Confronto Israel-Hamas vai remodelar política ocidental

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Para articulista do NYT, é possível verificar mudanças na forma como assunto é tratado seja pelas autoridades como pela opinião pública

Foto: Latrach Med Jamil na Unsplash

O confronto entre Israel e o grupo extremista Hamas já excedeu as barreiras do debate político ocidental há anos, mas o atual confronto tem feito com que seja possível perceber algumas mudanças na forma como o tema é analisado.

“Entre os pró-Israel nos Estados Unidos estavam três grandes facções: os Democratas sionistas, centristas e liberais; falcões neoconservadores; e os cristãos evangélicos”, diz o analista político Ross Douthat, em artigo publicado no jornal The New York Times.

“À medida em que o tema se moveu para a esquerda, a simpatia pelos palestinos aumentou, com os progressistas americanos e a sabedoria convencional europeia encontrando terreno comum em suas críticas à ocupação israelense”, ressaltou.

Embora esses grupamentos sejam relevantes, o articulista diz que é possível verificar o nascimento de algumas tendências ideológicas, como uma radicalização mais aguda do progressismo ante o visto nos últimos anos; e até mesmo uma eventual aliança da diáspora muçulmana na Europa com um progressismo secular, feminista e a favor dos direitos dos homossexuais (o que mexe com os costumes muçulmanos de forma mais ampla).

A instabilidade entre Europa e Israel também é citada, com os ingleses mostrando-se mais simpáticos aos israelenses enquanto o francês Emmanuel Macron tem seus esforços de proibir manifestos a favor da Palestina vistos de forma bem diferente ante 2005.

Movimentação nos EUA

Para Douthat, também é preciso avaliar que as pressões sofridas pelos judeus progressistas e os democratas sionistas nos Estados Unidos têm se direcionado apenas para a direita, a ponto de se questionar o destino futuro dos democratas sionistas a partir da mudança geracional dentro do partido.

Ao mesmo tempo, o articulista destaca o surgimento de uma nova variação do neoconservadorismo – uma aliança “mais incipiente” contra o que quer o progressismo, onde os liberais pró-Israel não estão confortáveis em se aliar ao trumpismo Republicano, mas estão “demasiado alienados do progressismo para pertencerem a uma coligação de centro-esquerda”.

Além do grande apoio evangélico resiliente a Israel, Douthat diz que muitos estão com receio de se lidar à direita por medo do antissemitismo, muito estimulado durante a campanha de Donald Trump em 2016 – e, embora seu governo tenha sido pró-Israel, ele teve linhas extremamente transacionais.

Embora aposte que, no longo prazo, os judeus americanos devem se mover mais para a direita – principalmente por conta das aceleradas taxas de natalidade da comunidade ortodoxa -, Douthat acredita em uma instabilidade à direita e à esquerda “na medida em que as pessoas aceitam que o debate sobre Israel e os palestinos mostra o quanto o mundo ocidental mudou e quantas outras mudanças estão a caminho”.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. A guerra não é entre Israel e Hamas mas de Israel contra os islamitas palestinos e a guerra não começou em 1948, como a imprensa livre de isenção tenta pautar a discussão. Tudo começou quando um grupo de reliosos judeus europeus fundaram o movimento sionista em 1897. A reinvidicação a princípio, era estabelecer um estado nacional judeu. Somente no congresso sionista em 1903, foi decidido que o lugar para criação do estado judeu seria a Palestina. Criou-se até um slogar que se configura uma meia verdade: “Um povo sem terra, para uma terra sem povo”. Em linhas gerais o plano para o domínio da Palestina, foi bastante semelhante ao dos colonialista europeus, ou seja: Levas de imigrantes se direcionam para a região Ignorando-se que existe uma população que vive lá há séculos e tentam a invasão usando de artimanhas para evitar conflitos desnessérios. Mas com o aumento constante de levas de imigrantes, os líderes nativos percebem qual é a verdeira intenção dos estrangeiros e os conflitos se tornam inevitáveis.A trágica história dos palestinos islamintas como a dos nativos das Américas, Asia, África e Oceania foram vítimas dos colonialistas europeus que se escudaram em princípios religiosos para executarem seus planos de dominação. A propósito, é importante destacar que uma bula do papa Alexandre VI doava as terras a serem conquistadas, da seguinte forma: Metade para os espanhois e metade para os portugueses.

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