Os EUA impedem ao Brasil o acesso a tecnologias militares, e tentam dificultar a influência brasileira no continente.

Ontem, dia 16 Fev 11, o Portal Terra publicou uma reportagem informando que o WikiLeaks revelou que os EUA solicitaram à Ucrânia que não repassasse ao Brasil a tecnologia da construção de VLS. Ora, todos nós já sabíamos da existência do acordo espacial firmado entre Brasil e Ucrânia, cujo objetivo, entre tantos, é o desenvolvimento e fabricação do VLS Cycone-4. O que nós não sabíamos até então, é da existência dessa intenção norte-americana, impeditiva na questão da transferência da tecnologia do desenvolvimento de VLS pela Ucrânia. Com essa revelação do WikiLeaks, podemos deduzir e concluir que os EUA temem que o Brasil desenvolva, depois do VLS, mísseis balísticos intercontinentais, de forma que o domínio do espaço aéreo pelo Brasil possa comprometer a segurança daquele país.

Também ontem, e mais uma vez eu gostaria de datar, dia 16 Fev 11, o Portal Terra informou que se reuniram em Assunção, por solicitação possivelmente do governo paraguaio, os embaixadores dos EUA, a fim de que solicitassem ao governo norte-americano a adoção de mecanismos que possam impedir o crescimento da influência brasileira naquele país vizinho e no continente sul-americano.  Com essa reportagem, podemos perceber que os paraguaios se sentem sufocados com o crescimento da influência brasileira sobre aquele país. Daí, pode-se concluir também que ainda ocorre, desde o século XIX, a vigência da Doutrina Monroe, e desde o século XX, a continuidade da prática do big stick, revestida com uma nova roupagem, e com uma fala mais mansa e mais suave do que antes, mas com um porrete mais pesado do que nunca.

Reforçando a idéia do impecilho norte-americano ao exercíco da nossa soberania, em 2006, o Portal Defesa@Net informou que a Reuters divulgou uma reportagem no dia 10 Jan 06, que afirmou que os EUA contrariaram os interesses do Brasil, quando indeferiram a venda de aviões super tucanos para a Venezuela. Tal indeferimento, ocorreu porque os referidos aviões possuem entre seus equipamentos instrumentos fabricados pelos norte-americanos.

Diante dos problemas acima relatados, que continuam afetando a diplomacia entre os EUA e o Brasil,  marcada no passado por atos impeditivos norte-americanos que caracterizaram muito bem a tentativa do fechamento das portas de acesso do Brasil a determinadas tecnologias que pudessem supostamente afetar a segurança dos Estados Unidos, penso, que o governo brasileiro, deveria refutar a oferta da tecnologia do F-18 norte-americano, e aceitar em primeira mão a oferta da Saab sueca, e em segunda prioridade, a oferta da Dassault francesa.

O ideal, porém, na minha humilde visão, é que o governo brasileiro já tivesse optado há anos atrás, pelo desenvolvimento de um projeto totalmente nacional, de forma que fossem minimizadas as ações impeditivas à comercializção do caça brasileiro no futuro. Entretanto, como não se pode voltar o tempo, penso que o Brasil deveria optar pelo acordo com a Saab sueca, pois, mesmo havendo a dificuldade do tempo para o desenvolvimento do projeto e da produção da aeronave, e ainda, pelo fato de haver previsibilidade de maior dispêndio de recursos, a transferência da tecnologia seria imediata e inovadora, de acordo com o andamento do projeto, com perspetiva inclusive de uso de tecnolgia stealth, usada em caças de 5ª geração.

No caso de o acordo ser firmado com a França, na minha visâo, o Brasil perderá mais recursos por causa dos custos do Rafale, que segundo os especialistas, demanda mais combustível por hora de vôo por causa da existência dos dois motores. Outra informação menos favorável à aquisição do caça francês, se refere ao alto custo da aquisição do aparelho, porque o preço cotado pela Dassault ainda continua cotado num patamar acima dos preços dos seus concorrentes.

E por fim, digo que, por melhor que seja a aeronave F-18, o Brasil jamais se sentirá seguro depois do fechamento de um acordo com os EUA, pois, mesmo que exista no contrato cláusula que possibilite a transferência total de tecnologia, aparecendo qualquer conflito entre os dois países, os EUA estarão sempre prontos para interferir no acordo, com o fim de indeferir a venda da aeronave a qualquer outro país que contrarie os interesses dos norte-americanos.

Os fatos históricos do passado geralmente se repetem, e isso sempre ocorre com uma nova roupagem, com o objetivo de impedir a visualização e a transparência das ações exercidas pelas nações imperialistas.

O Brasil é uma nação jovem, rica, vasta, diversificada e promissora, e deve, por isso mesmo, exercer a sua soberana.

Luiz Guilherme Menezes Lopes  – Militar da reserva remunerada, historiador, professor e adesguiano de Santa Catarina.

BRASIL ACIMA DE TUDO !

Redação

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