Sabatina de Mendonça: “na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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André Mendonça, o “terrivelmente evangélico” escolhido por Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal, está sendo sabatinado pelo Senado hoje

Agência Brasil

Jornal GGN – André Mendonça, o “terrivelmente evangélico” escolhido por Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), está sendo sabatinado pelo Senado nesta quarta-feira (01).

“Meus cumprimentos com o desejo de que Deus abençoe a todos nós e a nosso país. Grato e honrado, humildemente me apresento ao crivo de vossas Excelências, para caso seja provado, vir a exercer o honroso cargo e mister de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)”, introduziu Mendonça, em sua fala inicial.

A escolha do ex-ministro de Justiça e ex-advogado-Geral da União do governo de Jair Bolsonaro para a Corte máxima gerou ampla resistência, mesmo dentro do Congresso. Ainda é considerado incerto o resultado da sabatina, que teve início pela manhã.

Até a semana passada, a principal interessada na aprovação do candidato – a bancada evangélica – contabilizava o apoio de 43 dos 81 senadores da Comissão. Já o próprio presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), que é contrário à escolha de Mendonça, estipulava 49 votos contra o indicado de Bolsonaro, do total de 81 parlamentares.

É preciso a maioria simples dos senadores da CCJ para Mendonça ser aceito como o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal.

Em sua fala inicial, o ex-ministro narrou seu histórico pessoal, homenageou seu pai falecido e sua família, e tentou agradar os parlamentares, solidarizando-se com familiares das vítimas de Covid-19, “em especial, (…) três senadores da República, em decorrência dessa doença”. “Sou um filho orgulho de um distinto bancário evangélico e de uma valorosa dona de casa católica.”

Dedicou importante espaço para agradecer “a minha Advocacia-Geral da União” e o Ministério da Justiça. Mendonça foi ministro da Justiça do mandatáriode abril de 2020 a março de 2021, quando foi nomeado Advogado-Geral da União, até agosto deste ano, sendo escolhido por Bolsonaro à cadeira vaga no STF.

Ao afirmar que a Constituição é o norte do Supremo Tribunal Federal, assim descreveu: “Como costumo dizer, na vida, a Bíblia, no Supremo a Constituição”. Completou alinhando-se, novamente, aos parlamentares: “Portanto, na Suprema Corte, defenderei a laicidade estatal e a liberdade religiosa de todo o cidadão.”

Assista à sabatina de André Mendonça ao STF no Senado:

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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