Os desafios gigantescos da Petrobras

O governo Dilma Rousseff comete grandes erros, que ainda lhe serão cobrados – o principal dos quais é a leniência com o rombo das contas externas.

Mas tem grandes acertos, que têm merecido da mídia a mesma cobertura enviesada padrão Copa do Mundo.

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Na terça-feira comemorou-se um desses grandes acertos: a aposta feita na Petrobras com a Lei de Partilha. Naquele dia foi comemorada a produção do pré-sal de 500 mil barris dia.  Na Bacia de Campos levou-se 21 anos e 411 poços para atingir a produção de 500 mil barris diários, com uma média de 1.200 bpd por poços. No pré-sal, foram apenas 8 anos e 25 poços, com a média de 20 mil bpd.

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Pode-se discordar ideologicamente da Lei, não de seus resultados.

O modelo colocou todas as fichas da exploração do pré-sal na Petrobras. Ganhou esses poderes para poder implementar a política de conteúdo nacional, visando desenvolver uma cadeia produtiva brasileira.

Foi suficientemente flexível para permitir a participação de empresas estrangeiras; e também para autorizar o governo a ceder áreas à Petrobras no modelo de concessão onerosa.

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Para conferir musculatura à companhia, em 2010 o governo definiu um modelo de capitalização polêmico, integralizando a sua parte através da cessão à Petrobras de até 5 bilhões de barris de petróleo, ao preço de US$ 8,51 o barril.

Do ponto de vista dos acionistas, a operação não foi bem recebida e resultou em uma queda no valor da ação. Muito em função do estilo Dilma, de não procurar o diálogo e de não ter incluído representantes do mercado de capitais nas discussões do modelo.

Mas também devido ao velho dilema do mercado entre a visão de mais curto prazo do acionista e a de longo prazo da companhia.

Investimentos e endividamento impactam negativamente os resultados de curto prazo da companhia. Mas, na indústria do petróleo, o longo prazo é essencial.

O ponto mais nevrálgico é o nível de reservas de petróleo. Com a primeira licitação vencida pela companhia e a capitalização de 5 bilhões de boe (barril de óleo equivalente) a Petrobras ficou com 16,2 bilhões de boe. Na semana passada, o governo “vendeu” à Petrobras mais o equivalente a 15 bilhões de boe, em áreas contíguas às que entraram na capitalização. A informação oficial só será divulgada no próximo ano, mas Dilma antecipou o dado no discurso que fez.

Com essa operação, a empresa ficou com reservas potenciais de cerca de 32 bilhões de boe. Mais que isso, por estar em área contígua, a Petrobras aproveitará toda a estrutura já montada, antecipando em seis anos o início de operação.

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Presidente da Petrobras, Graça Foster minimiza os riscos de endividamento. Diz que não é para pagar conta, mas para garantir crescimento.

O Conselho de Administração deu prazo de 24 meses para a empresa atingir níveis mais confortáveis de endividamento. Já se passaram 6 meses.

Em 2017 e 2018 vence o grosso da dívida, mas a produção estará maior, assegura Graça. Segundo ela, a partir do ano que vem a Petrobras terá fluxo de caixa positivo e começará a redução da dívida líquida.

De qualquer modo, a Petrobras tem dois desafios pela frente, que pouco têm a ver com sua capacidade técnica:

  1. Convencer o mercado da consistência financeira do seu plano de negócios.

  2. Apresentar um modelo de governança interna que impeça a repetição de episódios como do ex-diretor Paulo Roberto Costa.

Luis Nassif

54 Comentários

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  1. Se acontecer uma Tsunami eleitoral…

    É o Aécim for eleito, esta última afirmação sua será colocada na berlinda, a Petrobrás será ‘finalmente” privatizada, e culpa colocada na administração do governo do PT.

    O PIG é do PSDB, não se esqueçam disso.

     

  2. Falar em divergência

    Falar em divergência ideológica é risível. O que existe é um grupelho de entreguistas que só não mudaram o nome do Brasil para vendê-lo por falta de compradores.

  3. Enquanto o mercado seguir a mídia tudo do governo será errado

    A recente contratação da Petrobrás para explorar novas reservas causa pavor no mercado pois atende à soberania e aos interesses nacionais. Dilma devolveu à Petrobrás o controle sobre áreas estratégicas de petróleo

    A reação do mercado e da mídia só confirma que os ataques são por interesses eleitoreiros e comerciais dos setores que querem impedir que a empresa cumpra o papel estratégico no desenvolvimento nacional

    A sabotagem do mercado, derrubando as ações da única petrolífera do mundo que consegue dobrar suas reservas, evidencia a campanha ostensiva contra a Petrobrás. O que está sendo questionado pela imprensa é quem deve ser beneficiado pela riqueza do pré-sal: o povo brasileiro ou as empresas privadas

  4. Nesse momento glorioso o que

    Nesse momento glorioso o que deveria era mostrar quanto era nos tempos de FHC, e quantos bilhões gera esse 500 mil. O caso Paulo, Pasadena e diversos outros são apenas erros de conta. Afinal o Brasil tem um dos índices mais baixo nissso do PISA; não se aprende e nem há como ensinar.  Depois, deixemos de fitrifuturismo: quando lá chegar a gente discute lá

  5. O Nassif pegou o vírus da

    O Nassif pegou o vírus da grande mídia. Dá uma notícia positiva evidenciando uma negativa. Por isonomia que tal quando se noticiar uma notícia negativa sobre os índices econômicos do governo começar pelo que é positivo.

  6. Prezado jornalista Nassif, grande cidadão Poçoscaldense

    Gostaria de adicionar uma questão a isso tudo e trata-se, que no meu entender há um grande furo nessa ação e que trata-se de inverter o sentido da estratégia, pois hora a Petrobras é o investimento e hora a Petrobras é chamada para recuperar contas públicas e inverte o sentido, assim não há conselho que resista. O pilar da Petrobar é seu pessoal. Os funcionários da Petrobras não sabem mais quem atender e ficam surpresos por apenas trabalharem e não serem nem consultados e nem aproveitados na questão estratégica e que se há duas vertentes, mas opostas então não há estratégia e adeus conselho novamente, mesmo assim esperamos atingir os 3,2 milhôes de Boe e quem sabe com a demanda reprimida exportemos uns 500 mil Boe/dia para fazer uma caixinha para o Planalto dividir com seus “aliados”.

