Bergamo: STF não deve devolver direito político a Lula, mesmo se Moro for considerado parcial

Segundo a colunista o problema é que Lula tem outra condenação, por obras no sítio de Atibaia, que devem persistir. Sendo assim, ele permanecerá inelegível

Foto: Fernando Frazão/ABr

Jornal GGN – Ainda que o ex-juiz Sérgio Moro seja considerado parcial no caso do tríplex do Guarujá, que prendeu o ex-presidente Lula e o impediu de fazer parte do pleito pela Presidência em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) não deve devolver ao petista seus direitos políticos, avaliou Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de S. Paulo.

Segundo a colunista, mesmo que a Segunda Turma da Corte proclame um eventual veredicto contra o ex-juiz, “o petista deve seguir inelegível”. 

“O problema é que Lula tem outra condenação, por obras no sítio de Atibaia. Ainda que a defesa do ex-presidente insista que Moro atuou também nesse processo, os ministros da 2ª Turma do STF devem analisar somente o caso do tríplex. Assim, a condenação de Lula no processo de Atibaia persistirá. E o ex-presidente permanecerá inelegível pelo menos até eventual julgamento de imparcialidade do ex-juiz também neste caso — que não tem data certa para ocorrer”, explicou Bergamo. 

Na segunda-feira, 1, o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, suspendeu o sigilo de comunicações entre Moro e procuradores da Lava Jato, apreendidas no âmbito da operação Spoofing, da Polícia Federal. Os diálogos apontam a completa parcialidade do ex-juiz no processo de Lula. 

No mesmo dia, o conteúdo foi anexado a ação que pede a suspeição de Moro, que deve ser julgada ainda neste semestre e pode resultar na anulação do processo do caso do tríplex. 

O julgamento da suspeição de Moro foi iniciado e interrompido em 2018 por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, presidente da Segunda Turma. Ao ser suspenso, já haviam votado contra a suspeição os ministros Cármen Lúcia e Edson Fachin, que à luz das novas revelações podem refazer os votos. Faltam votar o próprio Gilmar, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques, o indicado de Bolsonaro que pode desempatar o julgamento.

Redação

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