As chances de Dilma efetivar mudanças sociais, por Renato Janine

Do Valor

As chances de Dilma Rousseff
 
Por Renato Janine Ribeiro
 
Dilma Rousseff tem chances. Não, não estou falando de se reeleger em 2014; ela hoje é favorita. O que me pergunto é se tem chances de, ao fim de quatro ou oito anos na presidência, ter efetivado mudanças de que o Brasil precisa. Falo em mudanças sociais. Muitos, quando falam em mudanças, destacam reformas econômicas, que facilitem o ambiente para os negócios. Estas são importantes, mas são meios para realizar fins. Num país como o Brasil, cuja população finalmente exige, e cada vez mais, os serviços públicos de que deveria gozar faz muitos anos, a questão é quem vai realizar esse desejo.

Não estou convencido de que haja só uma rota para uma democracia que funcione. Há países que o conseguiram com uma intervenção maior do Estado na economia; outros, com a desregulamentação da atividade econômica. O sucesso de um caminho ou outro depende de vários fatores. Destaco dois. Primeiro, a cultura do povo. Aqui, não faço juízo de valor. Apenas observo que os Estados Unidos e alguns outros países têm uma tradição do empreendimento individual, que resulta em ganhos sociais. Na França e na Europa continental, vigora uma cultura diferente. Ambas deram resultados muito bons.

O segundo fator é a conjuntura. Mesmo os Estados Unidos tiveram seu tempo de forte intervenção do Estado – e foi uma das épocas decisivas de sua história, sob Franklin Roosevelt, que tirou o país da recessão iniciada em 1929 e o conduziu na guerra contra o nazismo. No Reino Unido, que desde Thatcher segue uma relação mais norte-americana entre o poder político e o mercado, a grande mudança se deu no imediato pós-Segunda Guerra Mundial, quando os trabalhistas fizeram da estatização das decisões econômicas, necessidade imposta por Churchill durante a guerra, virtude.

O que decidirá seu governo é a melhora dos serviços públicos

Não bastam a cultura de um povo, seus valores, o modo como ele dá o melhor de si, e que pode ser individualista ou coletivo, atuando mais na economia ou na política. Há também o momento histórico. Articular a linhagem cultural que vem de longe e o instante em que se dá a política é o desafio do líder.

Não dou por resolvida a eleição do ano que vem. Mas cabe perguntar: pode Dilma ser uma grande presidente?

Ela teve a sorte e o azar de suceder a dois presidentes que estão entre os melhores que tivemos, numa lista de quatro que inclui Getúlio e Juscelino. Com FHC e Lula, consolidou-se a democracia. Um golpe militar é fora de questão. Essa, a sorte de Dilma, sua herança bendita.

O seu azar: eles são grandes líderes políticos, enquanto o mérito dela sempre esteve na gestão. FHC é um grande comunicador. Líder no Senado, dizia-se que ganhava as questões “no gogó”, na fala. Presidente, ele persuadia. Conquistou a classe média, ao passo que Lula, que além disso é um líder carismático, estendeu a comunicação política aos mais pobres. FHC pela razão (“mas uma razão no nível do senso comum”, como ouvi dele há três anos), Lula pelas metáforas e a emoção, ganharam apoio político para projetos difíceis e necessários – a estabilização monetária, a escolha entre privatização e estatismo, a inclusão social. Seus ministros, Sergio Mota e Dilma Rousseff à frente, executaram.

Dilma passou de gerente ou gestora a presidente. É uma transição difícil. Mas é mais normal termos um presidente normal do que um gênio na comunicação. Faz parte de nosso amadurecimento não precisarmos, cada quatro anos, eleger um presidente que sabe vender, à sociedade, os valores. Uma das tarefas dela é efetuar essa passagem do tempo de exceção para o tempo da normalidade.

O que o Brasil agora quer, aquilo de que precisa, é um Estado que funcione, garantindo que os serviços que ele presta ou fiscaliza tenham qualidade. Conseguimos o restante. Nossas eleições são limpas – mais até que as norte-americanas, pois lá, em 2000, deram posse a um candidato eleito pela fraude. A miséria está baixando. Quando mais pessoas se sentem integradas na sociedade, elas sentem que têm algo a perder, e valorizam o que existe. Mas por que isso não se expressa na consciência das pessoas? Por que é mais fácil tantos se dizerem “contra tudo o que está aí” do que reconhecerem o quanto foi conquistado, e construir a nova etapa de nossa democracia?

