Pautada por Cunha, Folha põe fogo antecipado na relação PT-PMDB

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal vem noticiando que o rompimento se dará em novembro próximo, num encontro que nunca teve poder para isso. Hoje, indicou que a notícia, ruim para Dilma, tem impacto sobre o mercado financeiro

Jornal GGN – Há meses, a imprensa tradicional, pautada pelo discurso inflamado de Eduardo Cunha contra do governo, vem noticiando que, em novembro, o PMDB promoverá um encontro onde a maioria dos caciques pretendem deliberar pelo fim da aliança com o PT. Em colunas e reportagens, a Folha de S. Paulo, seguida por outros veículos, construiu a ideia de que a agenda pelo rompimento seria a sentença de morte para a gestão Dilma Rousseff. Mas o encontro extraordinário sempre esteve longe de ter os poderes da convenção nacional do partido, prevista para março de 2016. Sem destacar essa informação, o jornal publicou, nesta terça (20), que foi só o cenário do impeachment ficar embaralhado para o PMDB “subir no telhado”.

De acordo com o Painel, o PMDB decidiu “cancelar seu congresso marcado para novembro devido às incertezas quanto ao cenário do impeachment”, já que Cunha foi apanhado com novas denúncias na Lava Jato e o Supremo Tribunal Federal expediu liminares que atrapalham o rito do impeachment elaborado pelo presidente da Câmara. Em outra reportagem de hoje, o jornal indicou que o PMDB agora “discute adiar encontro que pode selar desembarque do governo”. 

A questão é que o PMDB não passou a discutir só agora, com as implicações de Cunha na Lava Jato, adiar a saída do governo. Na verdade, antes mesmo da conclusão da reforma ministerial na qual o partido levou sete pastas – incluindo o desejado Ministério da Saúde – o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, já havia informado que o encontro de novembro não tem poder nenhum de bater o martelo sobre o rompimento da aliança com o PT.

Ao GGN, em 16 de setembro, Picciani afirmou que desconhecia qualquer intenção do PMDB sobre decidir, em novembro, o desembarque do governo, pois o encontro “foi convocado pela Fundação [Ulysses Guimarães], que é um órgão de estudo do partido, não tem nenhum poder decisório. Ela pode fazer um debate, mas não poderá tomar decisões. O partido entrou na aliança do governo por decisão da convenção nacional, que é o orgão máximo. Para sair, só por decisão de outra convenção, e a próxima acontece só em março.”

Folha só revelou isso ao seu leitor, na edição de hoje, no 10º parágrafo da reportagem: “Apesar da queda de braço dentro do PMDB, os dois grupos concordam em um ponto: independentemente da data marcada, não deve haver resolução oficial sobre a saída do partido do governo no encontro, que teria poderes apenas para sinalizar a tendência da sigla, mas não tirar uma posição definitiva.”

Antes disso, adotou o tradicional tom alarmista de outras matérias, superdimensionando os desejos de Eduardo Cunha e os impactos do abandono do governo Dilma pelo PMDB.

No Painel, o caráter incendiário da notícia foi expresso da seguinte maneira: “A realização do congresso nos moldes originais era vista como um péssimo sinal pelo mercado financeiro. Em um relatório obtido pela coluna, uma agência internacional de classificação de risco considerava que o rompimento era uma das variáveis para o rebaixamento da nota de crédito do Brasil.”

O congresso da Fundação pode – e provavelmente irá – servir de palanque para peemedebistas insatisfeitos com o governo demandem o fim do namoro. Mas isso não é bem um fato inesperado pelo PT, já que o presidente da legenda, Michel Temer, afirma, desde 2012, que a aliança tem prazo de validade, uma vez que o PMDB pretende ter candidato próprio em 2018.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

12 Comentários

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  1. É  hora  da folha, (o mais

    É  hora  da folha, (o mais minúsculo que puder)  desconfiar que  já não comanda mentes de um  rebanho  imbecilizado.  Não passa um dia sem colocar “oroquetes” no ventilador.

  2. O Vice Presidente já falou…

    Que está do lado da presidenta.

    Na realidade o PMDB todo já anunciou isto aí. É só o processo contra Cunha andar um pouquinho que os marinheiros abandonam o navio.

  3. Como se a crise política e

    Como se a crise política e economica já não estivesse tão ruim, agora vem este pseudo jornal com uma pseudo informação só para complicar um pouco mais as coisas. Nada está tão ruim que não possa piorar!!

  4. Inútil

    Desistam de esperar uma fonte neutra e isenta entre os órgãos de imprensa cartelizada no país. São todos pautados e pausterizados, já embarcaram no projeto golpista e vão acalentá-lo sempre. Falta de caráter é a norma. Inútil esperar decência dessa gente.

  5. Desperdício…

    A Folha de São PAulo é apenas um desperdício de papel.

    Seria melhor e mais nobre usar aquela celulose para fazer papel higiênico.

    De quebra cheiraria menos mal depois de usado.

     

  6. Folha: não dá para ler.

    Folha: não dá para ler. Tornou-se um jornalzinho sem credibilidade.                                                                                                    Ainda bem que hoje, temos à internet, os Blogs e com isto,  estes meios de comunicação mentirosos não conseguem nos enganar. 

  7. A folha como as demais

    A folha como as demais empresas de comunicação na suas delinquencias diarias estão a serviço da manipulação e especulação do grande capital internacional, atuam contra o Brasil com a indiferença dos orgãos de fiscalização brasileira. Onde está o MP, PF e judiciário.

    Enquanto isso a minoria que faz parte do 1% da população mundial seguem na sua marcha da insensatez acumulando capital, a custa da discordia, do atraso e miséria de milhões de pessoas pelo mundo afora.

  8. PMDB

    Indepedente de qual governo, estaremos sempre no poder ., Isto vem desde do tempo da ditadura e será por todos os tempos. PMDB é PMDB – 

  9. Profissão “Jornalista”

    O que me impressiona são os profissionais que se dizem jornalistas, mas que só conseguem extrair de uma matéria a fina flor do contra-cheque com assinatura do padrão. Profissionais que deveriam zelar pela verdade da informação são pegos escrevendo cartas de amor ao patrão em matérias distorcidas e manipuladoras ao agrado de quem lhes paga segurando o chicote da grande mídia golpista. São “profissionais” que não se importam com a natureza da informação o que lhes move é o ideal de todo mês receber seu suado dinheirinho garimpado no sofrimento alheio e no sorrido do patrão. Felizmente em nosso Brasil ainda existem pessoas que podem realmente se dizerem jornalistas de verdade livres dos arreios da grande mídia. A Veja a muito deixou de fazer jornalismo o que se segue em suas paginas são a fina flor do contra-cheque do patrão.

  10. DESFILES DE EPITÁFIOS

    Pautada por MAFIOSOS, a velha mídia acha que ainda influi alguma coisa com suas MANCHETES MENTIROSAS.

    Está tão cega pelo ÓDIO e pelo MEDO que não enxerga sua DECADÊNCIA, nem mesmo com o ibope esfregando os números  na sua cara.

    Cada dia que passa acelera o seu DESENLACE.

    O que vemos hoje, é um desfile de EPITÁFIOS para a escolha das LÁPIDES.

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