Empreiteira cobra posicionamento da Justiça sobre vazamentos

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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A crítica corre paralelamente à proximidade de a Suprema Corte julgar às denúncias da Lava Jato relativas aos políticos
 
 
Jornal GGN – A construtora Odebrecht entrou na Justiça para questionar os vazamentos, com as violações de sigilo no andamento da investigação da Operação Lava Jato. A empreiteira criticou, também, a lentidão em um inquérito da Polícia Federal, que analisa os vazamentos de informação.
 
A petição foi encaminhada nesta segunda-feira (02), e cita a declaração do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que afirmou ter recebido US$ 23 milhões da Odebrecht, por meio de um doleiro, com o objetivo de favorecer negócios com a estatal. De acordo com Costa, a quantia foi depositada em contas na Suíça, com a orientação de um executivo da empreiteira.
 
A Odebrecht afirmou que os “violadores de sigilo” fizeram “troça” do Código Penal e atuaram “impunemente”, ultrapassando os limites de autoridade do juiz responsável pelo caso, Sergio Moro.
 
Se do lado dos denunciados, os caminhos traçados para a condução do caso pela Justiça do Paraná começam a ter efeito de questionamento, as denúncias relativas aos parlamentares e políticos envolvidos sugerem estar perto de serem acatadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
 
Durante o discurso de abertura do Ano Judiciário, o presidente da Suprema Corte, Ricardo Lewandowski, defendeu o esforço para combater a litigiosidade crescente e planejarem-se para “dar vazão à demanda exponencial de conflitos”, assim afirmou.
 
Do lado da investigação, o procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que o combate à corrupção será um dos focos do Ministério Público em 2015. “A estratégia até agora adotada, de seguir o caminho do dinheiro, parece ter sido correta”, disse Janot, na mesma sessão de abertura, no STF.
 
O MPF também já prepara uma equipe especial de procuradores da República, prontos para investigarem o caso relativo, especificamente, aos políticos, quando o desmembramento da ação da Lava Jato tramitar na Suprema Corte.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. impossível os vazadores

    impossível os vazadores explicarem os tais absurdos

    vazamentos sem confessarem que fazem parte de um

    extenso conluio de interesses, digamos, inconfessáveis.

    investigações honestas e republicanas deveriam focar nesse item do conluio.

    o resto parece encenação….inverosssímel…

  2. Isto vai criar um enorme passivo!

    Toda esta farra de vazamentos, que a maior parte deles não será confirmados em juízo, criarão um passivo de indenizações de bilhões de dólares (nem falo em reais) ao governo federal.

    Tudo que não for confirmado em justiça que envolva a credibilidade das empresas levará a ações por abalo de crédito, e não será o juizinho paranaense nem sua tropa de choque de procuradores e delegados que vão pagar isto, vai ser o povo brasileiro, espere que nestas ações as empresas incluam os jornais e revistas que divulgaram os vazamentos.

  3. Sistema Jurídico Brasileiro Facínora

    Isso é só distração, estamos vendo o mais vendido, relendo o que já foi lido! Nem situação ou oposição têm nada para oferecer ao povo brasileiro, à justiça econômica e social. Aí ficam nessa nefasta disputa! Participes da nova guerra fria! E o Judiciário reacionário como sempre fica apoiando a agenda política dos seus pares reacionários. E a OAB ainda colonizando com o discurso da “igualdade”… Aff

    #escravidão #SesituaPresidentedaOAB! #‎Questionamentodehoje: Como lidar com reacionários, com pessoas que se apossam da coisa pública para impor suas ideologias e prevaricar?

    “Somos um só Brasil. Queremos uma nação de iguais”, claro que essa frase absurda e reacionária partiu do reacionário presidente da Ordem dos Advogados do Brasil! Não senhor presidente, não somos um só Brasil temos diferenças geológicas, ideológicas, religiosas, regionais, culturais (…).  Qual seria a igualdade o senhor quer impor? Definitivamente não queremos uma nação de iguais! Queremos uma nação que respeite a pluralidade e as garantias da nossa Constituição plural!

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