Previdência: manipulação da informação não é imbatível, por Luis Felipe Miguel

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Previdência: manipulação da informação não é imbatível

por Luis Felipe Miguel

via Facebook

Os recuos do governo ilegítimo na reforma da Previdência revelam duas coisas. Primeiro, que a manipulação da opinião não é imbatível. A mídia empresarial não dá nenhum espaço para visões divergentes, a desinformação paga com dinheiro público é gigantesca, mas mesmo assim a grande maioria das pessoas é capaz de entender o retrocesso que significa a proposta apresentada por Temer.

Isso ocorre porque efeito na vida de cada um é muito claro. Não tem como dizer pro cidadão que ele vai ter que trabalhar muitos anos mais do que o planejado para ganhar menos do que imaginava e que isso é bom. E pra cidadã, então? Que não se faz nada para acabar com a dupla jornada de trabalho, mas, em nome da “igualdade”, será eliminada uma das poucas medidas que visam compensá-la. É difícil que ela embarque nesse discurso, que contraria tão abertamente sua experiência vivida.

O esforço, no que se refere aos muitos outros retrocessos patrocinados pelo governo, tem que ser esse: mostrar como eles atingem a vida de cada um de nós. Se isso fica claro, a resposta pode ser poderosa.

Este é o segundo ponto: os recuos mostram que, mesmo com governo ilegítimo e a democracia em xeque, a pressão popular pode ter efeitos. O discurso deles, agora, é apontar Temer recuou, então a resistência tem que recuar também, para chegar a um meio termo, como se fosse uma barganha em mercado persa. Ao contrário. É hora de ampliar a mobilização e impor uma derrota completa ao projeto do fim da aposentadoria e da legislação trabalhista.

Depois tem uma etapa mais difícil, que é sair da resistência aos retrocessos para a pressão por mudanças. Por exemplo, nós vimos quanto do anunciado “rombo” da Previdência se deve à sonegação pelas empresas. Cabe propor medidas que tornem a arrecadação mais eficaz e que punam as empresas que não repassam o que é devido. Afinal, não se trata só de impedir o retrocesso, mas de manter sustentável um regime previdenciário que garanta os direitos dos trabalhadores – e que nos permita sonhar em um dia reformá-la, sim, mas no sentido correto, ampliando seu caráter redistributivo, garantindo de forma mais plena a segurança dos aposentados e reduzindo o tempo de trabalho obrigatório.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. “É hora de ampliar a

    “É hora de ampliar a mobilização”

    com certeza. eles tremem, nós avançamos.

     

    eles tão perdidos, meteram os pés pelas mãos. e sabem q ja´babou.

    bora, a vitória é nossa – sempre!

     

    dúvida: quanto ifcou de saldo na conta do marcelo q fez pro efeagá?

    e pro collor?

    e sarney?

    eles zeraram, foi?

     

    pq do luiz terminou  2o mandato com 40mi de saldo….dilma então, parece q nem mexeu.

    de acorod com eles, todos receberam – parece. Menos lula e dilma.

    tava lá. eles nao pegaram.

    mamae tb me ensinou q nao mexer no q não é meu.

    tamo junto

  2. Politicos a favor da reforma

    Politicos a favor da reforma da previdencia, se aposentam com oito anos de mandato, e querem que o trabalhador morra trabalhando. Ontem os policiais civis do DF quebraram as portas desse congresso imoral. Parece que vamos ter que fazer o mesmo. (Paraguaios colocaram fogo no congresso), no sentido lireral mesmo.

  3. O nazismo surgiu depois de um

    O nazismo surgiu depois de um processo de lavagem cerebral em massa.

    Todo mundo sabe disso.

    Vivemos o mesmo processo, agora com instrumentos muito mais sofisticados.

    “Primaveras” podem ser promovidas em qualquer canto, a qualquer momento, atraves das “redes sociais”.

    Com esse mecanismo violento  a capacidade de discernimento dos cidadãos ficou comprometida.

    Quando o assunto é complexo fica mesmo dificil uma pessoa compreende-lo, como por exemplo, se o pais deve ou não comprar uma refinaria de petroleo nos EUA.

    Agora, quando o tema trata da abolição da miseravel aposentadoria que os trabalhadores recebem, depois de anos de trabalho não é tão dificil reconhecer que se trata de um assalto ao povo.

    Se nem isso somos mais capaz de entender, é melhor fechar as portas e pedir para os portugueses mandarem um novo Cabral   para começar tudo de novo.

    É bom lembrar que estamos ficando mais atrasados que o Paraguai.

    La o povo botou fogo no congresso, obrigando o governo recuar.

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