Morreu neste domingo (5), na Cidade do México, o filósofo Enrique Domingo Dussel Ambrosini, aos 88 anos, conforme informou seu filho Enrique Dussel Peters na rede social X (antigo twitter). Não foi informada a causa da morte.
Enrique Dussel é reconhecido internacionalmente por seu trabalho no campo da Ética, Filosofia Política e Pensamento Latino-Americano em geral e por ser um dos fundadores da Filosofia da Libertação, corrente de pensamento considerado o fundador principal.
Nasceu em Mendoza, Argentina, em 24 de dezembro de 1934, e em 1975 chegou ao México em exílio, onde posteriormente obteve a nacionalidade.
A reitora da Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM), Tania Rodríguez Mora, lamentou a morte em sua conta na rede X: “Morreu Enrique Dussel, nosso querido e admirado reitor. Sábio e generoso”.
Enrique Dussel foi licenciado em filosofia pela Universidade Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina, em 1957, e em estudos da religião pelo Instituto Católico de Paris, em 1965.
Desenvolveu boa parte de sua carreira profissional no México, onde, entre outros cargos, foi professor de ética e filosofia política na UNAM e professor-pesquisador do Departamento de Filosofia da Universidade Autônoma Metropolitana (UAM) Iztapalapa.
Também foi reitor interino da UACM.
Tese fundamental
A tese fundamental de Enrique Dussel foi a Filosofia da Libertação, um pensamento que surge de um lugar situado na exterioridade, na periferia geopolítica, cultural, econômica, política, militar, do Sul Global, com uma posição ativa no viver em um mundo dependente Neocolonial.
“Partindo da história mundial, Dussel situou este pensamento filosófico na alteridade do Outro/a, do nada, do não ser, “a viúva, o órfão, o estrangeiro” e o pobre, uma alteridade a partir da qual é possível efetivar a crítica a qualquer sistema (econômico, político, epistemológico, filosófico, de gênero, cultural, racial, etc.) que se fecha sobre si mesmo”, escreveu o La Jornada em seu obituário sobre o filósofo.
Dussel se inspirou em seus autores favoritos (latino-americanos e europeus, de Salazar Bondy e Freire a Sartre e Heidegger, passando por Hinkelammert, Lévinas, Ricoeur e Benjamin) e os incorporou em um novo discurso descolonizador e crítico.
Nova visão da história
O resultado não foi apenas uma nova visão da história mundial, mas também novas categorias filosóficas que foram sendo afinadas, especificadas, conforme aconteciam os debates, passavam os anos, com os lugares existenciais a partir dos quais se pensa.
A interpelação intercultural dos povos originários fortaleceu as teses originais de sua Filosofia da Libertação.
Com informações do La Jornada
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