualidade das águas da Baía de Guanabara, tais como a pesca e o turismo, foram muito prejudicadas, quer pela contaminação dos peixes e crustáceos, quer pela inviabilização do turismo local”.

      “A lei 6.938/81 dispõe, em seu art.4º, inciso VII, que a Política Nacional de Meio Ambiente visará à imposição ao poluidor e predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados”.

      No dia 18 de Janeiro de 2010, completou 10 anos da maior Catástrofe Ambiental na história do Brasil, dia em que o “Grupo Homens do Mar”, organizou um grande Ato com várias Entidades e Lideranças de Pescadores da Baía de Guanabara em frente ao prédio da Petrobras na Av. Chile, Centro do Rio de Janeiro.
      Lá os pescadores reunidos em protestos foram recebidos por Diretores e Gerentes ligados ao Gabinete do Presidente da Petrobras “Sergio Gabriele”; em reunião ficou acertado a criação de uma mesa de diálogo com os Pescadores e a Petrobras, assim marcado um próximo encontro para a semana seguinte, onde será dado uma primeira resposta as reivindicações dos pescadores.

      “GRUPO HOMENS DO MAR DA BAÍA DE GUANABARA”, defendendo o MEIO AMBIENTE e aqueles que sempre o utilizaram em HARMÔNIA de maneira SUSTENTÁVEL; “O PESCADOR ARTESANAL”.

      GALERIA DE FOTOS :


       clique para retornar ao blog SOS rios do Brasil   Postado por às 17:31 

       

    2. Curioso dados de acidente da petrobras
      O período FHC /PSDB foi uma maravilha. Que competência! http://ambientes.ambientebrasil.com.br/energia/acidentes_ambientais/principais_acidentes_com_petroleo_e_derivados_no_brasil.html 

      Principais Acidentes com Petróleo e Derivados no Brasil

      Principais acidentes com petróleo e derivados no Brasil

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      Março de 1975 – Um cargueiro fretado pela Petrobrás derrama 6 mil toneladas de óleo na Baia de Guanabara.Outubro de 1983 – 3 milhões de litros de óleo vazam de um oleoduto da Petrobrás em Bertioga.Fevereiro de 1984 – 93 mortes e 2.500 desabrigados na explosão de um duto da Petrobrás na favela Vila Socó, Cubatão – SP.Agosto de 1984 – Gás vaza do poço submarino de Enchova (Petrobrás): 37 mortos e 19 feridos.Julho de 1992 – Vazamento de 10 mil litros de óleo em área de manacial do Rio Cubatão.Maio de 1994 – 2,7 milhões de litros de óleo poluem 18 praias do litoral norte paulista.10 de março de 1997 – O rompimento de um duto da Petrobrás que liga a Refinaria de Duque de Caxias (RJ) ao terminal DSTE-Ilha D´Água provoca o vazamento de 2,8 milhões de óleo combustível em manguezais na Baía de Guanabara (RJ).21 de julho de 1997 – Vazamento de FLO (produto usado para a limpeza ou selagem de equipamentos) no rio Cubatão (SP) – Petrobrás.

       