     

  7. Qualquer empresa que entre em

    Qualquer empresa que entre em projetos grandes como o pré sal sofrem com a desconfiança dos investidores, pois um projeto grande que não performar conforme planejado pode levar a empresa a dificuldades financeiras. A Petrobras alem de ter o desafio do grande investimento sofre com seu uso politico, segurar a inflação as custas do caixa da empresa é um crime. Acredito que se a empresa conseguir equilibrar a curva produção/investimentos poderá obter sucesso. O que falta a petrobras/governo é divulgar e convencer o mercado que a curva está andando e irá se realizar conforme o planejado. Para mim estes recordes divulgados com pompa pela empresa não passam de propaganda para o povão, pois não sabemos o quanto foi investido para se conseguir os 500 mil barris/dia e nem se o que está sendo produzido agora em 2014 é o que foi planejado a anos atráz.

    1. Concordo e pouco antes . .

      Prezado senhor Carlos Batista.

      Pouco antes do seu comentário escrevi algo muito parecido com o texto, quase simultaneamente e a linha é essa mesmo, no aspecto técnico em função das dificuldades e valores há muito risco e todo o empenho se fará necessário, mas o que pode ameaçar o sucesso é o uso político da empresa, tanto no sentido de cobrir contas públicas como na distribuição de cargos e desviaando os esforços dos trabalhadores e valores de sua produção .

      Acredito na Petrobas, mas acredito também que devemoa exigir transparência (não estratégica isso é segredo de mercado assim espero), apertar a fiscalização e apoiar o setor técnico profissional denunciando as ações anti-Petrobras de qualquer um que seja.

      CGBrambilla02072014spa.

      1. Caro Celso
        Aqui no blog temos

        Caro Celso

        Aqui no blog temos o espaço para criticas, pois o Nassif sempre publica e é democrático.

        Quanto aos comentaristas a maioria é avessa as criticas e logo partem para o nós contra eles.  Mas esta questão da Petrobras é crucial para o futuro do Brasil, a aposta do governo é alta e os dados pra mim não são transparentes. Tenho enormes dúvidas e veja bem, apesar dos investimentos enormes realizados na empresa a produção é praticamente ou até menor que a de 2011. Por que deste fato? Temos problemas técnicos, pois alguns poços maduros não produzem mais o que produziram no passado. Mas por que isto ocorre? É caracteristica destes poços? Foi sucateamento dos equipamentos? Foi falta de investimentos?

        Tenho experiencia com projetos e tambem já trabalhei com manutenção e sei que existem mil formas de ganhar performance durante um  curto espaço de tempo e depois sucatear a unidade produtiva, temo que isto tenha acontecido na Petrobrás.

         

        1. Experiência de projetos

          Prezado Carlos.

          Talvez nossa interpretação seja originária da mesma atividade. Não sou burocrata e aplico projetos de utilidades há mais de 30 anos e sabemos como é difícil controlar os empreendimentos, quantas vezes fomos atropelados pela negação do projeto, pela argumentação, “não dá tempo”  e vide o mesmo para a manutenção e a otimização/automação além do “é muito caro”, no final ficamos revoltados com o resultados e desanimados por não nos levarem a sério e prevalecer o lucro imediato (não é mera coincidência das críticas do jornalista Nassif para com a Dilma é seu método ou falta de método) . Se não houver participação do corpo técnico e os trabalhadores da Petrobras e lisura nos processos, cristalinidade e aí prevalecer a estratégia da empresa, todo o esforço realizado até agora poderá ter uma derrocada. Continuo tendo esperança, mas mudanças políticas tem de acontecer.

          Atenciosamente.

          CGBrambilla03072014spa.

          1. Gente é simples a resposta.

            Gente é simples a resposta. Petroleo sai com a energia acumulada no processo de compactação. A medida que você produz, a energia de extração cai até um ponto que não é possível vencer a gravidade e perdas de fricção.

            Entenderam? Não há o que fazer, é um processo natural. Existem formas de dar energia ao reservatório, como injeção de água, mas produz um efeito colateral que é a produção de água + óleo.

            O grande trunfo da Petrobrás é a reserva do pré-sal que tem as mesmas caracteristicas das reservas do Oriente Médio.

             

  8. Não entendi…

    ” Convencer o mercado da consistência financeira do seu plano de negócios.”

    Que eu saiba a Petrobrás lançou um empréstimo record mundial em valor ha pouco tempo com muito sucesso… acho que o dono do blog quis dizer “convencer o mercado da midia”… o que, em se tratando da Petrobrás, é missão impossível.

  9. Se não houvesse ações na

    Se não houvesse ações na Bolsa,a empresa estaria livre dessas amarras. Assim, a DELL saiu do mercado. A Petrobrás deveria sair da Bolsa de valores URGENTEMENTE.

    Em tempo: com o Pais avalisando as operações da Petrobrás, ela automaticamente está no mesmo grau de entendimento que, jamais, Estados Nacionais são insolventes.

    Portanto, D. Dilma, recompre as ações da Petrobrás e a tire do mercado de ações. NÃO QUERO pagar, nos litros de gasolina que consumo, LUCROS para os 1% golpistas do pais.

     

     

  10. Se não houvesse ações na

    Se não houvesse ações na Bolsa,a empresa estaria livre dessas amarras. Assim, a DELL saiu do mercado. A Petrobrás deveria sair da Bolsa de valores URGENTEMENTE.

    Em tempo: com o Pais avalisando as operações da Petrobrás, ela automaticamente está no mesmo grau de entendimento que, jamais, Estados Nacionais são insolventes.

    Portanto, D. Dilma, recompre as ações da Petrobrás e a tire do mercado de ações. NÃO QUERO pagar, nos litros de gasolina que consumo, LUCROS para os 1% golpistas do pais.

     

     

    1. empresa de economia mista

      A Petrobrás é uma empresa estatal e segue o regramento constitucional de uma empresa estatal na qual deve ser constituída na forma de Sociedade de Economia Mista. O modelo SAM permite que a empresa estatal seja mais transparente, promova maior abertura das suas contas e valores e ser melhor fiscalizada pela sociedade. O que  acontece são os grandes especuladores que buscam ganhar no curto prazo das ocilações das ações da empresa por notícias plantadas para este fim. E nesse cenário, a grande impressa colabora como sócio desse sistema de especulação. O problema da Petrobrás não é por ela constar na bolsa, mas pelo tipo de mídia no papel de sócio do especulador.

  11. As ações da empresa para o

    As ações da empresa para o logo prazo estão corretas, aparentemente.

    O grande problema é a defasagem de preços que sangrou bastante o caixa da empresa.

    O Governo tem que apresentar um plano de médio prazo para resolver este problema, que é real, e é o que realmente afeta o preço das ações no mercado.

    Quanto ao plano de longo prazo pode até haver discordâncias pontuais do “mercado”, mas não é algo significativo.

