
A vereadora do Rio de Janeiro pelo Psol, Monica Benício, protocolou uma representação no Tribunal de Contas do Município (TCM), nesta quinta-feira (16), em que pede a abertura de uma investigação contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) por supostas irregularidades cometidas contra o patrimônio público no caso da “Abin paralela”.
Benício apontou indícios, obtidos a partir de operação da Polícia Federal (PF), de que o filho 02 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou a estrutura da Câmara de Vereadores do Rio para operar o esquema de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Informações (Abin).
“Sabemos que nove computadores foram apreendidos no gabinete do parlamentar na Câmara Municipal do Rio durante as buscas da Polícia Federal. Diante disso, existe a possibilidade de que a estrutura do gabinete, colocada à disposição dos vereadores, tenha sido utilizada no esquema de espionagem ilegal da ABIN”, explicou a vereadora, em publicação nas redes sociais.
“Usar aparato público para perseguir figuras públicas, adversários políticos, ex-aliados e ministros do STF é um CRIME, MUITO GRAVE. A ilegalidade, se confirmada, pode ter resultado em enriquecimento ilícito, segundo a Lei de Improbidade Administrativa”, completou Benício, viúva da vereadora Marilene Franco, executada em março de 2020.
A operação
No dia 29 de janeiro, a PF deflagrou operação contra o “núcleo político” que teria atuado em conjunto com o ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ou seja, pessoas que receberam informações da “Abin paralela” à época em que as possíveis irregularidades eram cometidas, além de aliados de Ramagem no atual mandato como deputado federal.
Carlos e seus assessores foram alvos dos mandados de busca e apreensão, autorizadas em sua residência e também no gabinete da Câmara Municipal do Rio, sob suspeita que o vereador teria recebido esses “materiais” obtidos ilegalmente pela Abin.
Em março de 2020, o então secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, revelou numa entrevista que Carlos seria o interlocutor do plano de criar o grupo de espionagem ilegal no governo Bolsonaro. A declaração foi feita 12 dias antes de Bebianno morrer de um ataque cardíaco.
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