Ion de Andrade
Médico epidemiologista e professor universitário
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A esquerda e a questão republicana, por Ion de Andrade

A esquerda e a questão republicana

por Ion de Andrade

Raramente um fato aparentemente tão desimportante quanto o episódio que envolveu Miriam Leitão num vôo foi alvo de tanto interesse público. Por que? O que houve por trás disto que justificou tamanha atenção. Sabe-se que o que atrai a atenção dos passantes num acidente de trânsito é que ele encerra uma verdade que deve ser entendida por razões de sobrevivência. Se um fato, aparentemente menor, atraiu tanta atenção é porque algo tem a ensinar.

Habituada a agredir petistas e pessoas ligadas ao campo progressista em enterros, internamentos hospitalares, restaurantes e nas ruas, a turba fascista em que se converteu a direita tradicional no Brasil, nunca recebeu reprimenda de nenhuma das suas organizações políticas de referência e, como quem cala consente, essa expressão de ódio tornou-se o comportamento normal, o modus operandi daqueles que aspiram a governar e estão governando o Brasil. Como já disse alguém, no Brasil não temos esquerda e direita, mas Casa Grande e Senzala, o que insere esses ódios novos a uma velha tradição nacional que relega aos de debaixo, o pó.

O que ocorreu no episódio Miriam Leitão/Gleisi Hoffmann foi o magnífico ensaio do que deve ser clara e ostensivamente a nossa conduta. Militantes petistas, e depois ficou provado que não se excederam, foram acusados, pela suposta vítima, Miriam Leitão, de agressão pessoal e política num vôo comercial. Não sei se alguma vez a colunista sentiu-se incomodada com agressões sofridas por gente de esquerda em, limitemo-nos a essa circunstância, enterros de seus mortos. Não vem ao caso, independente disto, baseado numa exigível presunção de inocência, a presidente nacional do PT pediu-lhe desculpas e sinalizou, como lhe pareceu o seu dever, aos que teriam participado da suposta agressão como também ao conjunto da militância e ao país, que esses não eram nossos métodos, e que não podíamos nos igualar à Globo.

Depois disto, inúmeros testemunhos demonstraram que os fatos não haviam sido como narrados por Leitão e eram outros, que as agressões em nenhum momento foram a ela, mas à Globo que ela de direito ou de fato representa, e que tratou-se de um mal decorrente da sua notoriedade e da sua assumida parcialidade, a que, aliás, tem direito, respeitada a integridade moral dos seus alvos… poderiam ter sido aplausos se mais distinta fosse a clientela do voo. Reconheça-se também que, provado não ter havido agressão à pessoa da colunista, e por vivermos, ainda, num país que garante a liberdade de expressão, nada há contra os militantes que gritaram palavras de ordem. Há, portanto, espaço para que a própria Gleisi enquanto presidente do PT possa analisar se vai ou não processar a dita colunista por calúnia e difamação.

Feita essa consideração voltemo-nos a Gleisi. Legítima representante de uma das maiores forças políticas do Brasil, força esta não somente portadora de valores, de uma tradição de lutas e de respeito à democracia, mas que governou e pretende novamente governar o Brasil, Gleisi se limitou a exprimir no episódio o ideário que a sua força política abraça. E, sim, admoestou os seus. Magnífico exemplo. A possível mentira da colunista enobrece ainda mais a sua atitude desprendida e corajosa. E os militantes repreendidos, embora tenham o direito de mostrar quem é Miriam Leitão, têm o dever moral de entender o que a presidente do partido quis dizer. Não é uma questão doméstica, como querem os que acham que ela deveria ter perguntado aos militantes antes de agir. É uma questão pública, um ótimo momento de dizer a que viemos. E, naturalmente, os militantes devem ser ouvidos .

A questão republicana não pode ser confundida com ingenuidade, ela opera no interesse das maiorias e é uma ferramenta muito poderosa de organização das expectativas políticas, conformando, portanto, a cultura a nosso favor.