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      16 de agosto de 1997 – Vazamento de 2 mil litros de óleo combustível atinge cinco praias na Ilha do Governador (RJ) – Petrobrás.13 de outubro de 1998 – Uma rachadura de cerca de um metro que liga a refinaria de São José dos Campos ao Terminal de Guararema, ambos em São Paulo, causa o vazamento de 1,5 milhões de litros de óleo combustível no rio Alambari. O duto estava há cinco anos sem manutenção. Petrobrás.6 de agosto de 1999 – Vazamento de 3 mil litros de óleo no oleoduto da refinaria da Petrobrás que abastece a Manaus Energia (Reman) atinge o Igarapé do Cururu (AM) e Rio Negro. Danos ambientais ainda não recuperados.24 de agosto de 1999 – Na Repar (Petrobrás ), na grande Curitiba houve um vazamento de 3 metros cúbicos de nafta de xisto, produto que possui benzeno. Durante três dias o odor praticamente impediu o trabalho na refinaria.29 de agosto de 1999 – Menos de um mês depois, novo vazamento de óleo combustível na Reman, com a poluição de pelo menos mil metros. Pelo menos mil litros de óleo contaminaram o rio Negro (AM) – Petrobrás.Novembro de 1999 – Falha no campo de produção de petróleo em Carmópolis (SE) provoca o vazamento de óleo e água sanitária no rio Siriri (SE). A pesca no local ficou prejudicada após o acidente (Petrobrás).18 de janeiro de 2000 – O rompimento de um duto da Petrobrás que liga a Refinaria Duque de Caxias ao terminal da Ilha d’Água provocou o vazamento de 1,3 milhão de óleo combustível na Baía de Guanabara. A mancha se espalhou por 40 quilômetros quadrados. Laudo da Coppe/UFRJ, divulgado em 30 de março, concluiu que o derrame de óleo foi causado por negligência da Petrobras, já que as especificações do projeto original do duto não foram cumpridas.28 de janeiro de 2000 – Problemas em um duto da Petrobrás entre Cubatão e São Bernardo do Campo (SP), provocam o vazamento de 200 litros de óleo diluente. O vazamento foi contido na Serra do Mar antes que contaminasse os pontos de captação de água potável no rio Cubatão.17 de fevereiro de 2000 – Transbordamento na refinaria de São José dos Campos (SP) – Petrobrás, provoca o vazamento de 500 litros de óleo no canal que separa a refinaria do rio Paraíba.11 de março de 2000 – Cerca de 18 mil litros de óleo cru vazaram em Tramandaí, no litoral gaúcho, quando eram transferidos de um navio petroleiro para o Terminal Almirante Soares Dutra (Tedut), da Petrobras, na cidade. O acidente foi causado pelo rompimento de uma conexão de borracha do sistema de transferência de combustível e provocou mancha de cerca de três quilômetros na Praia de Jardim do Éden.16 de março de 2000 – O navio Mafra, da Frota Nacional de Petróleo, derramou 7.250 litros de óleo no canal de São Sebastião, litoral Norte de São Paulo. O produto transbordou do tanque de reserva de resíduos oleosos, situado no lado esquerdo da popa. A Cetesb multou a Petrobras em R$ 92,7 mil.26 de junho de 2000 – Nova mancha de óleo de um quilômetro de extensão apareceu próximo à Ilha d’Água, na Baía de Guanabara. Desta vez, 380 litros do combustível foram lançados ao mar pelo navio Cantagalo, que presta serviços à Petrobras. O despejo ocorreu numa manobra para deslastreamento da embarcação.16 de julho de 2000 – Quatro milhões de litros de óleo foram despejados nos rios Barigüi e Iguaçu, no Paraná, por causa de uma ruptura da junta de expansão de uma tubulação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar – Petrobrás). O acidente levou duas horas para ser detectado, tornando-se o maior desastre ambiental provocado pela Petrobras em 25 anos.Julho de 2000 – Fernandez Pinheiro – na região de Ponta Grossa : Um trêm da Companhia América Latina Logística – ALL, que carregava 60 mil litros de óleo diesel descarrilhou. Parte do combustivel queimou e o resto vazou em um córrego próximo ao local do acidente.Julho de 2000 – Fernandez Pinheiro – na região de Ponta Grossa (uma semana depois): Um trêm da Companhia América Latina Logística – ALL, que carregava 20 mil litros de óleo diesel e gasolina descarrilhou. Parte do combustível queimou e o resto vazou em área de preservação permanente. O Ibama multou a empresa em 1,5 milhão.23 de setembro de 2000 – Morretes: Um trêm da Companhia América Latina Logística – ALL, com trinta vagões carregando açúcar e farelo de soja descarrilhou, deixando vazar quatro mil litros de combustível no córrego Caninana.Novembro de 2000 – 86 mil litros de óleo vazaram de um cargueiro da Petrobrás poluindo praias de São Sebastião e de Ilhabela – SP.Janeiro de 2001 – Um acidente com o Navio Jéssica causou o vazamento de mais de 150 mil barris de combustível no Arquipélago de Galápagos.16 de fevereiro de 2001 – Rompe mais um duto da Petrobrás, vazando 4.000 mil litros de óleo diesel no Córrego Caninana, afluente do Rio Nhundiaquara, um dos principais rios da região. Este vazamento trouxe grandes danos para os manguezais da região, além de contaminar toda a flora e fauna. O Ibama proibiu a pesca até o mês de março.14 de abril de 2001 – Acidente