A defesa do senador Sérgio Moro (União-PR) quer arquivar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, em que o Moro aparece em um vídeo dizendo que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes venderia habeas corpus.
Os advogados já fizeram o pedido de arquivamento ao STF, alegando que, se a Corte optar por não arquivar o processo, este deve seguir para instâncias inferiores da Justiça, pois quando o suposto crime ocorreu, Moro ainda não era senador.
“O vídeo que originou a autuação do presente processo foi gravado durante uma ‘festa junina’, provavelmente ocorrida em junho ou julho de 2022, e a sua versão editada foi divulgada em abril de 2023, ou seja, muito antes de o acusado [Moro] assumir sua função pública eletiva junto ao Congresso Nacional”, alega a defesa.
Argumentos
Moro também não foi o responsável por gravar, editar ou divulgar o vídeo. Assim, para os advogados, a denúncia também seria do senador acusado de calúnia.
Não haveria ligação entre a condição do senador que justifique a análise do caso pelo Supremo, pois “houve uma inversão da realidade para incriminar Sergio Moro e fulminar a sua carreia pública como senador”, na avaliação da defesa.
Os advogados apostam ainda no esvaziamento da denúncia. “Tratou-se de uma fala retirada de contexto e que serviu ao propósito de macular a veracidade dos acontecimentos. Aliás, tão logo esses fatos se tornaram notórios, Sergio Moro foi a público manifestar seu repúdio à conotação insinuada.”
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Os melhores jogadores de futebol, ora investigados pela operação “Penalidade Máxima”, não podem alegar em sua defesa os belos gols que fizeram para promover suas agremiações. Mas o senador Moro, quando inquirido nas entrevistas, alega, como tábua de salvação, sua atuação no combate à corrupção. Vale? Teria sido ele “imparcial” nas suas sentenças? Teria sido ele o responsável pelo freio de mão na desenfreada corrupção que assolava o país quando eram os grandes empresários que financiavam as eleições?!… Em nenhum momento ele cita que foi o STF, em 2016, que decidiu acabar (?) com o financiamento privado das contendas eleitorais. Não foi por acaso que os políticos que viviam de pires na mão – logo, logo – inventaram o imoral “Orçamento Secreto”. O senador Moro chama os louros para si, em especial quando tenta desqualificar magistrados daquela Corte.