Paradoxalmente, um dos êxitos de nossa democracia é que ela liberou a exigência. Antes, direitos eram uma questão mais teórica. Quando tantos eram privados de tanto, eles sequer se sentiam com “direito a ter direitos”, tema central dos direitos humanos, entre nós desenvolvido por Celso Lafer. Por isso, é natural que tantas pessoas exijam, pacifica ou mesmo violentamente, educação, saúde, transporte e segurança públicos de qualidade. Aqui entra a gestão. Dilma Rousseff tem um histórico de gestora. Atender essas novas demandas não é fácil. A primeira resposta de qualquer gestor, seja o prefeito Haddad do PT, seja o governador Alckmin do PSDB, é que falta orçamento. Acredito. Mas terão de fazer milagres.

A bola da vez está com Dilma. Ela tem um ano para mostrar alguns resultados visíveis. É pouco tempo, mas desta vez parece que, mais do que a comunicação ao estilo FHC ou Lula, o que se quer é algo bem tangível no dia a dia dos serviços de responsabilidade do Estado. Será reeleita mais facilmente se demonstrar alguma melhora. Em 2018, suponho que a conta será mais alta. A sociedade, melhor dizendo, o eleitorado de maioria pobre vai querer resultados bem superiores. É um jogo em dois tempos. O aviso foi dado. Seja quem for eleito em 2014, precisará ir longe nessa questão.

Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo. Escreve às segundas-feiras.

E-mail: [email protected]

 

Redação

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  1. Dilemas da esquerda no Brasil

    DILEMAS DA ESQUERDA NO BRASIL – Escutam-se murmúrios, aqui e alhures, sobre o impasse da reforma política, da democratização das comunicações, da reforma agrária e de outros temas sensíveis aos anseios populares. Alguns mais afoitos são os primeiros a decretar: “A culpa é do PT”! Será?

    Nem é preciso ser um cientista político renomado para saber que reformas estruturais não se fazem com uma varinha mágica de condão. Se fazem com a aprovação de projetos via legislativo, dentro dos marcos da democracia liberal burguesa clássica, ou através de uma revolução social como a Revolução Francesa de 1789 ou a Revolução Russa de 1917. No caso do Brasil, temos o horizonte das reformas dentro da democracia liberal, posta e garantida pela Constituição.

    Uma pessoa medianamente informada sabe que para se aprovar um simples projeto de lei no Congresso Nacional, são necessários os votos de 257 deputados federais e de 41 senadores. Sabe também que para se aprovar uma Emenda Constitucional são necessários os votos de 308 deputados federais e de 49 senadores. Pois bem, o PT tem apenas 87 deputados (16,9% do total) e 12 senadores (14,8% do total). Logo, vê-se que o argumento de que o PT não faz reformas porque não quer fazê-las, ou porque tem medo, é uma falácia.

    Mas é preciso ir mais além. Aqui e acolá surgem idéias de alguns apressados (e equivocados) dizendo que o PT deveria aprofundar e tornar preferencial sua aliança com o PMDB, tornando-a mais sólida no Congresso Nacional, pois os dois maiores partidos garantiriam, com folga, as votações mais importantes. É mesmo? Nem que o PMDB fosse o partido mais coeso e fiel da face da Terra estaria garantido que apenas ele e o PT pudessem implementar sozinhos qualquer tipo de reforma! A soma de PT e PMDB garante 168 deputados e 32 senadores. Ou seja, não aprovariam nem um mísero projeto de lei.

    Agora vem o drama da esquerda. A esquerda (PT, PSB, PC do B, PDT e PSOL) não tem sequer 1/3 dos votos no Congresso Nacional. Destes menos de 1/3 dos votos o PT responde por pouco menos da metade. Pior do que isso é o fato de que em temas como a reforma política e a democratização dos meios de comunicação nem mesmo a esquerda é capaz de apresentar propostas conjuntas. O PSB e o PDT são contra a reforma política (já haviam votado contra em 2007) e contra uma Ley de Medios ‘Made in Brazil’. Ou seja, é outra rotunda falácia dizer que o PT não faz reformas porque não quer fazê-las ou porque tem medo das mesmas. Se o PT não tem o apoio sequer de alguns dos partidos de esquerda, como uns e outros pretendem que as reformas estruturantes sejam aprovadas? Só se for com a famosa varinha mágica de condão…

    Outro argumento falacioso é o de comparar a situação brasileira com a situação política totalmente distinta existente em outros países da América do Sul, notadamente na Venezuela, na Bolívia ou no Equador. Nada mais fantasioso e falso! Se o PT tivesse a força que tem o PSUV na Venezuela ou a força do MAS na Bolívia, todas as reformas estruturais já estariam feitas há muito tempo. Ocorre que o PT não tem toda essa força. O PT lidera uma coalizão de partidos, o PT não governa sozinho. O PT não tem 308 deputados federais e também não tem 49 senadores. Se tivesse essa maioria consolidada, como os congêneres partidos venezuelano e boliviano tem, e, ainda assim não fizesse as reformas, todas as críticas do mundo seriam corretas e pertinentes. Mas não levar em conta as diferenças dos processos sociais existentes em diferentes países torna as críticas inconsistentes.

