Raquel Dodge deve investigar ex-braço direito de Janot, afirma jornal

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Foto: Agência Brasil
 
 
Jornal GGN – Sob Raquel Dodge, a Procuradoria Geral da República deve promover uma investigação contra o ex-chefe de gabinete de Rodrigo Janot, Eduardo Pelella. O procurador foi citado por Joesley Batista e Ricardo Saud em uma gravação que revelou a participação de membros do Ministério Público na delação da JBS antes mesmo do acordo ter sido concluído.
 
Segundo a Folha desta sexta (22), o procurador Sidney Pessoa Madruga foi flagrado pela reportagem comentando sobre a investigação de Pelella com uma mulher não idenfiticada. A conversa ocorreu por mais de uma hora num restaurante no Lago Sul de Brasília. A equipe da Folha estava na mesa ao lado e ouviu o diálogo.
 
O jornal diz que Madruga afirmou que a investigação “não é para punir, é pra esclarecer” o papel de Pelella e outros nomes ligados a Rodrigo Janot no caso JBS. Saud e Joesley também citaram Marcelo Miller inúmeras vezes. O ex-procurador fazia a ponte entre os então candidatos a delator e o núcleo de Janot.
 
Na mesma conversa, Madruga também teceu comentários sobre a relação de Janot com a força-tarefa de Curitiba. Segundo o procurador, Dodge deve “construir outra relação” com o núcleo, com mais “interlocução e controle” do que teve a gestão anterior. Segundo Madruga, Janot deixou a turma de Curitiba “muito solta”.
 
Essa semana, em entrevista ao Correio Braziliense, Janot se vangloriou de ter dado condições para que a Lava Jato de Curitiba criasse “pernas próprias”. Para ele, essa autonomia garante ao grupo liderado por Deltan Dallagnol uma margem de segurança contra tentativas de frear a Lava Jato.
 
Em relação a Miller, que deixou o MPF para trabalhar para um escritório de advocacia que fechou o acordo de leniência da JBS, Madruga disse que seria necessário apurar se, de fato, o ex-procurador receber “os 50” (mesada de R$ 50 mil) para entregar a Joesley Batista dados de investigações em curso.
 
Madruga ainda disse que “Janot pegou pesado” na campanha contra a nomeação de Raque Dodge para PGR. Adversário da procuradora, Janot teria enviado 2 emissários a Michel Temer para sugerir um outro nome. 
 
Além disso, o procurador também foi flagrado comentando que há boatos na Procuradoria de que Janot irá ingressas em um escritório de advocacia agora que não ocupar mais o comando do MPF.
 
Procurada, a PGR disse que Madruga atua no ramo eleitoral, não no criminal e, por isso, não tem nada a ver com a Lava Jato.
 
Ele foi nomeado para o Genafe (Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral) por Raque Dodge. Antes, atuava como procurador regional eleitoral no Rio, onde poderia ter ficado até 2019. 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Tem cara de pastor

    Tem cara de pastor neopentecostal. Será?

    Essa turma, essa soldadesca turbinada, só uma sociedade de elite arrogante, que acha que tudo pode pra suportar certos tipos.

  2. “…o procurador Sidney

    “…o procurador Sidney Pessoa Madruga foi flagrado pela reportagem … A conversa ocorreu por mais de uma hora num restaurante no Lago Sul de Brasília. A equipe da Folha estava na mesa ao lado e ouviu o diálogo…”

    Ah! Esses procuradores! Cada vez mais criativos!

    Acaba de ser lançada no mercado a mais nova e criativa forma de vazamento por parte do MPF. Daqui por diante, veremos procuradores falando, em voz alta e em locais públicos, de casos em segredo de justiça ou fofocas internas da corporação. Sempre estarão do lado, “coincidentemente”, jornalistas amigos.

    Ouvi em algum lugar que Dodge reprimiria os vazamentos, seletivos ou não. Como o brasileiro sempre dá um jeitinho, podemos esperar muita criatividade nos próximos dois anos.

    Agora que Raquel Dodge precisa trazer a público as sujeiras da gestão anterior não há duvida. Nada contra, muito pelo contrário.

  3. Investigar para deixar impune na eventualidade de crimes?

    Vai investigar o sujeito e caso seja identificada algum ilícito, esse ilícito será apenas esclarecido mas ficará impune?

    Tás brincando, Raquel. Se identificada conduta criminosa, não só o criminoso mas também seu superior hierárquico devem ser punidos, aplicando-se a teoria do domínio das tripas.

    Esse país não é um país, é um esgoto a céu aberto. E eu vou ser caseiro de um sítio do Paul McCartney, numa ilha do Caribe. Ninguém aguenta essa podridão. Não se sabe se Moro e Dallagnol arrotaram ou cagaram.

    Fui! Foi ótimo estar com vocês.

    Se o McCartney não pagar minhas horas extras, eu aciono o Roberto Barroso para declarar meus direitos trabalhistas e executaremos o Paul.

  4. É assim que entrega a fonte

    “Segundo a Folha desta sexta (22), o procurador Sidney Pessoa Madruga foi flagrado pela reportagem comentando sobre a investigação de Pelella com uma mulher não idenfiticada.”

    É assim que entrega a fonte sem compromete-la?

    O cara deve ter uma corneta na garganta.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador