Lula viaja ao Japão para participar da cúpula do G7; confira a pauta e reuniões bilaterais

Lula terá agenda com Japão, Índia e Indonésia; outros governos também manifestaram interesse no Brasil

Essa será a terceira visita oficial de Lula ao Japão. Também também será a sétima participação em cúpulas do G7. Foto: Ricardo Stuckert
Essa será a terceira visita oficial de Lula ao Japão. Também também será a sétima participação em cúpulas do G7. Foto: Ricardo Stuckert

Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja nesta quarta-feira, 17/5, para o Japão, para participar da cúpula estendida do G7, na cidade de Hiroshima. Entre sexta-feira e domingo, ele participará de três reuniões temáticas da cúpula e terá encontros bilaterais com pelo menos três outros chefes de Estado e de Governo.

O convite para a reunião anual do grupo que reúne sete das nações mais industrializadas do mundo (Japão, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido) foi feito ao presidente Lula pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, durante conversa por telefone em abril.

Os principais temas a serem abordados na Cúpula serão segurança alimentar; os problemas causados pela inflação e o alto endividamento das nações em desenvolvimento; ações de combate às mudanças climáticas, fortalecimento do sistema mundial de saúde e a guerra na Ucrânia.

Além do Brasil, foram convidados os chefes de Estado e de Governo da Austrália, Ilhas Comores (presidência da União Africana), Ilhas Cook (presidência do Fórum das Ilhas do Pacífico), Indonésia (presidência da Associação de Nações do Sudeste Asiático), Índia (presidência do G-20), Indonésia, Vietnã e Coreia do Sul. Também participam representantes da União Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial do Comércio (OMC), Banco Mundial e outros organismos internacionais.

Essa será a terceira visita oficial do presidente da República ao Japão. Ele esteve no país em 2005, para uma reunião bilateral, e em 2008, para a cúpula do G8+5 em Hokkaido. Esta também será a sétima participação de Lula em cúpulas do G7 na condição de presidente do Brasil: ele esteve presente nas seis edições do encontro realizadas entre 2003 e 2009, durante seus dois primeiros mandatos.

AGENDA MULTILATERAL — Após a chegada, prevista para a manhã de sexta-feira (no horário local; noite de quinta, 18, em Brasília/DF), o presidente Lula terá pelo menos três reuniões bilaterais em Hiroshima. Estão previstos encontros com o premiê japonês, Fumio Kishida; o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; e com o presidente da Indonésia, Joko Widodo. Outros governos também manifestaram interesse para reuniões com o mandatário brasileiro, a confirmação depende da conciliação de agendas.

No sábado, às 15h (3h no horário de Brasília), Lula participa da primeira reunião temática de debates prevista na agenda. Na pauta estão os principais desafios contemporâneos, como segurança alimentar, saúde e democracia. Depois, às 17h20 (5h20 no horário de Brasília), o debate será sobre os desafios nas áreas ambiental, enfrentamento das mudanças climáticas e transição energética.

Já no domingo, dia 21, está prevista para às 8h (20h de sábado, no horário de Brasília) uma visita dos chefes de Estado e de Governo ao Memorial da Paz de Hiroshima. Às 9h30 (21h30 de sábado), ocorre a última reunião temática da cúpula, que tratará sobre paz, prosperidade e desenvolvimento.

PARCERIA BILATERAL — Brasil e Japão têm uma parceria tradicional em diversos níveis e setores, seja em comércio, serviços, cooperação técnica e também em laços humanos. O Brasil tem a maior comunidade de descendentes de japoneses, com mais de dois milhões de pessoas. Por sua vez, o país asiático tem a quinta maior comunidade de brasileiros no exterior, com cerca de 204 mil pessoas.

Em 2022, o comércio entre os dois países foi de US$ 11,9 bilhões, um aumento de 11,4% em relação a 2021. As exportações brasileiras para o Japão foram de US$ 6,6 bilhões (19,2% a mais que no ano anterior), e as exportações somaram US$ 5,3 bilhões. Com esse resultado, o Japão foi o 10º maior parceiro comercial do Brasil no último ano e o 3º na Ásia, atrás de China e Índia.

Os produtos brasileiros mais exportados para o Japão são milho, minério de ferro, carne de frango, café, alumínio e soja. Em contrapartida, importa autopeças, compostos químicos, máquinas e equipamentos do país asiático.

SOBRE O G7 — O G7 foi formado na década de 1970, pelas então sete maiores economias do planeta, para discutir e coordenar estratégias em comum sobre assuntos de interesse global.

Além de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, a União Europeia também participa das reuniões como “membro não elencado” do grupo. Das oito maiores economias atuais, apenas a China, segunda maior do planeta, não participa.

A cúpula do G7 acontece anualmente no país que ocupa a presidência temporária do grupo. Paralelamente, são realizadas diversas outras reuniões entre ministros de várias áreas para debater questões específicas relacionadas aos temas de suas pastas. Ao final, os países convidados participam das reuniões estendidas, como deve acontecer neste fim de semana com a presença do presidente do Brasil.

Na semana passada, o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, esteve no Japão para participar das reuniões setoriais do G7 entre ministros da Fazenda, Economia e Finanças dos países-membros. Foi a primeira vez que um ministro brasileiro foi convidado para essa cúpula.

Com informações do Palácio do Planalto/ASCOM

Redação

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Em meio a todas essas discussões que serão observadas na reunião do G-7, o que estará nas pautas dos participantes deverá ser relativo às mudanças que se acentuarão na conformação geopolítica e geoeconômicas em curso. Diante das necessidades de avançar nas questões relacionadas aos problemas climáticos e à aplicação de soluções em relação a tudo o que se refere com o tema, as aproximações de alguns países tem enfoque importante. São interesses paralelos que tentam ser costurados, com cada país ou conjunto de países tentando se colocar dentro desses assuntos. Seguramente vai haver pressões de umas partes em relação a outras procurando defender seus interesses. A transição energética é um tema indispensável e que fará cada vez mais os países buscarem discutir viabilidades em torno das questões. As tensões em acirramento por vários motivos no Mundo, colocam essa corrida num ritmo mais acelerado – inflação, quebra das cadeias produtivas, ritmo de crescimento, etc – e esses movimentos se põem na tentativa de conversas menos resistentes e com maior possibilidade de avanços.

  2. A submedíocre e nefasta imprensa empresarial local (“míRdia”) esconde o fato de que o único presidente convidado várias vezes para o G7, que não inclui o braZil, é o Luiz Inácio. Para desgosto da variada oposição ao mesmo, vão acabar renomeando O G7 de G7+L…Hehe.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador