Os recuos e avanços de Dilma Rousseff

Os líderes da oposição e a mídia decadente comemoraram intensamente a vitória do projeto do senador José Serra que, na prática, desnacionaliza o pré-sal. Serra cumpriu o que havia prometido à Chevron. Sua fidelidade canina à petrolífera norte-americana, contudo, não foi destacada pela imprensa nacional ou estrangeira.

A aprovação da proposta entreguista de José Serra desagradou muito aos nacionalistas de esquerda e de direita. A desnacionalização do petróleo causará grande prejuízo econômico ao Brasil e, sem dúvida alguma, privará a educação de valiosos recursos. Não só isto, se a proposta vingar um novo eleitor poderoso entrará em cena nas disputas presidenciais. As petrolíferas norte-americanas que pretendem explorar o pré-sal certamente usarão todo seu capital financeiro, político e jornalístico para sabotar candidatos a presidente que ousem prejudicar seus interesses para atender as demandas sociais do povo brasileiro.

Dilma Rousseff foi criticada por senadores petistas por não ter defendido a legislação de exploração do pré-sal em vigor. Sob intensa pressão da imprensa e tendo que se defender em duas frentes – no TSE, onde seu mandato foi impugnado; e na Câmara dos Deputados, onde responde ao absurdo processo de Impedimento iniciado por Eduardo Cunha – a presidenta do Brasil distanciou-se da disputa no Senado vencida por José Serra.

O jogo ainda não terminou. Não sabemos exatamente porque que Dilma Rousseff recuou. Ela pode ter dado um passo atrás agora para avançar dois passos no futuro. Semana que vem o Deputado Eduardo Cunha pode ser afastado do comando da Câmara dos Deputados. Se isto ocorrer, a aprovação da proposta de José Serra no Senado pode se transformar numa “vitória de Pirro”.

A queda de Eduardo Cunha pode ser acompanhada de um aumento da pressão sobre a própria oposição. Aécio Neves foi delatado várias vezes como cobrador/recebedor de propina de Furnas. José Serra ainda pode ser empalado por trilhos de trem em razão de seu envolvimento no desvio de dinheiro do Metrô e da CPTM. A nova operação da PF que iniciou tem tudo para estourar várias quadrilhas tucanas.

Aqui mesmo no GGN disse que a virtude de Dilma Rousseff é a resiliência https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/retrospectiva-2015-ou-como-a-resiliencia-derrotou-a-eloquencia. Talvez ela tenha outra virtude sutil, incapaz de ser percebida ou reconhecida pela extrema direita brasileira. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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