A política industrial está voltando à pauta dos debates dentro dos governos, como os Estados Unidos, em que a estratégia nacional do governo Biden coloca a estratégia industrial e de inovação como espinha dorsal da economia futura.
“É uma política econômica, uma filosofia comercial e uma estratégia política focada em produzir tanto quanto vender, produzir tanto quanto comprar e dignidade tanto quanto eficiência”, dizem as pesquisadoras Anne-Marie Slaughter e Elizabeth Garlow, em artigo publicado no site Project Syndicate.
Porém, as acadêmicas afirmam que esse desafio só será superado caso sejam adotadas novas maneiras de produzir bens e serviços, com ênfase na economia local e no valor dos relacionamentos, uma vez que a política industrial vigente está intimamente ligada à produção em escala via produção em massa.
Em linhas gerais, o produtivismo defendido pelas pesquisadoras é oposto ao keynesianismo e ao neoliberalismo, uma vez que reconhece o papel do governo e da sociedade quando se fala em geração de empregos, com foco em medidas pelo lado da oferta que permitiriam aos trabalhadores se sustentarem, ao invés de depender de transferências sociais.
Em um cenário onde a manufatura será cada vez mais dependente da automação e menos da mão de obra humana, Anne-Marie e Elizabeth ressaltam a necessidade de “um paradigma econômico e social que incorpore o valor das relações interpessoais, e busque aproveitar nossa capacidade de ajudar uns aos outros a prosperar”.
“Tal abordagem abrangeria a produção, mas insistiria em que os trabalhadores estivessem conectados uns aos outros, ao que produzem e ao ecossistema mais amplo do qual todos dependemos”, ressaltam.
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