Tragédia da boate Kiss completa 10 anos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Incêndio matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos; julgamento que condenou sócios e músicos foi anulado por falhas na formação do júri

Foto: Leandro LV/via Wikipedia

A cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, relembra nesta sexta-feira os 10 anos da tragédia da boate Kiss, quando um incêndio matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos.

Durante a apresentação do grupo Gurizada Fandangueira, o vocalista usou um sinalizador que atingiu o teto da boate, incendiando a espuma de isolamento acústico e, em pouco mais de três minutos, o prédio foi tomado por uma fumaça espessa.

A falta de comunicação entre os funcionários da boate foi um dos componentes para a tragédia, já que os seguranças barravam a saída pela única porta do local por acreditarem que havia uma briga no local ou que as pessoas estavam saindo sem pagar.

Isso ajuda a explicar o fato de a maioria das vítimas terem sido encontradas nos banheiros, já que o desespero as levou a confundir as portas com eventuais saídas de emergência.

Diversas iniciativas foram adotadas para que o caso não caia no esquecimento, como a formação de uma associação que reúne familiares de vítimas e sobreviventes da tragédia.

Para marcar os 10 anos do incêndio na boate Kiss, uma série de eventos entre manifestações por justiça, caminhadas, cultos ecumênicos, exposições e documentários foram realizados na cidade de Santa Maria ao longo desta semana.

Julgamento anulado

Um primeiro julgamento foi realizado em 2021, quando os  dois sócios da boate Kiss, Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, e Mauro Londero Hoffmann, o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor musical do grupo, Luciano Bonilha Leão, foram condenados pela catástrofe.

Contudo, todos ficaram presos por apenas oito meses uma vez que a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) anulou o júri depois de acolher uma parte dos recursos apresentados pelas defesas.

Entre os pontos questionados, está a formação do júri para o julgamento: segundo o Código de Processo Penal, o tribunal de júri é composto por 25 pessoas, sendo que sete serão sorteadas para serem os julgadores.

No caso Kiss, não só foram chamadas mais de 25 pessoas como foram realizados três sorteios para a composição do grupo de jurados, e o último sorteio ocorreu cinco dias antes da sessão, quando a previsão legal é de que o processo ocorra entre 10 a 15 dias antes da sessão.

Atualmente, o processo está em fase de recursos no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, e não existe previsão para um novo julgamento.

Com Correio do Povo, G1 e Wikipedia

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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