com um caminhão da Petrobrás na BR-277 entre Curitiba – Paranaguá, ocasionou um vazamento de quase 30 mil litros de óleo nos Rios do Padre e Pintos.15 de abril de 2001 – Vazamento de óleo do tipo MS 30, uma emulsão asfáltica, atingiu o Rio Passaúna, no município de Araucária, Região Metropolitana de Curitiba.20 de maio de 2001 – Um trem da Ferrovia Novoeste descarrilou despejando 35 mil litros de óleo diesel em uma Área de Preservação Ambiental de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.30 de maio de 2001 – O rompimento de um duto da Petrobrás em Barueri em São Paulo, ocasionou o vazamento de 200 mil litros de óleo que se espalharam por três residências de luxo do Condomínio Tamboré 1 e atingiram as águas do Rio Tietê e do Córrego Cachoeirinha.15 de junho de 2001 – A Construtora Galvão foi multada em R$ 98.000.00 pelo vazamento de GLP (Gás liquefeito de petróleo) de um duto da Petrobrás, no km 20 da Rodovia Castelo Branco, uma das principais estradas do Estado de São Paulo. O acidente foi ocasionado durante as obras da empresa que é contratada pelo governo do Estado, e teve multa aplicada pela Cetesb – Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental.08 de agosto de 2001 – O barco pesqueiro Windy Bay chocou-se em uma barreira de pedras e derramou 132.500 litros de óleo diesel. O acidente ocorreu na Baía de Prince Willian Sound no Sul do Alasca – EUA, no mesmo local da grande catástrofe ambiental ocasionado pelo Navio Exxon Valdez.11 de agosto de 2001 – Um vazamento de óleo atingiu 30 km nas praias do litoral norte baiano entre as localidades de Buraquinho e o balneário da Costa do Sauípe. A origem do óleo é árabe.15 de agosto de 2001 – Vazamento causado por navios que despejam ilegalmete seus depósitos de óleo atingiu mais de 200 pingüins, perto da costa da Argentina.15 de agosto de 2001 – Vazamento de 715 litros de petróleo do navio Princess Marino na Baía de Ilha de Grande, Angra dos Reis – Rio de Janeiro.20 de setembro de 2001 – Vazamento de gás natural da Estação Pitanga da Petrobras a 46 km de Salvador-Bahia atingiu uma áre de 150 metros em um manguezal .05 de outubro de 2001 – O navio que descarregava petróleo na monobóia da empresa, a 8 km da costa, acabou deixando vazar 150 litros de óleo em São Francisco do Sul, no litoral norte de Santa Catarina.18 de outubro de 2001 – O navio petroleiro Norma que carregava nafta, da frota da Transpetro – subsidiário da Petrobras, chocou-se em uma pedra na baía de Paranaguá, litoral paranaense, vazando 392 mil litros do produto atingindo uma área de 3 mil metros quadrados. O acidente culminou na morte de um mergulhador, Nereu Gouveia, de 57 anos, que efetuou um mergulho para avaliar as condições do casco perfurado.23 de fevereiro de 2002 – Cerca de 50 mil litros de óleo combustível vazaram do transatlântico inglês Caronia, atracado no Pier da Praça Mauá, na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro. O óleo foi rapidamente contido.13 de maio de 2002 – O navio Brotas da Transpetro, subsidiária de transportes da Petrobras, derramou cerca de 16 mil litros de petròleo leve (do tipo nigeriano), na baía de Ilha Grande, na região de Angra dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro. O vazamento foi provocado provavelmente por corrosão no casco do navio, que estava ancorado armazenando um tipo de petróleo leve, de fácil evaporação.12 de junho de 2002 – Cerca de 450 toneladas de petróleo vazaram nesta quarta-feira na costa de Cingapura em decorrência do choque entre um cargueiro tailandês e um petroleiro cingapuriano. De acordo com a Autoridade Marítima e Portuária (MPA) de Cingapura, o vazamento ocorreu quando um dos tanques do ‘Neptank VII´ se rompeu durante a colisão. O acidente não deixou feridos.14 de junho de 2002 – Vazamento de óleo diesel num tanque operado pela Shell no bairro Rancho Grande de Itu, no interior paulista, cerca de oito mil litros de óleo vazaram do tanque, contaminando o lençol freático, que acabou atingindo um manancial da cidade.25 de junho de 2002 – Um tanque de óleo se rompeu no pátio da empresa Ingrax, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), deixando vazar 15 mil litros da substância. O óleo que vazou é o extrato neutro pesado, um derivado do petróleo altamente tóxico, que atingiu o Rio Atuba, próximo ao local, através da tubulação de esgoto.10 de agosto de 2002 – Três mil litros de petróleo vazaram de um navio de bandeira grega em São Sebastião, no litoral norte paulista, no início da tarde de sábado. Um problema no equipamento de carregamento de óleo teria causado o despejo do produto.19 de novembro de 2002 – O navio Prestige de bandeira das Bahamas,  partiu-se ao meio provocando uma das maiores catástrofes ecológicas já vistas. O navio carregava 77 mil toneladas de óleo, e foi avariado a 250 km  da costa espanhola – Galícia, com um rombo de 10 metros no caso, abaixo da linha de flutuação. Estima-se que cerca de 10 mil toneladas de óleo vazaram e mais de  295km da costa e 90 praias foram contaminadas.