  12. Pré-sal subindo, pós-sal secando

    A Petrobras tirou 520 mil barris/dia no pré-sal mas a produção total está estacionada em perto de 2 milhões barris/dia desde 2010. E nos últimos 4 anos ficou abaixo disso, o que significa que em menos de 5 anos a produção do pós-sal perdeu 500 mil barris/dia, um decréscimo considerável, com exaustão de poços numa velocidade acima do normal. Antes que me chamem de tucano: sempre votei em Lula e Dilma. Apenas chamo a atenção para esse pequeno detalhe que, parece, ninguém está vendo: a produção total não está aumentando. Se continuar assim, o pré-sal não vai acrescentar volume ao que já existia, mas apenas substituir. Aí, temo que a meta de 4 milhões de barris tenha que ser revista. De novo.

  13. Em relação ao item 2, será

    Em relação ao item 2, será que procede essa notícia?

    Outra acusação contra Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, complica a situação dele

    30/04/2014

    Além de uma série de ações ilícitas, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras também se dedicava a fazer lobby para a maçonaria. No escritório de Paulo Roberto teriam sido encontradas provas de que ele prestava serviços para um projeto da maçonaria que pedia patrocínio para o VI Encontro Nacional dos Maçons Petroleiros.

    http://www.gestaopublicainterativa.com.br/ler_noticia.php?u=outra-acusacao-contra-paulo-roberto-costa-ex-diretor-de-abastecimento-da-petrobras-complica-a-situacao-dele

  14. Este assunto é muito mais

    Este assunto é muito mais complicado do que parece. Estamos vendo uma discução muito parcial do tema. Sempre defendi que o petrolio brasileiro fosse explorado por brasileiros, mas, não só pelo dinheiro ser direcionado ao povo em vez do setor privado.

    Existe ai uma equação geopolitica muito complexa. Alguns acham que o Brasil deve sair exportando petrolio a torto e a direito para captar dolares. Eu não penso assim, considero ele como uma ferramenta para conter crises. O Brasil não pode sair oferecendo petrolio a deus e o mundo para financiar suas contas, mas, ele pode ser usado e será usado para equacionar nossas contas, pois, ainda importamos petrolio e gasolina. Em breve isto não acontecerá mais.

    A questão da liquidez da empresa não me preocupa. Me preocupa é o tipo de governo que estara no poder se houver uma guerra para desestruturar a empresa. O petrolio não pode ir parar na mão do setor privado. Precisa ser mantido o controle do estado, por questão soberana e estratégica para o futuro.

    Em termos geopoliticos não é coviniente o Brasil inundar o mundo com oferta de petrolio. Isto provocaria a queda de seu preço internacional. Geraria uma forte crise nos paises do Oriente médio que são os maiores importadores de alimentos do Brasil.

    Esta questão do Oriente médio é uma que tem que ser discutida com muito carinho. Sempre olhamos o presente e nos negamos olhar o futuro. Como os povos do Oriente médio viverão quando acabar o petrolio, sua maior fonte de renda. Todos morreram de fome??? Nós sempre discutimos a desigualdade regional, mas, e as desigualdades mundiais, estas representadas por nações.

    Será que no futuro seremos autruistas o suficiente para enviarmos comida de graça aos povos do Oriente médio e de outras nações, ou obrigaremos eles declararem guerras ao mundo atrás do pão nosso de cada dia.

    Como disse, as discussões sobre petrolio aqui estão muito rasas, todo mundo está olhando seu umbigo e deixando de ver o contexto global. De como ele afeta o equilibrio da economia global e que isto causaria se for mau administrado.

    O petrolio nos da soberania e independencia, mas, será que nos dará sabedoria e autroismo?

     

     

     

  15. Quando Dilma assumiu a

    Quando Dilma assumiu a Petrobrás produzia 1.971 mi de barris na média de 12 meses, hoje produz 1.942 na média de 12 meses.

    O envidamento era de R$ 99,52 bilhões em 31/12/2009, hoje é de R$ 308,15 bilhões.

    Para ter a produção total marginalmente menor triplicou o endividamento.

    Por que tanta enfase no pré-sal?

    Porque a a administração petista, na realidade, enfraqueceu a Petrobrás! 

    A propaganda exige que se conte apenas a parte bonita da história e jogue os desmandos para baixo do tapete.

    A conta de barris de reservas não é direta, pois no sistema de partilha a empresa é praticamente uma prestadora de serviços.

    Por fim, a PDVSA tem mais reservas e está arrebentada.

    Usar uma petroleira como cofrinho tem limites, como tudo na vida.

     

    1. 1. Se não fosse o pre-sal, a

      1. Se não fosse o pre-sal, a produção estaria 500 mil bpd a menos.

      2. As reservas são calculadas levando em conta a proporção que cabe à Petrobras.

      3. A PDVSA tem reservas e está quebrada. Logo… Não bate.

      1. 1) A produção fora do pré sal

        1) A produção fora do pré sal caiu mais do que esperado por falta de investimentos nos campos, além do que, a parte da Petrobrás nos 500 mil barris, é algo em torno de 400 mil barris, o resto é de outras empresas. A participação da estatal na produção total do Brasil caiu no governo Dilma.

        2) Então minha observação não cabe. Anotado.

        3) Eu não disse que a Petro está quebrada, apenas que há limites para sangrar até uma petroleira…

         

        1. 1- Realmente faltou

          1- Realmente faltou investimento na Bacia de Campos, todos os esforços estavam concentrados no pré-sal. Porém isso mudou, a eficiência operacional da bacia de campos esta retornando aos patamares normais.. A diminuição do percentual da Petrobras na produção nacional foi minimo e reflete o aumento da produção em campos com participação estrangeira ( para aumentar a produção como se planeja sem explodir o endividamento, esse era o único caminho). Quando os campos da cessão onerosa -100% BR- (muito em breve) e desta nova cessão começarem a produzir esse percentual vai aumentar generosamente.

          3- De maneira nenhuma esta se “sangrando” a Petrobras. O endividamento é todo para “investimentos”, que trarão seu retorno, e já estão trazendo, como mostram os incriveis resultados do pré sal.

      2. Pois é Sr. Nassif

        Tem gente que ainda só ve o presente e não enxerga o futuro, o Assis postou um gráfico de representação de expanção de produção, mas, não entende ainda quais os objetivos. Tem muita gente pensando que o aumento de produção será para abastecer os mercados externos, eu por outro lado, acredito que será para o aumento interno de consumo e diminuição das plantações de cana. Precisamos de espaço para comida, não para produção de combustivel. A estratégia de independencia energética mudou. Para que gastar recurso humanos em poços de baixa produtividade se com os mesmos recursos humanos alcançamos resultados superiores em outros setores.

        Estas pessoas que estão discutindo não possuem visão geopolitica do mundo, estão muito empregnadas com as ideias da sociedade de consumo. Pregam sustentabilidade, mas não entendem seus conceitos, pregam melhoria de Gestão, mas também não entendem seus conceitos. Raul Seixas a 40 anos atrás denunciava o que estava por vir, foi convidado a se retirar do país. Prestem a atenção na letra e verão que é muito mais que uma letra jopgada ao acaso, com a maioria de suas letras.