    Seria até interessante ver em 2014, por exemplo, uma vitória do PSOL para a presidência da república. Plínio de Arruda Sampaio eleito e subindo a rampa com seus hipotéticos 10 deputados federais e hipotéticos 05 ou 06 senadores. Certamente em seis meses o Brasil veria a concretização das aspirações dos movimentos populares! Em seis meses teríamos a aprovação de todas as reformas progressistas de que o país necessita há décadas! Tirando a ironia, vale destacar que isso não valeria só para o PSOL, se vencesse o pleito de 2014 ou outro pleito qualquer, isso valeria e vale também para o PSTU, para o PSB, enfim, vale para qualquer partido político. Ou seja, a vida não é um mar de rosas e nem se passa numa película em preto e branco. A disputa política envolve uma série de mediações que jamais podem ser desconsideradas. Entre o slogan e a vida real existe uma considerável distância que só é vencida com o acúmulo de forças, não com palavras de ordem ou arrivismos.

    Os mais inocentes deveriam saber também que em 1964 o antigo PTB, que propugnava pelas corretíssimas reformas de base, tinha uma representatividade parlamentar muito maior que a representatividade parlamentar que o PT tem no Congresso Nacional nos dias de hoje. E aí, será que o antigo PTB, com força congressual muito maior que o PT atual, também não fez reformas porque não quis ou teve medo? Será que caiu por culpa de seus próprios defeitos e limitações?

    Esse é o grande enigma da política brasileira atual e a origem do impasse que entrava e paralisa as reformas estruturais. O problema do país não é o PT ou a esquerda, mas a debilidade do PT e da esquerda. O PT precisaria ter o dobro do tamanho que tem! A esquerda precisaria ter o dobro do tamanho que tem! Esse é o fato concreto. E aí quando o PT propõe temas como a reforma política, que beneficiaria todos os partidos programáticos e enterraria os fisiológicos, setores da esquerda votam contra… A ‘culpa’ é de quem mesmo?

    Enfim, na atual conjuntura não resta outra saída a não ser continuar lutando pelas transformações sociais, discutindo temas estruturais e fomentando a participação dos movimentos sindicais, estudantis e sociais. É preciso aumentar a massa crítica em favor das reformas e saber que, sem mobilizações sociais de grande monta, fica muito difícil aprovar qualquer tema mais polêmico. O que não dá é para cair no conto do vigário de que os males da humanidade são culpa da ‘paúra’ do PT. Isso é uma bobagem pueril.

    Há um enorme espaço para o crescimento da esquerda em Pindorama, desde que os militantes de esquerda critiquem a direita! Enquanto esses militantes se detiverem na inglória tarefa de tentar destruir o Partido dos Trabalhadores, continuarão apenas a cumprir um triste e profundamente equivocado papel.

    1. “impasse da reforma política,

      “impasse da reforma política, da democratização das comunicações, da reforma agrária e de outros temas sensíveis aos anseios populares. Alguns mais afoitos são os primeiros a decretar: “A culpa é do PT”! Será?”:

      Antes fosse so no Brasil…  mas a direita mundial eh uma favela intelectual…

    2. Mesmo com argumentos

      Mesmo com argumentos irrefutáveis como esses a toada continua a mesma: o PT se acomodou; foi cooptado pelo Sistema. Não promoveu reformas de fundo por falta de ânimo político. Rendeu-se às bancadas ruralistas, evangélicas, e blá bla´blá.

      Pode até ser que os governos patrocinados por esse Partido pudessem ter ido um pouco além em termos de iniciativas que não demandassem tanta negociação política com o Congresso, um cadinho de bancadas, frentes, e que tais. Mas no cômputo geral, fez pelo menos o mínimo necessário. Tanto é que os resultados estão aí. 

      Ficou, fica devendo, na parte administrativa. Isso tembém é inegável. Não é possível que após onze anos no Poder ainda nos deparemos com disfunções que travam a Gestão, em especial o Controle de processos.  Também salta aos olhos problemas de Comunicação Social e o arrefecimento nas relações com os movimentos sociais. 

       

       

      1. Porta da rua

        JB,

        gosto de seus comentários.