      Redação Ambientebrasil

        TagsAcidentes AmbientaisEnergiaPetróleo

       

  5. Doações para Campanha

    Artigo interessante, mas que não aborda um dos motivos principais para a manipulação de pesquisas: influenciar as doações de campanha. 

    Devido à distância das eleições, sabe-se que as pesquisas atuais pouco influenciarão os eleitores, embora exista essa clara intenção de tentar incutir esse suposto fato da trajetória descendente da Dilma.

    Um dos grandes objetivos dessas pesquisas fajutas é obter doações dos interessados em negócios futuros com o Governo.

    Afinal, aos doadores interessa saber que não realizarão “investimento” a fundo perdido, mas que há sim chance de recuperá-lo mais à frente caso o beneficiário da doação se eleja. 

    Reforma política já, com proibição de doações de pessoas jurídicas !

    1. Grandes doadores tem suas próprias pesquisas internas

      Grandes doadores não acreditam nessas pesquisas com fins panfletários. Eles fazem suas próprias sondagens para consumo interno, para conferir. Só se as pesquisas fajutas vier a impulsionar de fato o candidato, é que eles farão suas apostas em dinheiro visando ganhos futuros.

  6. Isso de haver mais indecisos com mais candidatos

    também não entendi. Seria necessário que umas 70 pessoas (uns 3% de uma amostragem de 2 mil pessoas) soubesse escolher com apenas 3 mas ficasse “perdido” com 8.

    A lógica é o contrário mesmo, o eleitor de Eduardo Jorge, Randolfe ou Pastor Everaldo pode não gostar de nenhum dos 3 principais mas quando os nomes aparecem aí se identifica. (Aliás, Eduardo Jorge é quase pré-candidato, podia aparecer na pesquisa.)

    “é óbvio que quem não escolheu um dos três nomes na lista de oito não escolheria estes mesmos nomes na lista de três”

    Aí não é bem assim. Cada eleitor pode ter ou não Plano B. Numa lista de 8 eu posso escolher Eduardo Jorge ou Randolfe, numa lista de 3 posso escolher Campos. Assim, o percentual de indecisos com 3 candidatos pode ser esperado entre maior a igual que com 8 candidatos, o estranho é quando dá menor mesmo. (Mas não impossível.)

    A questão de questionários de sobra é assim: é comum institutos pesquisarem mais do que precisam, principalmente para garantir um número mínimo para cada segmento (homem com renda familiar acima de x sm; mulher com ensino superior, etc) Só que o tratamento a ser dado é aproveitar não-seletivamente todos os questionários de uma célula e normalizá-los de acordo com o percentual que aquela célula tem na demografia brasileira. Os questionários podem sair numerados por processo mecânico (como se faz com fichas de inventário) e isso é auditável, inclusive ficam preservados os questionários rasurados ou que o entrevistado interrompeu a pesquisa.

