De todos os vários problemas da Zona do Euro, o desemprego entre os jovens talvez seja o mais perturbador. O índice nesta faixa da população é de aproximadamente 30% em Portugal e quase 50% na Espanha. O desemprego acima da média é a norma entre os jovens, mesmo em mercados mais liberais como o dos Estados Unidos. Mas a taxa de desocupação jovem na Espanha saltou quase 20 pontos percentuais entre 2007 e 2009, comparado com um aumento de 7 pontos nos EUA. As regulamentações do mercado de trabalho têm grande parte da culpa: enquanto trabalhadores mais velhos e difíceis de demitir se regalam com contratos permanentes, os jovens são geralmente contratados em base temporária, e mais fáceis de demitir
Esses mercados de trabalho “duplos” são produtos da reforma. Embora o desemprego americano tenha rapidamente caído depois dos distúrbios dos anos 1970 e início dos 80, o europeu continuou emperrado em altos níveis. Os líderes reconheceram a necessidade de injetar mais flexibilidade no mercado de trabalho, mas sindicatos poderosos evitaram um ataque frontal aos direitos dos trabalhadores. A resposta foi criar uma classe de empregados menos protegida.
A dor da Espanha
A experiência espanhola é instrutiva. Enquanto o índice de desemprego se aproximava de 20% em meados dos anos 1980, o governo adotou contratos de prazo fixo, entre seis meses e três anos, que eram submetidos a custos menores de demissão que os dos trabalhadores com contratos de prazo aberto. No fim de um contrato de três anos as firmas poderiam transformar o trabalhador em empregado permanente ou rejeitá-lo. As reformas deram resultados. O desemprego caiu de quase 18% quando as ações começaram em 1984, para cerca de 14% seis anos depois.
Mas as reformas também tiveram consequências indesejadas…
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