Ao simplesmente noticiar, sem questionar – ou, ao menos, pensar no que está divulgando -, a informação de que a Polícia Federal instaurou inquérito para investigar o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra pelo suposto crime de calúnia e por um possível atentado à Lei de Segurança Nacional, a chamada grande mídia simplesmente endossou – sem qualquer questionamento, repita-se – o terrorismo montado pelo governo contra um pobre coitado.
A prevalecer a tese de que o porteiro cometeu crime, teremos criado no Código Penal Brasileiro – com a ajuda da grande imprensa – uma nova figura, bastante exótica, por sinal: o crime de premonição.
Toda a fúria do governo, materializada no ofício do hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro e, pelo jeito, endossada pelo Procurador-Geral da República, Augusto Aras, além de membros do Ministério Público Federal do Rio, volta-se contra o depoimento que o porteiro – ainda anônimo – deu na polícia, nos dias 7 e 9 de outubro.
Nas duas oportunidades, o funcionário do Vivendas da Barra apenas explicou o que registrou na ficha de controle de acesso dos visitantes ao condomínio, no dia 14 de março de 2018.
Qual seja, que Élcio Vieira, motorista do Renault/Logan, cor prata, placa AGH 8202, ao ingressar no condomínio às 17:10 hs do dia 14 de março de 2018, anunciou ir à casa 58. Dentro da sua função, o porteiro anônimo – mas, insiste-se, a esta altura apavorado – consultou os moradores da casa e ouviu o “OK” daquele que identificou como “Seu Jair”.
O que esperavam que ele dissesse? Que negasse o que registrou? Qual o crime que ele pode ter cometido ao confirmar a anotação que fez? Queriam que mentisse? Forjasse uma nova versão?
Logo, se ele apenas confirmou – detalhou/explicou – o que anotou em março de 2018, como dizer que atentou contra um presidente da República que só seria eleito sete meses depois e só assumiria o cargo no início do ano seguinte?
Como admitir a intenção deste, hoje, amedrontado porteiro de atentar contra os poderes da República – exigência básica para o enquadramento na Lei de Segurança Nacional, um resquício da ditadura – no simples fato de confirmar a anotação feita 19 meses antes?Contra que Poder ele estaria atentando, naquela data, ao fazer esse registro? Só poderia ser ao Legislativo, pois o “Seu Jair”, se for mesmo o proprietário da casa 58, ou seja, Jair Messias Bolsonaro, na época era um deputado federal.
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Inacreditável! O mal que olhos piscantes pode fazer ao país e, particularmente, a alguns brasileiros… E , chegando a ira paranóica, a um humilde porteiro…
Baseada num vídeo de Cláudio Lembo do ano passado, curiosa pergunto: O QUE DIRIA HOJE CLÁUDIO LEMBO???
https://youtu.be/gmGV2PLQTHk
E a mídia não tem vergonha nenhuma em.massacrar a parte mais frágil, sem incomodar ou investigar, já que parte da mídia se acha Sherlock Holmes, para descobrir a verdade, e querem ser respeitados? A mídia nacional é canalha desde sempre, apenas caiu a máscara e hoje são, descaradamente, parciais…..
Se o Porteiro não quisesse ser perseguido, mas incensado, bastava ele registrar que o Miliciano foi visitar não a casa da família que condecora milicianos, que não apenas emprega parentes de milicianos em seus gabinetes parlamentares mas era assessorada por Miliciano que gerenciava o Rachid, tem que tem funcionários fantasmas, que defende a legalização das milicias, mas que o Miliciano cúmplice do crime da Marielle foi para a casa do Lula, pois o Lula mora no mesmo condominio do verme assassinou covardemente a Marielle.
Estou torcendo para que o porteiro e sua familia já estejam no serviço de proteção à testemunha.
É muita covardia contra quem apenas cumpriu seu dever.
A NASA e CIA estão atrás do porteiro também.
Após 18 meses consegue lembrar quem o atendeu no interfone para dar autorização de entrada, num condomínio com mais de 50 casas, num horário de pico ainda -hs 17:10, note-se que não consta o nome de quem autorizou na planilha. O mesmo em depoimento que afirma que o – Sr. Jair – que estava em Brasília, atendeu ele.
Marcelo Auler,
A jornalista Leneide Duarte-Plon é co-autora, com Clarisse Meireles, do livro « Um homem torturado-Nos passos de frei Tito de Alencar » Nesse livro ela descreve como à época do assassinato de Carlos Marighella toda a imprensa comprou a historia de que os frades dominicanos tinham entregue Marighella aos militares e foi um verdadeiro massacre. Fica registrado o editorial de O Globo sobre o caso com o titulo “O beijo de Judas”. Estarrecedor. Uma ode ao não-jornalismo. De la para ca, com vemos todos os dias, a imprensa e o Globo não mudaram. Esta semana ela voltou ao assunto em artigo na Carta Maior:
https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Cartas-do-Mundo/Carta-de-Paris-50-anos-da-execucao-de-Marighella-e-a-farsa-da-%ABtraicao%BB-dos-dominicanos/45/45719