     

  7. 1/3 do ano já se foi, e até

    1/3 do ano já se foi, e até agora nenhuma pesquisa Datafolha para governador de São Paulo e Rio de Janeiro, nenhuma pesquisa Ibope para governador de São Paulo e uma única pesquisa Ibope para governador do Rio de Janeiro, que NÃO foi encomendada pela Globo, o tradicional cliente do Ibope.

    Será que resultados ruins para Alckmin e Pezão prejudicariam a formação de alianças?

  8. O paradoxo de

    O paradoxo de Abilene

    paradoxo de Abilene define uma situação em que um grupo de pessoas se vê forçado a agir de uma forma oposta às suas preferências. No paradoxo de Abilene todos os membros do grupo deixam-se levar por uma determinada preferência, apesar de não estarem de acordo, porque pensam que todos os outros membros concordam.

    O nome do paradoxo surge a partir de uma estória em que todos os membros de uma família, estando sentados confortavelmente em sua casa, decidem ir passear a Abilene (uma cidade no Texas). A viagem foi um inferno para cada um deles, apesar de nenhum mencionar tal facto, pensando que os outros estavam a gostar. Só no regresso o problema foi levantado, mas aí era tarde de mais…

    Este paradoxo tem sido bastante estudado e explica como muitas empresas, e até mesmo países, apesar de terem recursos e boas ideias, não conseguem funcionar da melhor forma.

    No paper “The Abilene Paradox: The Management of Agreement” (pdf), de Jerry B. Harvey, é apresentada uma lista de sintomas que se revelam quando este paradoxo está instalado numa organização:

    Existem conflitos na organizaçãoOs membros da organização sentem-se frustrados, impotentes e infelizes quando tentam lidar com os conflitos. Muitos deles estão à procura de saídas. Poderão evitar reuniões onde os conflitos são discutidos, poderão estar à procura de outros empregos, ou poderão estar fora do escritório o máximo tempo possível (chegar tarde e sair cedo, baixas, viagens desnecessárias, conferências, acções de formação, etc.).Os membros da organização deitam as culpas ao chefe ou a outros departamentos ou grupos. Em conversas de corredor entre amigos o chefe é visto como incompetente, ineficaz e indisponível. Na sua presença nada é dito. Na melhor das hipóteses apenas são dadas vagas referências à sua posição relativamente aos conflitos da organização.Pequenos grupos de amigos e associados encontram-se informalmente fora da organização para discutir os conflitos. Existe bastante acordo nas ideias apresentadas para solucionar os conflitos. Estas conversas usam normalmente termos como “Devíamos fazer…”, “Se tivessemos…”, etc.Em reuniões dentro da organização esses mesmos membros não revelam totalmente as suas opiniões. Até chegam a revelar opiniões inversas só para ir ao encontro do que pensam ser a “opinião global”.Depois dessas reuniões os membros arrependem-se de não terem dito tudo o que queriam e apresentam uma lista de razões convincentes para não terem conseguido revelar as suas verdadeiras opiniões.Todas as tentativas de resolver os conflitos não resultam. Em alguns casos até pioram o problema.Fora da organização as pessoas dão-se bem, são mais felizes e mais eficazes do que dentro da organização.

    Atrevo-me a dizer que Portugal inteiro vive neste paradoxo. Toda a gente sabe o que está mal e fala disso, mas quase ninguém se queixa aos responsáveis. Pegando na letra da música “Toda a Gente” dosDa Weasel:

    (…)

    Toda a gente critica
    Toda a gente tem muita pica,
    Mas é na mesa do café que toda a acção fica,
    Não há dinheiro que pague este solzinho…
    Manda mas é vir mais um cafézinho

    (…)

     

    Qual é então a solução? Segundo Jerry B. Harvey, é necessário que um dos elementos da organização fale abertamente dentro da organização. Claro que este acto traz consequências, tanto boas como más, para esse elemento.

    Será que compensa arriscar e tentar quebrar o paradoxo?

     

  9. pesquisas
    Acho que as pesquisas nao deveriam ser divulgadas. Elas deveriam somente ser entregues aos partidos para o planejamento das campanhas.
    Mas, se tiverem que ser divulgadad, deveriam ser proividas sua divulgaçao, pelos menos, uns dez dias antes da eleicao…

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