Kakay: Lava-Jato foi o ‘maior lawfare da história do mundo’

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em entrevista exclusiva, advogado lembra que operação não acabou e que erros cometidos no processo de redemocratização não podem se repetir

Foto: Reprodução

A operação Lava-Jato foi ‘o maior lawfare (uso da justiça por agentes do sistema para perseguir inimigos) da história do mundo’, na visão do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

Em entrevista exclusiva à TV GGN 20 horas, Kakay é claro ao afirmar que os envolvidos em tal operação precisam ser alvo da justiça, com os direitos que eles negaram a quem investigaram.

“A Lava-Jato não acabou. Nós temos agora que fazer, dando a eles os direitos que eles nunca deram às pessoas investigadas, o devido processo legal, a ampla defesa e tudo mais, mas é impossível o Brasil não ter a dimensão do que nós vivemos, esse foi o maior lawfare da história do mundo”, afirma Kakay.

O jurista também alerta para o risco de se cometer o mesmo erro cometido durante a redemocratização do país, que não puniu aqueles que deveriam ter sido punidos de fato.

“Na redemocratização, nós cometemos um erro fatal, que foi não punir os criminosos, os terroristas e os assassinos. Em nome de um Brasil aparentemente cordial, que só existe nos livros de sociólogos, não existe um Brasil cordial”, afirma o advogado.

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Kakay lembra que o Brasil é um “país desumano” e que, no Brasil real, tem 33 milhões de pessoas famintas. Por conta disso, é preciso ter o cuidado de não se falar apenas para a bolha.

“Nós erramos na redemocratização ao não punirmos os terroristas, e se nós errarmos agora ao não fazermos uma análise correta, justa, dentro do devido processo legal, para enfrentar a Lava-Jato – não sou eu que estou dizendo, o Supremo disse que houve uma corrupção do sistema de justiça. Nós vamos deixar do jeito que está? Não vai valer nada?”, questiona.

O advogado criminalista lembra que tal questionamento é igualmente válido “para esse governo fascista que nós estamos conseguindo tirar pelo voto”, ressaltando a necessidade de se fazer uma reflexão e uma discussão sobre responsabilizar “esses fascistas que fizeram um desmanche da história do Brasil”.

Veja mais na íntegra da entrevista exclusiva concedida por Kakay na TV GGN 20 horas.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

3 Comentários

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  1. Kakay está ficando um pouco desatualizado.

    O Lawfare foi introduzido no Brasil pelo Mensalão e aperfeiçoado por Sujo Moro, sem dúvida. Todavia, aquela distorção do método jurídico já é coisa do passado. Agora um jurista bolsonarista inventou o MadLawfare ao pedir ao STM mandar prender dois Ministros do STF e investigar se Lula está vivo. Curiosamente, o STM rejeitou o pedido juridicamente insano agindo de maneira mais criteriosa do que o TRF-4 e o STJ agiram durante a Lava Jato. Nunca é demais lembrar que no início do daquela operação o próprio STF foi seduzido pelo lavajatismo. Mas o MadLawfare não conseguiu seduzir os juízes militares.

    https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/stm-nega-pedido-de-ex-juiz-bolsonarista-para-prender-moraes-e-barroso-e-verificar-se-lula-esta-vivo/?fbclid=IwAR2mVuZd3aZdo9VjGcPckTqd3NMREAWziPE3Pe-I0MBrwNoQKRSi6G7YCc8

  2. “Nós erramos na redemocratização ao não punirmos os terroristas,” – Data Maxima Venia, Kakay deve ter se referido aos “terroristas de Estado” que torturaram e massacraram os que defendiam a democracia, que realmente não foram punidos e sobrevivem alguns até hoje infernizando a vida brasileira. Mas a nossa redemocratização da época não tinha esse componente de fazer justiça e passar o País a limpo, nem agora teremos. Alguns mais proeminentes deverão ser neutralizados com a perda de direitos políticos ou pequenas penas de prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, café e bolinho de chuva. Ao apagar das luzes veremos coisas inimagináveis em termos de perdão e graça. Bob Jeff é um forte candidato ao perdão presidencial, se é que o capetão não vai se auto perdoar. Assistam nos próximos capítulos finais.

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