A operação Acesso Pago colocou a Polícia Federal em uma investigação sobre interferência política pela segunda vez em três anos, e mais uma vez escancarou as tensões internas do órgão.
A investigação da PF em torno do trabalho do ex-ministro Milton Ribeiro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura na liberação de verbas do Ministério da Educação seguirá em paralelo com a apuração de interferência presidencial pelo Supremo Tribunal Federal.
Contudo, a PF também vai investigar as acusações feitas pelo delegado Bruno Calandrini no dia da prisão de Ribeiro, quando apontou uma suposta interferência indevida.
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O mal-estar interno na PF aumentou por conta da divulgação dos áudios de conversas envolvendo a família do ex-ministro, uma vez que Ribeiro sugeriu que teria sido avisado por Bolsonaro de um “pressentimento” sobre busca apreensão.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal Folha de São Paulo, a nova crise ganhou corpo diante dos relatos do investigador de que a apuração foi afetada por um suposto tratamento diferenciado a Milton Ribeiro.
Vale lembrar que o atual diretor-geral da PF, Márcio Nunes, é amigo e ex-secretário executivo do ministro Anderson Torres no Ministério da Justiça, e o quarto a ocupar o comando desde o início do governo Bolsonaro.
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Quem diria, a PF está virando caso de polícia, até essa proeza o governo Bolsonaro conseguiu fazer.