Novas mensagens da Operação Spoofing obtidas nesta quinta-feira (8) pelo Jornal GGN mostram que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região negociou turbinar a Lava Jato em Curitiba com mais servidores, a pedido do ex-procurador Deltan Dallagnol.
As mensagens enviadas por Deltan, em janeiro de 2017, mostram que ele teria negociado a ampliação da equipe com o então vice-presidente do Tribunal, desembargador Thompson Flores.
Flores apareceu em outras mensagens da Vaza Jato reveladas pelo GGN, pedindo que os procuradores de Curitiba escrevessem as súmulas que provavelmente foram usadas pelo TRF-4 para aumentar as penas de Lula.
“Minha conversa foi com o vice presidente, já que o presidente não estava. Ele externou a posição do TRF, de total apoio a LJ, tanto em termos de servidores, quanto de juízes. Falei que se ficássemos apenas com uma parte. Um só juiz não daria conta. Eles apenas dependem do que o moro quer”, escreveu Deltan.
Abaixo, as mensagens de Deltan:
21 Jan 17
10:32:07 Deltan Deltan. Fui no TRF falar sobre LJ. Eles apoiam o que precisarmos, inclusive reforço de servidores e juízes. Só depende do moro.
10:32:07 Deltan FYI
15:37:23 ?
16:20:27 Deltan Januario foi falar com desembargadores no TRF. Na conversa parece que eles manifestaram amplo apoio inclusive com eventual necessidade da Vara de recursos humanos. Como falaram em juízes (a entender melhor), uma opção a avaliar seria exclusividade da Gabriela em auxílio também. Há muitos casos menos relevantes de corrupção e poderia ser um modo de dar vazão (até nos podemos conseguir outros colegas pra tocar). Isso está na lista de tópicos a conversar quando Vc retornar para a rotina da Vara, depois desse trágico acidente.
20:51:32 Deltan Minha conversa foi com o vice presidente, já que o presidente não estava. Ele externou a posição do trf, de total apoio a LJ, tanto em termos de servidores, quanto de juízes. Falei que se ficássemos apenas com uma parte. Um só juiz não daria conta. Eles apenas dependem do que o moro quer.
Dois pesos, duas medidas
O “total apoio” do TRF-4 à Lava Jato, contudo, não resistiu à troca de juízes.
Com a entrada de Eduardo Appio, os cargos de assessores da 13ª Vara de Curitiba foram esvaziados pelo TRF-4, conforme o GGN denunciou aqui.
Appio perdeu seis servidores por requisição do TRF-4 em dezembro de 2022. Outra servidora pediu transferência alegando grande carga de trabalho. Appio ficou ainda sem oficial de gabinete, ou seja, fazia tudo sozinho, sem estrutura mínima para uma vara especializada em lavagem de dinheiro.
Antes de ser afastado do cargo por uma denúncia de Marcelo Malucelli, desembargador e sogro da filha de Sergio Moro, Appio entrou com um pedido de auxílio no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), e o caso está com o ministro Luís Felipe Salomão.
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