Depressão é 2ª maior causa global de invalidez, diz estudo

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/11/131106_depressao_invalidez_estudo_rw.shtml

 

Depressão é 2ª maior causa global de invalidez, diz estudo

Atualizado em  6 de novembro, 2013 – 07:56 (Brasília) 09:56 GMT

Segundo autores, incidência de depressão varia bastante entre países e regiões

A depressão é a segunda causa mais comum de invalidez em todo o mundo, atrás somente de dores nas costas, segundo um estudo recém-publicado.

O estudo, publicado na revista científica PLOS Medicine, comparou a depressão clínica com mais de outras 200 doenças e lesões apontadas como causas de invalidez.

Segundo os autores da pesquisa, a doença deve ser tratada como uma prioridade de saúde pública global.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, globalmente apenas uma pequena proporção dos pacientes com depressão tem acesso a tratamento.

Apesar de ser globalmente classificada como segunda principal causa de invalidez, a depressão tem um impacto variado dependendo do país e da região.

A incidência de depressão é maior em países como Afeganistão, Rússia e Turquia e menor em locais como Austrália, China, México, Japão e Grã-Bretanha.

O Brasil, assim como os demais países da América do Sul, são classificados como nações de incidência média de depressão, assim como países como Estados Unidos, Índia, a maior parte da Europa e da África.

‘Mais atenção’

“A depressão é um grande problema e nós definitivamente precisamos prestar mais atenção a isso do que estamos prestando agora”, disse à BBC a coordenadora do estudo, Alize Ferrari, da Escola de Saúde Populacional da Universidade de Queensland, na Austrália.

“Ainda há mais trabalho a fazer em termos de conscientização sobre a doença e também em descobrir formas de tratá-la com sucesso”, disse.

“O peso da doença é diferente entre os países. Ele costuma ser maior em países de renda média ou baixas e menor em países de alta renda”, observou.

Segundo ela, as autoridades já fizeram um grande esforço para conscientizar sobre a doença, mas “ainda há muito estigma associado à saúde mental”.

“O que uma pessoa reconhece como causa de invalidez pode ser diferente de outra pessoa e pode ser diferente entre os países também. Há muitas implicações culturais e interpretações envolvidas, o que torna mais importante aumentar a conscientização sobre o tamanho do problema e também os sinais de como detectar isso”, diz.

Os dados – do ano 2010 – seguem os padrões de outros estudos semelhantes realizados em 1990 e em 2000 sobre depressão em todo o mundo.

 

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Gustavo Belic Cherubine
São Paulo – SP
Brasil

 

Redação

1 Comentário

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  1. diagnóstico de depressão

    Esse tema é grave e precisa ser tratado com mais seriedade. Há um considerável número de estudos mostrando que a explosão de diagnósticos de depressão e o alarde sobre o seu impacto deve-se menos a mudanças na experiência do sofrimento psíquico das pessoas do que a modificações nos critérios descritivos que alargaram enormemente os critérios de inclusão diagnóstica. É uma opção que envolve desde uma radicalização da ideologia da performance (que faz com que toda frustração em relação aos imperativos de sucesso pessoal seja interpretada como depressão) até a ofensiva da comercialização dos inibidores da recaptação da serotonina (exemplo: prozac), que induzem a interpretar como “depressão” tudo o que dá sinais de melhora de bem-estar em resposta a esses psicoestimualantes (a cocaína é tb um psicoestimulante que gera bem-estar, só que não aprovada pela FDA).

    É preciso que uma reflexão crítica pense o que está em jogo na paranóia que gera toda essa estridência “antiterrorista” em relação à depressão.  

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