        Sobre o trecho “Mesmo com argumentos irrefutáveis como esses a toada continua a mesma: o PT se acomodou; foi cooptado pelo Sistema. Não promoveu reformas de fundo por falta de ânimo político. Rendeu-se às bancadas ruralistas, evangélicas, e blá bla´blá.” Tenho um pequeno comentário a fazer:

        Uma liderança tem que apontar o sentido. Poder tem que ser usado. Dilma herdou uma coalizão que não tinha nenhuma expectativa certa acerca “de onde ela vinha pra onde ela iria”, por mais que fosse um governo de continuidade. Ela era, por assim dizer, uma presidente(a) com pouca história politica. A meu ver houve uma hesitação, sim.

        A coalização herdada era e continua a ser cheia de contradições internas: latifundiários desmatadores e ambientalistas; fanáticos religiosos e dfensores de minorias, etc. Além de toda uma gama de setores fisiológicos que cuidam somente de interesses paroquiais no bojo do governo (por mais legítimos que o sistema dá causa de ser).

        Entendo que fora necessária esta composição em um determinado momento para que o governo simplesmente não caísse! Não era mais o caso dela quando recém eleita.

        Naquele momento em que – principalmente no PP e no PR – houve todo tipo de revelação de malfeito, chantagem e “motim” na base: era pra ter botado alguém pra fora da coalizão. Pra servir de exemplo no sentido de “ou se leva a coalizão a sério” ou “a porta da rua é a serventia da casa”.

    3. É, esse é o lado ruim …

      … mas, em compensação, desta forma cada mudança na lei tem que ser intensivamente negociada. Ou seja, querendo ou não, o consenso acaba prevalecendo; e se não prevalecer, terá que prevalecer. 

      Assim as minorias que tenham participado das negociações acabam participando do governo. Não temos uma minoria berrante como a dos países citados. 

  2. Presidente nenhum tem PODER

    Presidente nenhum tem PODER para efeturar as mudanças porque todas as distorções de nossa sociedade provém da Costituição.

     

    Bom, nem todas hehehe. Melhor reformular esta parte..

    Todas as distorções posteriores a redemocratização provém diretamente da nossa Constituição. Agora está um pouco melhor.

    É a tal pergunta pegadinha. O presidente vai realizar aquilo que não tem poder para fazer? Só para mostrar um suposto fracasso da Dilma.

     

    Constituição esta que todo mundo(esquerda) acha uma maravilha por causa das garantias de direitos individuais.

    A direita, o empresariado, acha uma maravilha porque pode fazer aqui a farra do boi(Povo). Mudar isso pra que?

    Então…resolvem por bem não tocar na Constituição.

     

    Dilma propos Constituinte exclusiva. E veio todo mundo, esquerda e direita, com uma pedra na mão.

    Afinal de contas, constituinte exclusiva seria feita FORA do Congresso. Melhor não permitir acontecer o que não se sabe se pode ser “controlado”.

     

    E paramos aí. E aí vamos ficar parados. Assunto encerrado!

    A não ser que alguém acredite que Sarney, Renan realizarão a reforma, uahauhahuahuahuahuhauuhahauhauha.

  3. Sei lá. Também acho que o

    Sei lá. Também acho que o presidente pode fazer alguma pressão no congresso pra mudanças mas ele tem bem menos poderes do que as pessoas pensam. Acho que um dos caminhos para a democracia brasileira é facilitar o mecanismos de consulta popular Referendos Plebiscitos ( estimular mais a democracia direta) não apenas no ambito federal mais principalmente no ambito municipal onde o estado esta mais proximo também acho que o voto deve ser facultativo o Pais já esta maduro para isso. Essa crise da democracia representativa não é apenas algo  do Brasil na Europa também acontece o mesmo problema. É que aqui a democracia não é algo consolidado ou melhor a “cultura democrática” não é consolidada.  A mídia adora comparar tudo do Brasil com os Eua mas somos tão dferentes deles em tudo. Eles nunca tiveram ditadura, tiveram sempre uma republica initerrupta. A Inglaterra e França tambem não servem (sem ditaduras no século 20 democracias longas). Restou a Alemanha com seu conhecimento grande de totalitarismos.Não existe uma fórmula mágica para a democracia e o Brasil levou tempo demais para implementá-la agora sofre as consequências.