        As aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor (1974)

        Tá rebocado meu compadre
        Como os donos do mundo piraram
        Eles já são carrasco e vítimas
        Do próprio mecanismo que criaram

        O monstro SIST é retado
        E tá doido pra transa comigo
        E sempre que você dorme de touca
        Ele fatura em cima do inimigo

        A arapuca está armada
        E não adianta de fora protestar
        Quando se quer entrar
        Num buraco de rato
        De rato você tem que transar

        Buliram muito com o planeta
        E o planeta como um cachorro eu vejo
        Se ele não aguenta mais as pulgas
        Se livra delas num sacolejo

        A gente nem sabe
        De que lado estão certos cabeludos
        Se é da direita ou da traseira
        Tipo estereotipado
        Não se sabe mais lá de que lado

        Eu que sou vivo pra cachorro
        No que estou longe eu tô perto
        Se eu não estiver com Deus, meu filho
        Eu estou sempre aqui de olho aberto

        A civilização se tornou complicada
        Que ficou tão fragil como um computador
        Que se uma criança descobrir
        O calcanhar de Aquiles
        Com um só palito pára o motor

        Tem gente que passa a vida inteira
        Travando a inútil luta com os galhos
        Sem saber que é lá no tronco
        Que está o coringa do baralho

        Quando eu compus fiz Ouro de tolo
        Uns imbecis me chamaram de profeta do apocalipse
        Mas eles só vão entender o que eu falei
        No esperado dia do eclipse

        Acredite que eu não tenho nada a ver
        Com a linha evolutiva da Música Popular Brasileira
        A única linha que eu conheça
        É a linha de empinar uma bandeira

        Eu já passei por todas as religiões
        Filosofias, políticas e lutas
        Aos 11 anos de idade eu já desconfiava
        Da verdade absoluta

        Raul Seixas e Rauzito
        Sempre foram o mesmo homem
        Mas pra aprender o jogo dos ratos
        Transou com Deus e com o lobisomem

         

        Nesta letra e em diversas outras letras Raul tentava abrir os olhos da sociedade para o que estava por vir, alertou para pararem de brigar por mesquinharia, praticamente implorava para que olhassemos para o mundo e vissemos o que estava acontecendo.

        Suas letras, tudo que compos nas decadas de 70 e 80 são pautas integrantes de nossas discuções hoje. Como sempre foram desde a idade média.

        Um exemplo o capitalismo faliu, sabemos disso, e dai como vamos resolver isto! Iremos deixar um grupo que controla o capital dominar os estados e seremos comandados por coorporações, ou revidaremos e destruiremos o capitalismo como Raul descreve na musica O dia que a Terra parou.

        Sem o reforço da moeda o povo para. A moeda é um remédio amargo e mau administrado. Mas como construir um mundo participativo com tantas indiferenças e individualismo presente em nossa cultura e ensinamentos. O modelo Sueco se é que é verdade aquilo que é divulgado, é um modelo exelente. Será que é sustentável? Não deve ser, pois, aposta na exportação de armas para reunir recurso para dar equilibrio ao sistema.

        Se discute muito a Nova Ordem Mundial, Sociedade Alternativa de Raul Seixas, Novo Aeon, a questão é se estamos preparados e maduros para isto. Se não estamos preparados para acabar com o capitalismo, pois, acabar com capitalismo é acabar com a moeda, não importa se é Comunismo, Democracia, Reindado, Imperio, Fundamentalismo ou qualquer forma de Governo. Tudo é regido atravéz da moeda de troca tem ela o nome que tiver, assim todos continuaram atrás de se apropriar cada vez mais estas moedas perpetuando a corrupção.

        A quem defenda a solução dos impasses com Aluga-se, vamos alugar o Brasil. Mas será estas a solução para todos os problemas como sita Raul em sua letra de 1978, lotear o país com todos os entes globais? Ou estaria ele debochando do caminho trilhado pela a humanidade. Entre discussões maiores, existe as menores, não conseguimos nem consenso com nossos desafortunados, como poderemos pregar moralismo e ditar regras universais se não cuidamos nem do nosso quintal.

        Como sempre digo: a indiferença, o individuialismo, a ganancia sempre nos condena. Queremos um país melhor, mas não trabalhamos para isto. Só procuramos levar vantagem em tudo!

    2. Petrobras 60 anos
      Jornal

      Petrobras 60 anos

      Jornal Globo em Quinta 3.7.2014

      A oitava maior empresa de petróleo do mundo teve origem na década de 40, quando tomou corpo no país o debate em relação aos direitos sobre a exploração do petróleo. A voz mais forte foi a que defendia a nacionalização do setor. Foi nesse contexto que o presidente Getúlio Vargas criou a Petrobras, em 3 de outubro de 1953.
      Conheça sua história e grandiosidade.

       gráfico exploração Petrobrás

      http://oglobo.globo.com/infograficos/petrobras-60-anos/

    3. Petróleo

      A Petrobras tem 60 anos e o pré-sal 8.meu último trabalho em petróleode maior envergadura no petróleo foi acompanher o desenvolvimento de um campo de petróleo no Brasil, descoberto por uma multinacional no regime de contrato de risco, feito de 1982. Entrou em operação a despeito da enorme carência do país em 1992. A grande pergunta seria -e se o Brasil não tivesse o pré-sal ?- Não existe nenhuma garantia que nossa produção e isto inclui outras operadora que não a Petrobras esitvesse em declínio. O conhecimento da existência do pré-sal mudou tudo que se refere a produção de petróleo entre nós. A começar por restrições legais. Foram modificada a lei de royaities e instituido regime de partilha para as expressivas acumulações de baixo risco. Foram interrompidas novas licitações enquanto não eram definidas as novas regras do jogo. A prioridade da Petrobras até por exigências contratual passou  ser definir a comercialidade das novas descobertas que incrementar mais rapidamente sua produção. O desastre de Frade operado pela Chevron criou novos e oportunos entraves a produção. Sua comparação para dois períodos recentes de produção perdem sentido se não se levar em conta que já estamos em curva de crescimento que não encontra paralelo em toda industria de petróleo do mundo e mesmo em 2014 atigiremos valores de produção impossiveis de se pensar sem o pré-sal. Verifique o que já foi o EUA e ele é hoje em termos de produção. Petróleo é um bem finito.

       

    4. ignorante ou mal intencionado

      Caro sr. Mauro ,tenho acompanhado a forma sistematica como você tem disseminado mentiras neste blog e não sei se se trata de mera ignorância.

      1- Os 1.900 milhões de barris (bpd) não são média de 12 meses e sim a produção DIARIA da Petrobras que no governo Dilma teve acrescimo de 140 mil barris/dia  saltando para 2.045 milhões barris/dia.