Há pesada crítica aos governos petistas por ter assegurado sempre a escolha do primeiro da lista do Ministério Público para uma definição, privativa do Executivo, dos Procuradores Gerais da República. E de fato houve aí erro e ingenuidade. Por que? Porque a escolha do primeiro da lista nem sempre atendeu ao respeito à República. Foi o primeiro da lista Janot? Foi republicano? A escolha do primeiro da lista é demagógica e não republicana. A escolha republicana deveria, sempre, ter sido a escolha do mais fiel à isenção e à honra das instituições acima dos interesses específicos, o que, óbvio ululante, não ocorreu. Deveriam ter sido escolhidos promotores reconhecidos por sua grandeza e apego à justiça, e não por sua vaidade, partidarismo, corporativismo ou por sua canalhice, pessoas que fossem reconhecidamente capazes de processar o (a) presidente por causas reais e não casuísiticas.  Não se pode escolher a primeira raposa da lista para tomar conta do galinheiro esperando, em nome dessa estupidez que, por reconhecimento, não devore galinhas. Da mesma forma que seria perverso escolher alguém alinhado ao PT para a PGR.

Critica-se também o PT por ter convertido a Polícia Federal numa força sem comando e aí se atribui a isso o seu republicanismo. Porém observemos, Cardozo ministro e Dilma presidente, nesse particular foram republicanos ou omissos? E Aragão quando prometeu punição para conduções coercitivas desrespeitosas da lei teria sido antirrepublicano? Não, na verdade, a atitude de Cardozo foi lesa-pátria e a de Aragão republicana.

Não podemos desejar um Estado que em nome de uma parcialidade política enviesada em favor da esquerda deixe de buscar a isenção necessária no tratamento da coisa pública. É óbvio que, como construções sociais em meio a uma sociedade dividida entre explorados e exploradores, garantir o caráter republicanos das decisões será sempre um terreno de lutas e de interpretações bem difíceis. E temos lado. Podemos entender como republicano coisas que a direita considere que não são. Vamos enfrentá-los.

Porém, o que está claro é que as forças conservadoras no Brasil não têm, dados os compromissos que estabeleceram com o mercado, com o proveito próprio, ou com o crime organizado, como está escancarado à luz do dia, a menor condição de gerir o Estado com qualquer espírito republicano, compreensão que é estratégica para o campo progressista que deve afirmar-se aí também. O que se constata ,porém, é que o governo da direita no Brasil é, na verdade, um espetáculo dantesco e que, ainda que com ingenuidade e demagogia, somente a esquerda demonstrou poder ser republicana.

Nunca esqueçamos que o Estado democrático de direito é a casa das maiorias e que ele é também a República. Construir e consolidar esse caráter republicano, estratégico para nós, não será coisa nem para demagogos, nem para frouxos. A República é a ordem da casa. Só empunha essa bandeira a força que aspira e pode ser hegemônica. A esquerda democrática, que se opõe à direita plutocrática deve ser tão republicana quanto a direita é antirrepublicana, oligárquica, coronelista, senhorial ou escravagista…

Na sua aparente fragilidade Gleisi fez a coisa certa. A República é um cavalo bravo que não se deixará domar por demagogos que queiram jogar para a plateia. A sua condução exigirá punhos de aço, desapego e sede de justiça, mas as maiorias não precisam temer a República, os privilegiados sim.

No Tarot a República bem que podia ser representada pela carta da Força, aquela onde uma moça de aparência frágil calmamente domina o Leão.

Possa Gleisi estar à altura.

Ion de Andrade

Médico epidemiologista e professor universitário

13 Comentários

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  1. Prezados Camaradas
     
    Quando

    Prezados Camaradas

     

    Quando leio isso, e vejo que; à sombra dos gigantes que honraram o Brasil com sua história – Tiradentes, José Bonifácio, os dois Pedros, Getúlio Vargas, Celso Furtado – e tntos outros); vejo como nos tornamos pequenos

  2. Comunicação, é aí a guerra.
    Como sempre o PT se submete às premissas de supostas verdades nas narrativas da Globo e seus funcionários. Como sempre o PT se comporta submisso na comunicação social, mas agora sem razão nenhuma!

