IPCA sobe 0,36%, e atinge maior resultado para o mês desde 2016

Gasolina e energia elétrica puxam inflação oficial; índice acumula 0,46% ao longo de 2020, enquanto o total em 12 meses é de 2,31%

Foto: Reprodução

Jornal GGN – A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegou a 0,36% no mês de julho, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice oficial de preços atingiu seu maior resultado para o mês desde 2016, quando chegou a 0,52%.

No acumulado do ano de 2020, o indicador é de 0,46%, enquanto a variação nos últimos 12 meses é de 2,31%. Em julho de 2019, a taxa havia sido de 0,19%.

A inflação foi afetada diretamente pelos preços da gasolina e da energia elétrica, que passaram por reajustes. Seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram no período, sendo que o grupo Transportes registrou o maior impacto – alta de 0,78% e influência de 0,15 ponto percentual (p.p) no resultado geral.

Entre os itens, a gasolina foi o que colaborou com o maior impacto individual (0,16 p.p.) no IPCA do mês, com alta de 3,42%. Óleo diesel (4,21%), etanol (0,72%) e gás veicular (0,56%) também subiram, levando o grupo dos combustíveis a um resultado de 3,12%.

“A gasolina continua revertendo o movimento que teve nos meses de abril e maio. Já havia subido em junho e voltou a subir em julho. Além disso, houve uma queda menos intensa das passagens aéreas em comparação com maio e junho”, diz Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.

O grupo Habitação teve alta de 0,80% nos preços, uma aceleração em relação ao resultado de junho (0,04%), exercendo assim a segunda maior contribuição individual para o IPCA do mês (0,11 p.p.), com destaque para o item energia elétrica, que oscilou 2,59% após o registro de reajustes tarifários em 13 das 16 regiões pesquisadas.

Já o grupo Artigos de residência (0,90%) apresentou a maior alta entre os grupos, embora tenha desacelerado em relação ao mês anterior (1,30%). Os destaques, mais uma vez, foram os artigos de tv, som e informática (2,87%), que contribuíram com 0,02 p.p. no IPCA de julho. Os preços dos eletrodomésticos e equipamentos (1,01%) também subiram.

O grupo Alimentação e bebidas ficou próximo da estabilidade, variando 0,01%. A alimentação para consumo no domicílio apresentou alta de 0,14%, com o maior impacto positivo (0,09 p.p.) sendo das carnes, cujos preços subiram 3,68%. Outros alimentos importantes na cesta das famílias, como o leite longa vida (3,79%), o arroz (2,20%) e as frutas (1,09%) também aumentaram.

No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-24,79%), maior contribuição individual negativa no IPCA de julho, com -0,06 p.p., além da cenoura (-20,67%) e do tomate (-16,78%). No item alimentação fora do domicílio, queda de 0,29%, influenciada pelo resultado do subitem lanche (-0,86%).

Entre os grupos que apresentaram quedas nos preços, o destaque foi Vestuário, que apresentou a maior taxa negativa de julho, com -0,52%. Foi o terceiro mês consecutivo de queda do grupo, que em maio registrou -0,58%, e em junho, -0,46%. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,12% em Educação até a alta de 0,51% em Comunicação.

No que diz respeito aos índices regionais, todas as 16 áreas pesquisadas tiveram alta nos preços em julho. O menor índice ficou com a região metropolitana de Vitória (0,21%), especialmente por conta da queda nos preços da batata-inglesa (-38,28%) e do tomate (-21,19%). Já o maior resultado foi observado no município de Rio Branco (0,75%), particularmente em função da alta nos preços da gasolina (7,04%).

 

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Redação

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