Procuradores da Lava Jato sabiam da “festa da cueca”, indica áudio de Tony Garcia

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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No Twitter, Tony Garcia compartilhou a gravação de um suposto diálogo que teve com os procuradores Januário Paludo e Carlos Fernando

Imagem: Reprodução/Twitter Tony Garcia

O empresário e ex-deputado Tony Garcia trouxe à tona, nesta quinta-feira (13), uma nova gravação de voz em que, supostamente, procuradores da Operação Lava Jato confirmam a fatídica “festa da cueca” entre desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Segundo Garcia, o então juiz da 13º Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos oriundos da força-tarefa, senador Serio Moro (União/PR), usou filmagens da tal festa para chantagear desembargadores do TRF-4 a mudar sentenças. Recentemente, o empresário confessou em juízo ter sido usado como “agente infiltrado” pelo ex-juiz.

No novo áudio é possível ouvir Garcia conversando de maneira descontraída com outras duas pessoas sobre o episódio, que teria sido usado pela Lava Jato para “destruir famílias”. Segundo empresário, participavam do diálogo os procuradores Januário Paludo e Carlos Fernando dos Santos Lima. 

Para ele mudar o voto, deve ter mostrado a fita do Bertholdo. Ele chorou e mostrou pra mulher na festa da cueca lá. Pô, ele deve ter ficado desesperado“, disse Garcia.

Lima, supostamente, defende que Nefi Cordeiro, juiz do TRF-4 à época, não teria frequentado o evento. “Por isso que eu disse que eu não acredito que ele [Nefi] esteve nesta festa“, disse.

Garcia, por sua vez, rebate: “O Nefi contou para a mulher“. Ao que indica, Paludo chega a relatar que um desembargador “apanhou da mulher“. Ouça:

Desde o último sábado (8), Garcia tem exposto em seu perfil no Twitter uma série áudios que comprometem, ainda mais, a “República de Curitiba”. As primeiras conversas revelam um suposto acordo informal feito com Moro.

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A “festa da cueca”

Garcia já havia revelado a reunião recreativa entre desembargadores TRF-4 e prostitutas, que teria ocorrido em novembro de 2003, em uma suíte presidencial do luxuoso Hotel Bourbon de Curitiba. O evento teria sido gravado pelo sócio do advogado Roberto Bertholdo, que posteriormente seria “perseguido” por Moro.

De acordo com Garcia, no dia do evento, Bertholdo – conhecido no Paraná por seu trânsito nos tribunais e no meio político – mandou um avião fretado buscar os desembargadores, que foram levados ao estádio Pinheirão, onde assistiram a um jogo da seleção brasileira contra o Uruguai. Após o jogo, eles foram para o hotel e participaram da festa.

Subi para a suíte do Bourbon, onde tinha umas 30 pessoas. Era chamada ‘festa da cueca’ porque na hora que nós abrimos a porta tinha desembargador com camisa de gravata, cueca, meia e com um copo de Whisky na mão”, contou Garcia, em entrevista concedida ao jornalista Luís Nassif, exibida na TVGGN, em junho. 

Eu subi lá, eu não conhecia nenhum desembargador, porque eu não vivia nesse meio, não tinha nem ideia de quem era, entendeu? E um monte de prostituta que estava lá”, acrescentou o empresário. 

Assista:

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