Gilmar diz que delações aceitas pela PF serão revisadas

"Estamos com dois casos que são casos de escola. Um é o caso Palocci. São informações que estão no Google, muita coisa de 'ouvi dizer'. Outra é o caso do Cabral", disse Gilmar.

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse em entrevista divulgada pelo Valor, nesta segunda (23), que as delações feitas pela Polícia Federal são uma “questão que terá de ser talvez reavaliada” pela Corte.

“À época dessa decisão, sopesou muito a ideia de que era preciso ter um certo equilíbrio entre o MP e a PF. Já havia a decisão anterior do tribunal sobre o poder de investigação do MP, que acabou tendo efeitos extravagantes. Mas estamos com dois casos que são casos de escola. Um é o caso Palocci. São informações que estão no Google, muita coisa de ‘ouvi dizer’. Outra é o caso do Cabral”, disse Gilmar.

Segundo o ministro, nada “invalida a experiência”, mas “é preciso também ter o devido controle” porque “os órgãos de combate à corrupção também se corrompem”. As mensagens de Telegram divulgadas pelo Intercept Brasil mostram isso.

Sobre a Vaza Jato, Gilmar disse que sempre desconfiou e apontou de “exageros” no método de combater a corrupção criado pela Lava Jato.

“Advogados vinham aqui e relatavam que o MP indicava as pessoas que deveriam ser delatadas, caso contrário os benefícios não seriam concedidos. Isso não é bom para o sistema. Eu desconfiava do que foi publicado pelo ‘The Intercept Brasil’. Eu tinha as informações – e a gente também sabe ler estrelas, fazer conexões.”

Por isso, as mensagens não o surpreenderam, mas “claro que determinadas práticas chocam. Quando um procurador conversa com um auditor fiscal, um superintendente da Receita, e diz para ele olhar determinada conta sem deixar digitais, esse sujeito o faz e depois vira chefe do Coaf aí você botou a raposa pra cuidar do galinheiro. Nos trópicos ou fora deles, isso é crime”, disse.

Redação

2 Comentários

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  1. Vai fundo Gilmar…
    vai até as profundezas desde ou de qualquer outro mar de lama, porque não é a política que está sendo destruída, é a justiça de um país, o Direito, as garantias constitucionais, o próprio país

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