  4. “A primeira resposta de

    “A primeira resposta de qualquer gestor, seja o prefeito Haddad do PT, seja o governador Alckmin do PSDB, é que falta orçamento. Acredito. Mas terão de fazer milagres.” Será mesmo que o Estado de São Paulo sofre desse mal de falta de orçamento ? Pode-se comparar o ingressante Haddad, que pegou uma prefeitura deficitária, e já nos 1ºs meses teve que se dedicar à renegociação de imensa dívida com o governo federal com as condições financeiras do governo do estado mais rico da nação, que há anos está nas mãos do mesmo partido ? Acho muito superficial a análise de Renato Janine, que nem sequer tangencia os reais problemas nacionais, como a necessária regulamentação da midia, que incide, inclusive na questão Educação; da reforma política e seus obstáculos reais, e de uma moralização necessária em todo sistema judiciário, que têm popupado, descaradamente, o partido dele. E também, não acho que foi bem no gogó que FHC conseguiu tanto apôio não, para quem leu as recentes obras sobre seu governo, como Privataria Tucana e o Príncipe da Privataria, outros elementos bem mais convincentes entraram nesse jogo de adesão que conseguiu. Enfim, vê-se que trata-se de uma perspectiva bem tucana e midiática a desse filósofo, sempre com intenção de nivelar o governo FHC com os do PT, fazendo média e diluindo as diferenças e os problemas atuais. Na realidade, há muito que se fazer para conseguir começar a melhoria dos serviços públicos, e também concentrar forças nesses objetivo não está sendo nda fácil, um presidente democrata não é um ditador, tem que negociar, e há muita oposição à consumação desses objetivos.

  5. Alvíssaras?

    O blog de “esquerda progressista” deixou de postar esta notícia que foi publicada num jornal da velha mídia e divulgada num blog da “direita reacionária” . Cochilo, ou foi publicado e eu não vi.Ou será que estão considerando isto como trivialidades? Apesar da declaração de Lula de que o povo quer é filé(“…O povo foi para a rua pra dizer que precisa de mais coisas porque ele aprendeu a comer contra-filé e ele não quer voltar a comer acém. Ele quer comer filé de verdade. Ele quer ser tratado como cidadão de primeira classe.”) , esta “virada” na pirâmide a permanecer como tendência, será o suficiente para o PT ganhar a eleição para presidente. Quanto ao “filé” , vai continuar prorrogado sine die, como uma utopia do possível de FHC.

    Estudo aponta que há mais brasileiros no topo da pirâmide de renda do que na base

    Grupo de ricos, com 5,2%, supera o de muito pobres pela 1ª vez em 20 anos, segundo Iets

    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/estudo-aponta-que-ha-mais-brasileiros-no-topo-da-piramide-de-renda-do-que-na-base-10585635#ixzz2j9Lecru8 
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    http://oglobo.globo.com/economia/estudo-aponta-que-ha-mais-brasileiros-no-topo-da-piramide-de-renda-do-que-na-base-10585635

  6. O Poder

    Com o povo mais esclarecido e tendo de trabalhar por dinheiro surgem as cobranças.

    Taxação só se justifica com representação na votação das despesas, fora disto é confisco.

    A tendência dos políticos eleitos representarem este viés da população esclarecida é cada vez maior e logo logo, como nos USA com o movimento Tea Party, irão surgir parlamentares a reclamarem da falta de transparência nos gastos e arrecadações públicas.

    A força do atual esquema político tende a se diluir com o tempo, mas os esquemas que se alimentam da fraude e da falta de transparência nas arrecadações e gastos irá, antes de desaparecer chiar e espernear muito e se não for contido nas manifestações do seu descontentamento poderá, inclusive, criar forte mal estar social em nossa sociedade.

    A China, com suas punições exemplares, nos mostra um caminho no século XXI para impedir o caos.

  7. Política é compromisso!

    Se eu tenho a força (tal como o Rambo..ndão) eu imponho o que quero, e isto é ditadura. Democracia significa negociar, ceder, não governar sozinho.  Isto acontece na família, nas  associações esportivas, comerciais, industriais, de bairro, sindicatos, médicos e os cambau a quatro. Entre os países também ocorrem alianças contra os que possam ser um perigo para os associantes.  Nada de novo sob o deus Sol.   Em verdade, em verdade vos digo. Não fique a sós que o mais forte te come.  Mais vale metade de um reino do que o reino pela metade.  Como dizia o profeta: junte-se a seus vizinhos, respeite suas  mulheres e filhas, e todos usufruirão da felicidade e da abundância.

  8. Esquerda Possível: até quando?

    Nestes últimos 11 anos de governo popular temos convivido com a chamada “esquerda possível”, que é o limite até onde as aspirações populares, através do voto, conseguem chegar. A esquerda possível é aquele anseio popular refletido no voto, mas adaptado e torcido à realidade imposta pelos verdadeiros grupos de poder sem voto: empresarial, financeiro, PIG, STF, CNI, Procuradorias, Forças Armadas, EUA, etc.

     

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