      2- O endividamento da Petrobras não é de R$ 308 bilhões e sim de R$ 220 bilhões e corresponde ao investimento necessario para uma produção de 4.000 milhões de barris/dia até 2020.

      3- A sua comparação sistematica da Petrobras com a PDVSA é absurda já que a PDVSA é praticamente a unica fonte de renda da Venezuela enquanto a Petrobras é apenas mais uma vertente economica do Brasil.

      O que há de fato é a questão ideologica da estatal Petrobras prestanto serviços à economia brasileira no sentido de conter a inflação . Este a meu ver deveria ser o fulcro do debate, mas o que tenho visto de sua parte é a disseminação sistematica de mentiras e dados incorretos.  

    5. A produção de derivados de

      A produção de derivados de 2002 a 2014 aumentou em cerca de 30% segundo dados da empresa (http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/video-entre-2002-e-2013-a-producao-de-derivados-em-nossas-refinarias-aumentou-cerca-de-30.htm). A produção de barris pela Petrobrás por sua vez tem aumentado ano a ano, coisa que não acontece com nenhuma outra petrolífera do mundo, simplesmente porque as reservas mundiais conhecidas estão se esgotando e há poucas alternativas.

    6. A dívida triplicou?

      Prezado senhor Mauro.

      Poderia, por favor, declarar de onde veio a informação da dívida de R$ 308 bi, pois considerando que as reservas brasileiras em papel moeda são US$ 360 bi então parece que a Petrobras e outras empresas pressionadas pelo Estado acabaram assumindo boa parte da elevação dessa reserva em prejuizo próprio (lembra o Delfin Neto no ano 1978 com a 2ª crise do petróleo). A  perda da estratégia na Petrobras e que surpreende todo mundo as vezes chego a imaginar que o Mantega aponta o rombo e aí a Dilma e a Graça Foster tomam as decisões que envolvem a Petrobras para mitigar o rombo, para mim isso é um crime para com o povo brasileiro, pois sempre estamos dispostos a sacrifícios na esperança de um salto da sociedade e corrigir um erro cometendo outro erro é a pior saída jogando por terra nossos esforços.

    1. Oligopólio mundial

      Você deveria se perguntar por que o negócio de petróleo é um oligipólio mundial com não mais de cinco empresas significtivas dominando mundialmente esse setor.

      Aí vai encontrar a resposta do porquê é necessário o monopólio estatal do petróleo.

      1. O negócio de petróleo é

        O negócio de petróleo é sabidamente de alto risco e grandes investmentos.

        Daí a concentração em grandes emprêsas mundiais. O mesmo está acontecendo em outras áreas como saúde, seguros entre outras.

        O fato de termos o monopólio há tantos anos, mantido sob o manto de ” slogns” nacionalistas, tal como   “o petróleo é nosso” , etc.. só resultou no crescimento dessa emprêsa atrelada ao tesouro nacional e servindo ao jogo geopolítico nacional.

        Ao cidadão, que estaria relacionado ao “nosso”, no slogam acima, só restou pagar a conta, com a gasolina mais cara do mundo, durante todo esse período.

        1. Não minta

          Com mentiras não dá para ter um debate civilizado.

          A gasolina brasileira não é a mais cara do mundo.

          Se o petróleo brasileiro não fosse protegido pelo monopólio estatal já teria sido dominado há muito tempo pelas grandes multinacionais do petróleo que extrairiam quanto quisesem e onde quisessem, exportando o petróleo crú e pagando um valor irrisório de impostos.

          As plataformas, os navios e a tecnologia não seriam nacionais, viriam de fora sem gerar nenhum emprego no país. E o petróleo não seria processado no Brasil, mas iria para o exterior para processamento.

          A Petrobrás não é e nem nunca foi um peso para a sociedade brasileira, é ao contrário um polo gerador de tecnologia e fomentador do desenvolvimento.

          Entre muitas outras coisas posso citar a indústria naval brasileira que ressurgiu gerando emprego e renda depois de décadas de abandono e sucateamento, graças à ação da Petrobras.

          Podemos discutir todos os pontos, só não venha por favor com informações falsas como essa da “gasolina mais cara do mundo” nem dos “impostos mais caros do mundo” que são sabidamente falsas e servem apenas para desinformar os incautos.

          1. alguns preços de gasolina

            alguns preços de gasolina pelo mundo: segundo trimestre 2013

            preço da gasolina no mundo      paísR$/l    BRASIL3,30 JAPÃO3,23 AUSTRÁLIA3,11 AFRICA SUL2,85 ARGENTINA2,77 COLOMBIA2,56 RUSSIA1,91 USA1,87 MEXICO1,80    

             

  16. Aposta na lei da partilha?

    Aposta na lei da partilha? Era a única coisa a fazer. O petroléo é nosso e se alguém quer ganhar dinheiro com ele, que invista e fique apenas com parte do lucro comercializado. As outras possibilidades era entregar a maior empresa do mundo para estrangeiros. Somente na terra da inocência isto poderia ser cogitado. Não são grandes os desafios pela frente. São grandes projetos e grandes lucros pela frente. E que ficarão na sua maciça maioria (lucro, tecnologia e investimentos) dentro do Brasil.

  17. A urubuzada contra a BR é

    A urubuzada contra a BR é forte mesmo, até aqui no Nassif mostra seus deentes.

    – O plano de negócios da empresa até 2020 inclui também a manutenção e melhoramento dos campos já em operação, principalmente na Bacia de Campos, uma das jóias da coroa, que tem sim reservas ainda não exploradas na área do “pós-sal” (existe uma teoria de que o que exploramos no litoral do RJ-ES “migrou” do Pré-Sal);

    – O Pre-Sal é uma província novíssima – entre a suspeita geológica e o primeiro jorro só tivemos 8 anos – sua área de abrangência e capacidade de reservas ainda não estão nem de longe definidas… fala-se de algo que pode sair da costa de Santa Catarina e adentrar até o Recôncavo Baiano;

    – A BR também já está suspeitando de óleos am águas profundas no Nordeste… do Sergipe até o Maranhão;

    O sonho de consumo dessa gente é o tal “choque de gestão” tucano na Petrobras (assim como em Minas e em São Paulo, exemplos gritantes da ótima qualidade desses gestores) e aquelas teorias neoliberais e assassinas de empregos da Qualidade Total levadas a cabo e bem rápidos na empresa… tentaram na década de 90, não vingou devido a acidente de percurso chamado Luis Inácio Lula de Silva em 2002, porém o ataque recomeça agora com o “gestor mor tucano” (Aécio Neves, o tal que alavancou as Minas Geraes) dando-lhes asas e imaginações.

