Parlamento alemão debate o golpe contra Dilma no Brasil

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

 
Jornal GGN – O Parlamento alemão debaterá o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, a partir das 21h30 no horário de Berlim (17h30 no horário de Brasília), desta quinta-feira (20). O evento poderá ser acompanhado ao vivo pelo site do Congresso alemão, o Deutscher Bundestag.
 
O debate público pelos deputados alemães ocorre após o Partido de Esquerda solicitar formalmente para que o governo alemão emita nota pública de repúdio contra a saída de Dilma pelo impeachment no Brasil.
 
Na época em que o Senado Federal afastou definitivamente Dilma Rousseff, no dia 31 de agosto, a imprensa alemã divulgou o caso como uma “injustiça histórica”. Entre os diários do país, o Spiegel Online destacou em sua capa “O novo presidente do Brasil Temer: O homem por trás da sombra“, conforme repercutiu o GGN.
 
“Quase nenhum dos brasileiros votariam nele e, de qualquer maneira, Michel Temer é agora presidente. Com um gabinete completamente branco, totalmente masculino, que representa a velha elite. Os líderes empresariais triunfam”, dizia a manchete do diário europeu.
 
Além do pedido do Partido de Esquerda, o Partido Social Democrata Alemão (SPD) chegou a divulgar uma nota contra o que chamou de golpe político-parlamentar. 
 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Brics, Alemanha e ……

    Quem mais se posicionará?  Serra continua com olhos esbugalhados perguntando o significado das letras…e os de sempre falam em protagonismo da atual “diplomacia”. Enquanto isto BNDES sob nova direção, não investe e quebra contratos brasileiros com outros países. E o presidente vindo de sua viagem fantasia, mergulha no pesadelo ou terremoto, ou simplesmente o xabú Cunha. E a Globo , ideologicamente, tentar manter o Brasil fechado em si mesmo com a cortina de fumaça das notícias da Lava Jato, enquanto estimula o entreguismo com a outra torcendo para que fatos como este  não invadam a sua praia.

  2. So war es gestern

    O plenário razoavelmente vazio, e nas cadeiras reservadas ao governo não havia ninguém do primeiro time: nem dos democrata-cristãos nem dos social-democratas. Isso diz o bastante sobre a percepção do “golpe” lá fora. Wolfgang Gehrcke, do partido da Esquerda, falou o previsível. Andreas Nick (CDU/CSU) veio em seguida, realçando a crise dos regimes de esquerna na América Latina, os muitos escândalos de corrupção no Brasil e que “o Parlamento Alemão não é o lugar adequado para fazer um seminário sobre direito constitucional brasileiro”. Omid Nouripour (Verdes) afirmou que “eu não usaria o conceito de Putsch, mas certamente o de conspiração” para descrever o que aconteceu no Brasil, além de sublinhar os avanços que foram feitos nos últimos 13 anos mas também a imensa crise de representatividade dos partidos e o nível alarmante de abstenções em nosso país. O último debatedor, Klaus Bartel (Social-Democrata), disse que embora tenha havido crimes de corrupção, Dilma é mais íntegra que a maioria de seus opositores (mencionou a recente prisão de Eduardo Cunha), e que a mudança de governo foi feito de maneira “duvidosa”; disse ainda que Temer tem menos popularidade que Dilma e que a maioria da população é a favor de novas eleições.

    Nenhum parlamentar realmente de prestígio participou da discussão. Após as quatro falas, a Presidente no Bundestag, Claudia Roth (Verdes) deu por finda a discussão.

    Uma chance em mil de o governo alemão fazer uma declaração, como quer o partido da Esquerda, condenando o “golpe” no Brasil.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador