Inflação, salário mínimo e poder de compra

O jornal Brasil Econômico publica hoje uma comparação entre a inflação no Brasil e os demais países da América do Sul nos dez anos entre 2002 e 2011.

E o Brasil é, entre todos, o que apresentou menor inflação no período: 86,8%.
Um número, aliás, que poderia ser bem mais baixo se, no último ano de Fernando Henrique Cardoso a inflação, medida pelo IPCA não tivesse chegado a 12,53% (o dobro da de 2011, que escandaliza os nossos comentaristas econômicos.
O jornal compara:

“O Paraguai, que fechou 2011 com um índice de preços menor que o do Brasil, de 4,9%, tem a segunda menor inflação acumulada do Mercosul, nos últimos dez anos: 94,95%.
No Uruguai, o índice de preços do ano passado fechou em 8,6% e o acumulado dos últimos dez anos, em 125,21%.
Na Argentina, ainda não foi divulgado o indicador de dezembro, mas no acumulado do ano até novembro, a inflação já registra alta de 8,6%.

Em dez anos, a Argentina é disparado o país que mais sofreu com o aumento de preços: 153,1%.”

Já o salário-mínimo, entre dezembro de 2002, passando de  de R$ 200 para R$ 545, valor em dezembro de 2011, teve aumento nominal de 172,5% e 64,1%, mesmo considerado o momento de sua maior descalozação, dezembro de 2011.

Com o aumento para R$ 622 e uma inflação de 5% para 2012 o reajuste real – acima da inflação – terá em dezembro deste ano um valor real 78,4% acima do que tinha em dezembro de 2002.

Muito?

Não, muito pouco.

Ainda estamos, por exemplo,  da Argentina tem o maior salário mínimo da América Latina, de aproximadamente 996 reais. No Paraguai, na Venezuela e no Chile os valores também são mais elevados – 690, 670 e 649 reais. Mas avançamos, pois há dois anos, em paridade do poder de compra, seria necessário aumentar em 805 o mínimo brasileiro para chegar ao argentino; hoje, em 60%.

Podemos acelerar este processo de dignificação do salário-mínimo no Brasil?

Sim, porque agora temos uma regra que transfere a ele os efeitos do crescimento econômico.

Talvez seja essa uma das razões que fazem com que haja tanta torcida contra o crescimento.

Por: Fernando Brito

Redação

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