     

     

    1. a questão é a estratégia e uso político da Petrobras

      o malefício causado por Reichstul entre outros a terceirização incopetente e naufrágio da Plataforma é um mau exemplo e não serve apenas para a tuca-nada serve também para  aépoca atual ou como explicar as ações incompatíveis entre o último presidente (Gabrieli), que praticamente traçou junto com o conselho o plano 2020 e as declarações estapafúrdias e anti Petrobras da “Teimosa e da Arrogante” que eu saiba ai não tem nada de tuca-nada isso é jogada no escuro que ninguém explica por que tem coisa escondida e o que queremos é que o “ouro” da Petrobras (seus funcionários) não sejam surpreendidos por essas medidas obscuras.

      Com relação às reservas do pré-sal há um engano em afirmar que elas foram descobertas nos anos 2004, elas são conhecidas, não mensuradas desde 1976 (Campo Shell) só não havia tecnologia disponível nem para dimensioná-la muito menos para extrair e essas informações são disponíveis em trabalhos internacionais. Mais estudo, mais pesquisa e mais Petrobras, menos politicagem, menos favorecimento dos falsos aliados isso é o que pode dar um salto na empresa Petrobras e por tabela para o Brasil.

  18. PAU NA LOMBA do MERCADO e

    PAU NA LOMBA do MERCADO e sempre houve, há e haverá  ‘Paulos Costas’ em qualquer empresa, sobretudo uma emrpesa imensa como a PETROBRAS !!!!

     

     

  19. E a “put option”?

    A partilha é a “put option” do pré-sal. Obriga a Petrobrás a bancar 30% em média de qualquer perfuração. Trocou um marco que funcionava para atrassar a produção em anos (ela não aumenta desde 2005 mesmo com essa produção anunciada) e de quebra, jogando as ações no chão.

    O destaque positivo dessa gestão ruinosa acho que não é tão positivo….

     

    1. Sabidão, Diga um player que

      Sabidão, Diga um player que aumentou a produção e reservas ao mesmo tempo nestes últimos anos? Você não entende nada da área e fica dando pitacos….

  20. PT …. A PETOBRAS É O

    PT …. A PETOBRAS É O BILHETE PREMIADO DA MEGASENA DO BRASIL !!!!

    PT …. É a grana do PRÉ-SAL que vai financiar educação e saúde de qualidade para TODOS e garantir o crescimento e desenvolvimento do PAÍS nos anos vindouros.

    PT …. Sem a PETROBRAS o Brasil também consegue se desenvolver, mas fica mais difícil e demora mais.

    PT …. Como o TIO SAM – que mete a mão no petróleo de todo mundo em nome da “democracia” – e seus LACAIOS das elites braZileiras, como uitos por aqui, não querem o desenvolvimento do BRASIL, o fulcro de seus ataques será a PETROBRAS. Eles vem com tudo para cima da nossa PETROLEIRA. Todo o cuidado é pouco com essa LAIA DE ENTREGUISTAS TUCANALHAS ABOMINÁVEIS. ‘SILIGA’ BRASIL !!!

    PT …. O PT no Governo é a garantia de que a PETROBRAS continuará sendo brasileira. Se os TUCANOS assumirem, podemos dar Adeus á PETROBRAS, ao PRÉ-SAL e esperar por novo ciclo econômico, que sabe-se lá quando virá.

    PT …. SAUDAÇÕES !!

    PT … CAPICCI?!?

  21. Cessão do Pré-Sal, incongruências e Piketty

     Cessão do Pré-Sal, incongruências e Piketty

    (Veiculado pelo Correio da Cidadania a partir de 30/06/14)

    Paulo Metri – conselheiro do Clube de Engenharia e colunista do Correio da Cidadania

    Sete áreas de petróleo foram entregues à Petrobras, em 2010, para ela descobrir os cinco bilhões de barris necessários para a concretização da operação de cessão onerosa, que iria possibilitar a desejada capitalização da empresa. Em algumas delas, descobriu-se muito pouco petróleo. Contudo, por ser eficiente e graças também à prodigalidade do Pré-Sal, no final, ela encontrou em quatro destas áreas uma reserva recuperável de 15 a 20 bilhões de barris. Depois de serem retirados os cinco bilhões da cessão onerosa, ainda sobraram de dez a 15 bilhões, que pertencem à União, pois o contrato não dá a posse do petróleo excedente descoberto à Petrobras. Notar que, nas sete áreas, não consta Libra, campo descoberto também pela Petrobras no Pré-Sal trabalhando para a ANP, e que possuí entre oito e 12 bilhões de barris, já leiloado.

    Passaram-se meses, desde que ocorreram estas descobertas, que acredito terem sido de intensas disputas da riqueza dentro do governo. As empresas estrangeiras devem ter feito pressão imensa para que ocorressem leilões destas áreas, com o argumento de que a Petrobras está com dificuldade para investir, devido à sua crise financeira, e elas iriam suprir a deficiência de recursos. Crise esta advinda da promoção exagerada de rodadas de leilões pelo próprio governo, nos quais a Petrobras tem participado heroicamente, frustrando a intenção das multinacionais de ficarem com muitas áreas. Leilões estes também desnecessários para o abastecimento do país, que está garantido pela Petrobras por cerca de 60 anos.

    No caso das quatro áreas, as empresas estrangeiras queriam acrescentar às suas reservas bilhões de barris conhecidos de petróleo por um preço baixo, uma vez que a Petrobras estaria forçada a não participar destes leilões e elas formariam cartel para apresentação das propostas. Notem que elas estão querendo um leilão de petróleo existente, e não um leilão de áreas que talvez possam ter petróleo. Notem também que nenhuma delas, que possui ou possuía áreas no Pré-Sal, fez grande descoberta, inclusive a Shell furou um poço em Libra e devolveu a área porque achou que não tinha petróleo.

    Por outro lado, a presidente Dilma teve queda na intenção de voto, em passado recente, e especula-se que uma das causas foi ter leiloado Libra. Entre os sindicalistas, petroleiros e pessoas que prezam as questões de soberania, ela certamente perdeu votos. Este fato pode ter pesado na balança, desta vez, para ela tomar a decisão correta de entregar as quatro áreas de dez a 15 bilhões de barris à Petrobras, sem necessidade de leilão, como manda o artigo 12 da lei 12.351 para as áreas estratégicas.

    O consumo de petróleo e gás natural em 2006 correspondeu a 59% do total de energia consumida no mundo. Inclusive, o parque industrial e os transportes em nível mundial são movidos, basicamente, por derivados ou gás. Os excedentes de petróleo e gás dos países exportadores são disputados, tanto que o preço do barril se mantém estável, há anos, acima de US$ 100, mesmo com a entrada do gás e óleo de xisto na matriz energética mundial. Os Estados Unidos não poderiam exercer sua política de coerção de outros países se faltassem derivados para suas forças armadas. O abastecimento de petróleo e gás a países pode ser utilizado como elemento de persuasão em negociações internacionais, haja vista o que faz a Rússia de Putin. Assim, insumo mais estratégico que petróleo e gás é difícil encontrar.

