O combate, a filosofia e a morte

Todos os seres humanos estão fadados a combater, a meditar e a dialogar com a morte. Os que não fazem isto não chegaram a ser humanos.

A morte vê o combate e a filosofia da mesma forma: ambos são inúteis. O combatente só vê o que pretende ver. A filosofia vê parcialmente o combate, mas não gosta de ver aquilo que põe fim à toda atividade filosófica. 

O combate se opera na arena política e na esfera jurídica. Num a disputa tem por fundamento o futuro, no outro o passado. Mas é no presente que o combatente atua e sofre as consequencias. Isentar alguns homens de combate obrigando outros a combater diariamente é coisa vil. Mas é exatamente isto o que a imprensa brasileira tem feito. Basta ver como são tratados os marginais do PSDB e os inocentes do PT.

O que é filosofia? Sua prática é possível aqui e agora? Qual sua finalidade? Pode a filosofia ser útil? A filosofia se ocupa do homem, do mundo e do homem no mundo, mas ela proporciona mais perguntas do que certezas. As certezas da imprensa em relação à inocência nata dos tucanos e a culpa social dos petistas não são filosóficas.

A morte atinge indistintamente todos os combatentes, filósofos e jornalistas. Os últimos, contudo, acreditam que são imortais. Não só isto, eles acreditam que podem apressar a morte de um partido e impedir o enterro eleitoral do outro. O pecado capital da imprensa é o orgulho. As tolices que os jornalistas produzem e distribuem como se fossem notícias não serão capazes de evitar a eleição de Lula em 2018.

Quando os fatos não são aqueles divulgados pelos jornalistas, a imprensa pode já estar morta. Afinal, ela se tornou irrelevante e irritante. A queda das vendas dos jornais e revistas e a diminuição da audiência do Jornal Nacional podem ser considerados indícios de uma crise. Ou como a certeza de que a própria imprensa será derrotada nas próximas eleições para felicidade geral da nação.

O telescópio da imprensa é incapaz de ampliar algo quando a notícia está fora de foco. A imagem não focada, contudo, segue existindo para si e para o mundo. O que existe produz resultados eleitorais. O que não existia perde eleições nas quais a derrota era certa (caso do PSDB nas últimas eleições presidenciais, por exemplo). Nisto reside a principal virtude da verdade factual: ser independente da representação feita pelos jornalistas. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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