Governo vai investigar imagens da CNN sobre ação do GSI em 8/1

Ministro Alexandre Padilha — Foto: ANTONIO CRUZ/ABR

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, declarou que o vazamento das imagens do 8 de Janeiro, divulgadas ontem pela CNN Brasil, que evidenciam o rosto do agora ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, nas dependências do Palácio do Planalto no dia da tentativa de golpe bolsonarista, criam uma “nova situação política” para enfrentar uma “teoria conspiratória”. Padilha afirmou que a instalação de uma CPMI para o 8 de Janeiro é necessária.

“Esse enfrentamento político será pá de cal nessa tentativa de criar uma teoria conspiratória que é um verdadeiro terraplanismo, mais uma vez, daqueles que passaram um pano nos atos terroristas do dia 8 de Janeiro”, declarou o ministro na manhã desta quinta-feira (20).

Segundo Padilha, os responsáveis pelos atos terroristas tentam cupabilizar as reais vítimas da tentativa de golpe, que foram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto, e, portanto, a democracia.

As imagens borradas

Na quarta-feira (19), a CNN Brasil divulgou com exclusividade imagens do agora ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, caminhando pelo Palácio do Planalto. As imagens sugerem que ele estava indicando a saída do prédio para alguns golpistas. Após a repercussão, Dias pediu demissão do governo.

O ministro Padilha afirma que o governo federal exige uma apuração minuciosa, a ser feita pela PF, Judiciário e instituições competentes, de todos os fatos relacionados às imagens, desde quem são os agentes e até mesmo o porquê dos demais membros do GSI, também presentes no local, aparecerem borrados.

“O governo quer saber e a Polícia Federal irá descobrir se teve alguém que omitiu imagens, que não mostrou imagens para as autoridades. Essa é a postura do governo, essa é a postura do presidente Lula, a apuração completa de tudo aquilo que está envolvido naquelas imagens”.

Na agenda do governo

Padilha afirmou que a CPMI se faz necessária para descobrir todos os envolvidos no ataque do 8 de Janeiro, além do ex-ministro Gonçalves Dias, que pediu demissão ontem após o vazamento, e que, a atividade não atrapalhará o calendário do governo no Congresso.

“Na minha opinião, não vai afetar em nada o calendário de votações dos temas prioritários do governo, que é o marco fiscal, debate da reforma tributária e os 12 projetos que estavam nas medidas provisórias e que estão em andamento nas comissões mistas ou sendo emendados nas MPs que já temos”, afirmou o ministro.