    No caso específico do Pré-Sal, qualquer área é estratégica, dado o índice de acerto da Petrobras na busca por petróleo e gás na região ser acima de 70%. Contudo, Libra era igualmente estratégica, carecendo, portanto, de uma explicação a presidente ter tomado duas decisões opostas: ao leiloar Libra, o campo coube a um consórcio com a participação de multinacionais e, agora, entregaram-se quatro áreas à Petrobras sem leilão. Inclusive, os dois atos estão relacionados a reservas de petróleo mais ou menos equivalentes.

    Na época de Libra, falava-se que o governo precisava de recursos para fechar a conta do superávit primário. Agora, fala-se que, como a Petrobras já está no campo de Franco, atual Búzios, graças aos cinco bilhões de barris da cessão onerosa, e as áreas da atual entrega à Petrobras formam um campo único, contendo inclusive Búzios, fazer leilão destas áreas iria gerar processos judiciais de imediato, porque haveria as polêmicas unitizações. Mas o importante é que a decisão foi correta e estes novos bilhões de barris de petróleo poderão ser bem usufruídos pela nossa sociedade.

    A atividade de exploração e produção de petróleo é extremamente lucrativa. Mesmo o petróleo do Pré-Sal, com razoável grau de dificuldade de extração, onde o barril pode vir a custar US$ 45, dará lucro. O royalty, quando comparado ao lucro do negócio, é uma parcela pequena. Hoje, minha preocupação é que este superlucro não se destine a objetivos sociais e vá para os caixas das empresas, quer sejam privadas ou a Petrobras.

    O monopólio estatal do petróleo, que existiu de 1953 a 1995, dirigiu muitos recursos para a Petrobras, que passou a possuir, segundo dados de 2008, 16 refinarias, cerca de 17.000 km de dutos, mais de 100 plataformas próprias, além das arrendadas, terminais portuários, estações de bombeamento, o maior centro de pesquisas da América Latina e inúmeros outros patrimônios. Além disso, cumpriu bem sua missão de abastecer o país. Portanto, não foi dinheiro jogado no lixo. No entanto, não obstante as produções passadas terem sido pequenas quando comparadas com as esperadas agora, não existiram grandes obras sociais oriundas dos recursos do petróleo no período do monopólio.

    Veio o período das concessões petrolíferas, graças a FHC, e o lucro fabuloso só não foi totalmente transferido para as multinacionais porque a Petrobras arrematou muitas áreas, tolhendo o plano delas de se locupletarem com o petróleo brasileiro. A possibilidade de uso de parcela deste enorme lucro no interesse social só ocorreu em 2010 com a aprovação do novo marco regulatório do setor, que inclui a existência de um Fundo Social.

    Entretanto, a ida de quantidades razoáveis de recursos para este Fundo requer a definição de uma boa parcela do lucro líquido que deve ser remetida para ele. Esta definição varia conforme os editais dos contratos de partilha. Portanto, não é garantido que, sob tal tipo de contrato, as remessas para o Fundo Social serão necessariamente altas. No caso de Libra, a parcela a ser remetida para o Fundo foi definida no edital como função do preço do barril no mercado internacional e da produtividade do campo, que é uma vergonhosa transferência do risco das empresas para o Estado. No caso das quatro áreas, não consegui descobrir esta parcela em nenhum jornal ou site. Tenho a impressão de que, como os contratos ainda não foram firmados, há a possibilidade de se influir nos textos dos mesmos.

    De qualquer forma, o fato de ficar só a Petrobras nas quatro áreas significa também que o petróleo produzido irá para onde o Estado brasileiro definir. Todas as argumentações contrárias que proliferaram na mídia nestes dias buscavam defender os interesses das empresas estrangeiras e não faziam sentido, não merecendo comentários. A única crítica destes dias que tem fundamento é que a Petrobras está em uma fase com grande número de investimentos simultâneos. Mas, para corrigir esta dificuldade momentânea da empresa, considerando que o governo deve atender aos interesses superiores da nossa sociedade, basta dar uma ordem para a ANP permitir a dilatação dos prazos de implantação de campos que a Petrobras desejar. Ou a ANP está subordinada a outro país?

    Finalizando, Piketty veio, em excelente hora, lembrar o que já era sabido e estava esquecido. Ele recomenda que a política tributária deve compensar a tendência natural à concentração excessiva de riqueza nas mãos dos muito ricos. Ele lembra que, a partir de 1974, o capitalismo iniciou um novo ciclo concentrador de renda e riqueza, quando se distanciou do Estado do bem-estar social. Ao se lutar por grandes remessas para o Fundo Social, está se agindo na direção contrária à de se deixar o lucro abissal da atividade petrolífera ser acumulado por quem já tem enorme riqueza.

    De forma complementar, se estes recursos chegarem ao Fundo Social, ele poderia garantir escola de tempo integral para todas as crianças brasileiras, desde tenra idade até 18 anos, com três refeições na escola, durante gerações a fio. O Brasil advindo dos adultos destas novas gerações certamente seria um país melhor. Minha geração ficaria feliz por ter produzido este Brasil superior. E tudo graças à utilização social da riqueza do Pré-Sal.

  22. O grande erro, a meu ver

    Nassif!

    A meu ver, o grande erro cometido conjuntamente pelo Governo e a Petrobrás é o desvio de finalidade que tem sido dado a esta em relação ao seu projeto original porque, em lugar de existir para prover o País de petróleo e seus derivados, passou a ser em função de acionistas desmedidamente ávidos por lucros, por gordos dividendos, cabendo ao povo somente o financiamento desse desvio ao custo tanto do esgotamento dos recursos naturais que lhe pertence como do preço exagerado que paga pelo combustível que produz.  

  23. O debate é interessante

    Mas há realidades que se sobrepõe a economicismos e tenicismos. É o aspecto político, a Petrobrás com o PT é uma empresa brasileira, voltada para o desenvolvimento do Brasil, para a sua grandeza. Com a oposição seria a Petrobrax, um fantoche na mão das gigantes mundiais, talvez já privatizada, servindo ao Império.

  24. Luis Nassif, Você esqueceu do

    Luis Nassif, Você esqueceu do maior desafio da PETROBRAS:

    O MAIOR DESAFIO:”NAO SER PRIVATIZADA com o GOVERNO DO AECIO NEVES”, o resto que você escreveu é quase IRRELEVANTE,  diante das reservas do PRE-SAL.

    DINHEIRO:A Petrobras faz captação de dinheiro no mercado com estalo dos dedos, não há este clima de pessimismo na captação.