    É preciso a postura do desmentido, sempre, o combate comuncativo à qualquer ataque ao partido e seus militantes, responder com firmeza, manter a postura cética se tal coisa é verdadeira mesmo e levantar esta dúvida publicamente, pois a mídia de forma geral está em xeque pelo público. Essa é a postura agora, na pós-verdade e na cristalização do entendimento político social cada vez maior no Brasil.

    Mas, não. Foi logo produzindo um pedido de desculpas à jornalista sem averiguar a veracidade das afirmações, isso quando a credibilidade da empresa esvai água abaixo.

    Agora, vários desmentidos desnudam a jornalista …

    O PT ainda não entendeu que esse poder de comunicação é que está sustentando o golpe e a entrega dos recursos, bem como foi o fiel frente ao fraco desempenho político (e na comunicação) do governo Dilma Rousseff para o golpe. Não é possível que não tenha aprendido isso.

    Esse jogo na comunicação pode e deve ser vencido no embate argumentativo e não na subserviência ou submissão frente às narrativas da Globo e seus funcionários, e também outros aliados.

    É a moral que está em jogo, a credibilidade. Quem mente está pagando feio, mas quem aceita de cara algo como verdade, também paga.

  3. Nas cordas

    De tanto apanhar acostumou-se às cordas.

    Curvar-se demais mostra o fiofó.

    É só erguer a cabeça, não se acovardar ou se esconder, e expor o peito; não precisa violência, a última e única arma dos fracos.

    Um tanto mais de astúcia e a casa-grande vai se ver falando sozinha.

    Sem senzala, sem casa-grande. Sem escravo, sem senhor.

     

  4. Replubicanismo ou

    Replubicanismo ou subserviencia?

    A primeira entrevista de Lula foi ao JN, Dilma foi fazer omelete em Ana Maria enquanto a Globo fazia omelete dela, o marido de Gleise (comunicações), Zé Eduardo Cardoso (justiça) e Mercadante (educação) sonhavam em dar ou davamorgulhosamente entrevistas  às paginas amarelas da veja. A então prefeita petista Marta dava o nome de uma avenida a Roberto Marinho. Devrm ter centenas de exemplos como esses. Querem ser aceitos na festa do rico. Parece bajulação do opressor, querem se amiguinhos da plutocracai.

  5. É preciso estar atento e forte!

    Muito bom texto.
    É fundamental distinguir republicanismo, de fraqueza, de ingenuidade e de crime de lesa-pátria. José Eduardo Cardozo tangenciou os limites da lesa-pátria. A escolha de alguns juízes para o STF também.
    Num país com oligarquias que o controlam há muitos séculos, é preciso que a esquerda esteja atenta e forte. Não está a lidar com os liberais humanistas tradicionais da Inglaterra ou EUA. Está a lidar com Senhores do Engenho, “Coronéis” rurais, Feitores e Capitães do mato do século 21. Esses citados têm como cão de guarda a mídia corporativa venal, mentirosa e corrupta, que Lima Barreto há 100 anos já descrevia. Essa mídia venal está pronta para distorcer o que quer e “ignorar” eventos que reunem mais de 100 mil pessoas. Por isso, a atenção deve ser também voltada para a possibilidade de manipulação por parte da mídia. Por exemplo, é importante evitar provocações de black-blocks infiltrados, Cabos Anselmos do século 21 na espreita, “inocentes isentões úteis de esquerda” que prestam serviços à direita. As manifestações podem e devem ocorrer, mas devem ser pacíficas. A violência (em geral infiltrada pela direita) é o que as forças do atraso querem.  

    Portanto chega de ingenuidade, chega de bancar o “isentão” igualando desiguais e andando descalço em terreno cheio de víboras. Repito: é preciso estar atento e forte!

     

  6. Errou

    Gleise foi ingênua o que não deveria mais acontecer com o dirigente de um partido com a força popular-democrática do PT. Acho que com as críticas aprendeu a lição. Boa educação e elegância são válidas e merecem aplausos. Mas, em momentos críticos como o que vivemos pega mal. Eu a entendo mas acho que errou ao se precipitar nas desculpas. Deveria esperar antes de tomar decisões políticas apressadas. Tem mais uma. Não é só o PT que está P da vida com a Globo e golpistas em geral. Por que achar que os que estavam no avião eram necessariamente militantes do PT? Acreditou na palavra de uma manipuladora de notícias contumaz. Errou. Errou sim.

