Romério Rômulo
Romério Rômulo (poeta prosador) nasceu em Felixlândia, Minas Gerais, e mora em Ouro Preto, onde é professor de Economia Política da UFOP e um dos fundadores do Instituto Cultural Carlos Scliar - Rio de Janeiro RJ.
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As paredes de rimbaud, por romério rômulo

as paredes de rimbaud

aos 16 já pinta o poeta rimbaud
nas paredes do inferno
aos 17 ele come verlaine
em cada pedaço

ontem, hoje, amanhã
o decidem belo:

belo como a dureza do trovão
e o escuro da pedra
belo como os medos da carne antes do sal
e uns marimbondos travados

um dia
vinícius o declara o mais eterno de todos.

romério rômulo

 

Romério Rômulo

Romério Rômulo (poeta prosador) nasceu em Felixlândia, Minas Gerais, e mora em Ouro Preto, onde é professor de Economia Política da UFOP e um dos fundadores do Instituto Cultural Carlos Scliar - Rio de Janeiro RJ.

2 Comentários

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  1. D’après Rimbaud
    O barco bêbado / só navega à deriva;/ não procura, acha, mas /  o que acha, não descreve: / esquece //  O barco bêbado / não tem porto; / quando repousa, naufraga; / à porta do comando / as garrafas cintilam, vazias. 

  2. Gosto deste…

    [ só mesmo o amigo romério pra salvar a “edição editada matutina” do ggn-nassif do dia de são josafa kuncewicz… edição limitada dura de roer dura de ler dura de traduzir dura de interpretar dura de decifrar… ]

     

    NO CABARÉ VERDE

    Cinco horas da manhã

     

    Oito dias a pé, as botinas rasgadas

    Nas pedras do caminho: em Charleroi arrio.

    —- No Cabaré Verde: pedi umas torradas

    Na manteiga e presunto, embora meio frio.

     

    Reconfortado, estendo as pernas sob a mesa

    Verde e me ponho a olhar os ingênuos motivos

    De uma tapeçaria. —- E, adorável surpresa,

    Quando a moça de peito enorme e de olhos vivos

     

    —- Essa, não há de ser um beijo que a amedronte! —-

    Sorridente me trás as torradas e um monte

    De presunto bem morno, em prato colorido;

     

    Um presunto rosado e branco, a que perfuma

    Um dente de alho, e um chope enorme, cuja espuma

    Um raio vem doirar do sol amortecido.

     Outubro de [18] 70.

     

    Arhur Rimbaud Poesia Completa. Edição Bilíngue. Tradução Prefácio Organização de Ivo Barroso. Ed. Topbooks, 1995.

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