    MERCADO ACIONARIO:As ações são derrubadas por grandes estrategistas, não é jogo de amador.

    TECONOLIGA para PRE-SAl:Fase já superada pelos engenheiros brasileiros.

     

     

     

  25. A Petrobrás não irá no curto

    A Petrobrás não irá no curto prazo convencer o mercado sobre a consistência do seu plano de negócios simplesmente porque a empresa faz parte e de forma nuclear, de um projeto de reindustrialização do país que é política de Estado.

    Ao “deus” mercado pouco importam projetos nacionais. Aliás o “deus” mercado, quando da criação da Petrobrás propalava aos quatro cantos que não existia petróleo no Brasil em terra.

    O “deus” mercado está vendo que a eficiência da empresa no pré-sal, fruto do conjunção de um trabalho fantástico no desenvolvimento de novas tecnologias de exploração está dando resultados excepcionalmente positivos, mas mesmo assim quer sangue.

    Qualquer país que queira ser respeitado e avançar no jogo do poder global deve ignorar o “deus” mercado, assim como fizeram os EUA no século XIX, com suas tarifas escorchantes para se proteger da concorrência inglesa e com a Homestead Act subvertendo a lógica mercadista em relação à renda da terra, decisões soberanas que sabemos foram fundamentais para alicerçar o progresso deste país na passagem do século XIX para o século XX.

    E esteve a China nos últimos 30 anos preocupada com o “deus” mercado que lhe pedia abertura irrestrita sem controle cambial?

    A Petrobrás é a jóia da coroa. Arranjos antimercado em nome de um projeto nacional serão sempre necessários em função da importância estratégica da empresa para o país. 

    Temos aí no pré-sal reservas que podem gerar  US$ 9 trilhões de US$ em petróleo. Apenas em óleo. As cadeias produtivas que podem ser geradas e alicerçadas a partir desta formidável riqueza podem multiplicar várias vezes este valor. Temos arranjos institucionais já prontos para carrear esta riqueza potencial para setores carentes de recursos como a educação e a saúde. 

    Por isso não devemos nos levar pelo totem mercadista em relação à Petrobrás. Levar o mercado para aquilo que necessitamos dele é a melhor estratégia e isso tem sido feito. Estratégia chinesa em relação à Petrobrás. Ouvindo o ruido mas se fazendo de surdos.

    A submissão do país, da Petrobrás e da grande oportunidade que temos com o pré-sal ao mercado é o programa do Aécio Neves. 

    Outubro dirá o que queremos. Nessas eleições a Petrobrás voltará a ser um dos grandes temas da campanha. Todos que desejam um projeto autônomo de desenvolvimento para o país, devem apostar na Petrobrás e não no mercado.

     

     

     

     

  26. Tempos estranhos

    Impossível absorver e filtrar qualquer texto do blogueiro sobre qualquer setor do governo, ainda que contenha “elogios”.

    Vou destacar o estilo adversativo (tão em voga no nosso colonismo midiático e tão criticado por aqui), sem nem entrar (muito) no mérito das críticas (olha aí o estilo adversativo), porque, de fato, a maioria se estrutrura em achismos, subjetivismos e não em fatos ou dados:

    “O governo Dilma Rousseff comete grandes erros, que ainda lhe serão cobrados – o principal dos quais é a leniência com o rombo das contas externas.” 

    (Comentário: eu não vou perder meu tempo, mas quem quiser ler algo sobre o tema, procure no blog do Miguel do Rosário, tem um ótimo texto que se baseia em sua experiência como jornalista especializado em comércio exterior)

    “Do ponto de vista dos acionistas, a operação não foi bem recebida e resultou em uma queda no valor da ação. Muito em função do estilo Dilma, de não procurar o diálogo e de não ter incluído representantes do mercado de capitais nas discussões do modelo. “

    (Comentário: Um trecho ridículo, pois coloca a (falsa) noção de que a presidenta está tomando decisões que devem ser conversadas com acionistas, quando se sabe que esta interlocução política não existe…não nesta instância, pois as formas de diálogo entre gestores e acionistas estão previstas nos estatutos da CVM e da empresa. “Representantes do mercado”????? Que loucura é esta??? E o pior, logo depois vem a contradição (adversativismo), quando o blogueiro admite que o mercado não entenderia esta linguagem por sua natureza predatória…putz, leiam o trecho seguinte que desmonta a ideia acima:

    “Mas também devido ao velho dilema do mercado entre a visão de mais curto prazo do acionista e a de longo prazo da companhia.”

    (Comentário:O blogueiro confunde, não sei se intencionalmente, a esfera e alcance político e estratégico das decisões da presidenta, no campo das políticas energéticas (lato sensu) e as instâncias de governança corporativa da principal empresa.)

     

    Enfim, o fim:

    De qualquer modo, a Petrobras tem dois desafios pela frente, que pouco têm a ver com sua capacidade técnica:

    Convencer o mercado da consistência financeira do seu plano de negócios.

    Apresentar um modelo de governança interna que impeça a repetição de episódios como do ex-diretor Paulo Roberto Costa.

    Comentário: O blogueiro surtou, ou quer nos ludibriar em nossa boa fé. O mercado não confia ou desconfia, ele aposta, e parte em campo para que sua aposta se concretize. Alguns apostam nas duas direções, ou seja, no fracasso e no sucesso das intenções da empresa. O resto cabe aos jornalistas e colonistas, que vivem a espancar os fatos para que caibam nos interesses das posições dos apostadores.

    Uma grande parte dos apostadores da Enron estavam plenamente convictos de tudo ia bem. A Petrobras não tem que convencer ninguém. Ela é o que é, voltou a ser uma das maiores empresas do setor.

    Já o “modelo de governança interna” só pode ser piada. Alguém tem aí este modelo que previna coisas deste tipo (Paulo Roberto da Costa)? 

    Nem em um condomínio de 100 apartamentos isto é possível, talvez nem na “governança coporativa” doméstica, onde possivelmente nosso filho ou filha nos enrola em algum “caixa-dois”.

    São tempos estranhos este do blog.

    1. Acho  que a amiga deve

      Acho  que a amiga deve desistir. Se não conseguiu até hoje chamar a atenção do blogueiro, acho que sua insistência é inútil. Que tal propormos um abaixo-assinado, por todos aqui do blog, implorando para o blogueiro lhe dar atenção, nem que seja para critica-la? Aho que todos concordarão, se for o preço para acabar com sua insistência.

  27. Não tem uma gota de petróleo

    Não tem uma gota de petróleo destes 500 mil barris que esteja sendo produzido em regime de partilha. O petróleo que está sendo produzido no pré-sal foi totalmente descoberto e está sendo desenvolvido sob o regime de concessão. Portanto, nada a ver com a nova lei. Foi mal nessa, Nassif.

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