  7. Então… Vamos ver o ponto de

    Então… Vamos ver o ponto de vista de quem esta do outro lado.

    Ser petista virou adjetivo. E não é um adjetivo elogioso. A grande mídia construiu e a classe média incorporou a caricatura de que o petista é um ser grosseiro, grotesco e fanático.

    Mas o que é ser petista?

    Vejamos o meu caso: eu votei no PT em todas as eleições após a redemocratização. E me filiei ao PT após a perseguição da República de Curitiba. Nunca participei de congressos do partido nem conheço nenhuma grande figura da política.

    Porque sempre votei no PT? Porque de longe, muito longe do poder,  ao fazer minha opção do voto compatilho com a defesa do partido pela inclusão social, com a defesa da soberania nacional, sua contra posição aos partidos políticos que representam a elite brasileira ao representar o trabalhador na política etc. O que eu quero dizer é que antes de votar pensei no programa do partido que melhor que representava na política. Já a filiação foi um ato de protesto: fascista nenhum da república de curitiba (especializado em perseguir e faturar com a perseguição) tem direito de extinguir um partido político que tem em seu programa cláusulas que eu defendo para o país.

    O que eu quero dizer com isso é que eu pensei ao fazer a escolha do meu voto. Não sou essa caricatura construida pela imprensa. E quando Gleise Hoffman se apressa a se desculpar com Miriam Leitão sobre a grosseria dos petistas que a “agrediram” no avião sem escutar os petistas que lá estavam descubro o que? Que os figurões do partido também tem a imagem do eleitor petista como um ser grosseiro, grotesco e fanático. Gleise agiu como a elite que nos despreza.

    Eu dispenso que alguém se desculpe por mim. Quando faço um protesto contra uma instituição ou uma pessoa é porque a considero digna do protesto. Não sou uma fanática ao fazer isso. Apenas uma cidadã que, certo ou errado, me julgo no direito de protestar. 

  8. O caso Mirian Leitão

    Uma opinião particular para o caso Mirian Leitão.

    O caso Mirian Leitão nos aponta ao jogo de sempre: colar a imagem dos petistas como vândalos, arruaceiros, bolivarianos, antidemocráticos, justamente em um momento de descrédito crescente da Globo, diante do apoio ao Golpe e a promessa de ser o Golpe a Salvação do Brasil.

    Quando Mirian Leitão cria este cenário noticioso dela mesma, ela mesma ou por ordem superior, onde os petistas são o alvo, ela ou quem mandou quer dar uma sobrevida a tudo o que está dando errado no País e ao caos de Temer & Cia.

    Impedir o fim do Golpe via Diretas-Já ou anulação do impeachment (remota possibilidade), e dar respaldo às indiretas.

    É colocar na berlinda que se o PT voltar ao Poder são irresponsáveis em todos os sentidos que irão voltar.

    Então, que seja qualquer um menos os petistas e as esquerdas no pós-Temer.

    Se eu dou a corda para me enforcar a Mirian Leitão puxa a corda sem nenhum pudor. Afinal, ela já não mais age dentro de nenhum republicanismo e age sem nenhum sentido de ética ou respeito ao adversário ideológico, que para ela é inimigo e não adversário. Ela já faz parte da sociedade doentia e sem limites que no Brasil cresceu com o Mensalão e a Lava-Jato.

    Imaginemos que a vítima da mentira: o PT, representado na invenção da Jornalista da Globo pela militância partidária, foi quem acabou por colocar na testa dos militantes petistas os adjetivos sonhados pela Mirian e quem ela representa, afinal, se desculparam de uma mentira e as desculpas sobre o fato mentiroso correm o Brasil, não que o fato é mentira e nem os vários desmentidos para o fato, desmentidos que ficam/ficarão restritos aos blogs e alguns portais progressistas e redes sociais, no círculo fechado das esquerdas, prioritariamente.

