A disputa no PSDB paulistano

Do Valor

PSDB paulistano chega dividido à eleição da executiva

Fernando Taquari | De São Paulo
08/04/2011 

Às vésperas da convenção municipal, no domingo, o PSDB ainda não conseguiu chegar a um acordo sobre a eleição da executiva na cidade de São Paulo e caminha para disputa interna entre a bancada de vereadores e os aliados do governador paulista, Geraldo Alckmin. Com o objetivo de evitar um racha, que possa respingar sobre as eleições municipais de 2012, os secretários estaduais da Casa Civil, Sidney Beraldo, e do Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, se reuniram ontem com o presidente da Câmara Municipal, José Police Neto, e o líder do PSDB na Casa, vereador Floriano Pesaro.

Beraldo e Aparecido propuseram aos vereadores que desistissem da disputa e indicassem um nome para a vice-presidência do diretório. Em troca, a bancada teria que apoiar para o comando da sigla na cidade o nome do secretário estadual de Gestão Pública, Júlio Semeghini. A proposta não só foi rechaçada como considerada um ato de desrespeito. “Precisamos de um presidente com dedicação integral ao partido. A bancada não faz questão que seja um vereador, mas alguém que nos represente. O Júlio não se encaixa nesse perfil desde que se reuniu conosco há alguns meses e prometeu nos apoiar. Três dias depois lançou seu nome”, justifica Floriano.

O impasse reacende feridas que ainda não foram cicatrizadas das eleições de 2008, quando 11 dos 12 vereadores tucanos apoiaram a reeleição do prefeito Gilberto Kassab em detrimento da candidatura de Alckmin. Aliados do governador temem dar o comando da sigla para vereadores muito próximos do prefeito. Além das mágoas, os parlamentares paulistanos apostam que por trás da candidatura de Semeghini está a intenção dos secretários, liderados pelo titular da Pasta de Energia, José Aníbal, de influir nos rumos do PSDB na eleição de 2012.

“Não há o menor fundamento nisso. Sou a favor da convergência em torno da eleição interna. Acredito que o Júlio deve ser o presidente do diretório porque representa uma maioria do PSDB, que precisa se reafirmar e não deve agir como linha auxiliar de ninguém”, disse Aníbal. Procurados, Semeghini e Aparecido não retornaram à reportagem. 

Luis Nassif

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