    A pressa é inimiga da perfeição, diz o ditado, e é precisa neste caso.

    Uma informação simples de ser combatida deveria ser checada e já dado de prima que é mentira.

    E não ter dado a chance de as desculpas serem a notícia, ao invés de ser valorizado que estamos diante uma não-notícia, uma pós-verdade apenas, ou seja, um fato inventado.

    Bem sabemos.

    Se a verdade pudesse ser exprimida na velha mídia e na Globo, o fato mentiroso sequer existiria.

    O fato mentiroso cresceu, também, porque, nós da esquerda, quisemos dar uma de bons-moços e éticos, mostrar como deve ser a postura de uma pessoa honesta, democrática e republicana e saímos pela porta do imediato e da necessidade de dizer: – eu não faço assim! – Não me representa quem fez!

    Quem não deve não teme, outro ditado justo, que caberia aqui. Nós não precisamos dizer que somos honestos e republicanos e democráticos, as ações falam por si. E tinha, no nosso meio social, esquerdistas preocupados em externar o que é intrínseco do caráter de um sujeito de esquerda autêntico.

    Se fosse o caso de Lula, que a direita jurídico-midiática mente sobre sua pessoa, sempre se precisa combater a mentira e reestabelecer a honestidade dele; quem não é perseguido por este conluio não precisa.

    Desde o episódio do Mensalão em que as esquerdas partidárias não fizeram a defesa de seus líderes: Genoíno e Dirceu, a situação de não defender a esquerda violentada diariamente na velha mídia e no Judiciário aumentou.

    – Não é comigo, deixa para lá! – Eu sou honesto!

    E a direita/ extrema-direita jurídico-midiática nem ai para isto se aproveitou para continuar por este caminho de difamação sem medo e pudor, porque, como, boa parte da esquerda partidária, queria, apenas salvar cada um a sua pele e a sua honestidade, o Golpe vingou e a Presidenta honesta virou a Presidenta corrupta para a opinião pública midiotizada.

    No fim de tudo o intento da Mirian Leitão se dá com força, diz sem provar, a gente sem checar confirma. E era este o objetivo traçado. As condolências com quem não queria mais do que nos ferrar.

    Checando antes, a gente terminava em poucas horas a discussão, e esta era fácil, tinha muita gente no avião do lado nosso e do lado da verdade (não só militantes), estas pessoas mereceriam, de prontidão, ser procuradas e entrevistadas, e em se restabelecendo a verdade, se soltaria uma nota reprimindo a mentira e não se veria o desmerecimento à nossa militância aguerrida de esquerda, que foi gravada nela, de forma proposital pela Jornalista, adjetivos pejorativos e negativos que não condizem com a realidade da quase totalidade da militância petista.

    O fato relatado foi em um ambiente privado, não é programa de auditório da Globonews, onde a Mirian Leitão noticia o que quer, o que mandam, fala e comenta o que quer e entrevista quem quiser ou mandam, quase sempre, sem mínimo contraditório. E contraditório tinha em profusão. Era a palavra dela contra a de dezenas, ao menos, de pessoas.

    Fica como lição:

    Coloquemo-nos no lugar da militância petista ao invés de tomar as dores da Mirian Leitão por uma não-notícia (fato inventado) no Jornalismo de guerra da pós-verdade da Rede Globo & velha mídia.

    Quem deve ser valorizado? Quem deve ser primeiro ouvido?

    Aprendamos a não ter pressa da próxima vez.

  9. Conciliação de novo?

    O que preocupa na iniciativa da presidenta do PT, antes mesmo de constatar que a “jornalista” da globo mentia, é que ela foi escolhida para presidir o partido como candidata “in pectoris” de Lula. Caso ela tenha tomado essa atitude infeliz tendo consultado antes o maior líder do partido ou, ao que parece, com a conivência dele, temos o direito de desconfiar que caso Lula possa ser de novo candidato e se eleja vá de novo adotar uma atitude de submissão à mídia comercial e de farto financiamento público. Essa é a verdadeira questão, a meu ver.

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