Um lado e a outra, por Janio de Freitas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Por Janio de Freitas

Da Folha de S. Paulo

HEDIONDOS

Era esperado que os senadores se lembrassem de que todos são iguais perante a lei. Mas o Senado aprovou o projeto da Câmara, de autoria do peemedebista Leonardo Picciani e de Carlos Sampaio, do PSDB, que eleva a crime hediondo o assassinato de policiais, militares e carcereiros, estejam ou não em serviço. E agrava as penas também para quem atacar parentes de policiais até terceiro grau.

Os parentes dos demais brasileiros, e os próprios, têm vidas menos valiosas, podem ser apenas vítimas vulgares. Exceto, claro, a dinastia dos Picciani, felizes produtos da política fluminense, e do explosivo Carlos Sampaio. E Renan Calheiros, com a profundidade de percepção e ideias que se conhece, considerou o projeto uma das “ações profundas que a segurança pública pede”.

Afora o seu período de teatro de sordidez da ditadura, jamais houve no Congresso tantas ações parlamentares hediondas.

Entre estas há de ficar também, para a história e para certas biografias, a redução da idade mínima de candidatos ao Senado e a governos estaduais. Aprovada como “reforma política”, no país de mais de 200 milhões de habitantes, pelo interesse de um só, o milionário paraibano (des)conhecido como Wilson Filho. O deputado Rodrigo Maia a incluiu no relatrio, e os seguidores de Eduardo Cunha aprovaram a idade estapafúrdia de 29 anos.

Isso é que é maioridade penal. Devia submeter aqueles deputados ao Código Penal, com investigação e acompanhamento dos seus patrimônios.

Agora é ver como os senadores tratarão o interesse de Wilson Filho. Ou como o interesse de Wilson Filho os tratará.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

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  1. esse congresso está metendo

    esse congresso está metendo os pés pelas mãos, e ainda dirigido por dois envolvidos na vaza a jato não tem legitimidade nenhuma para propor as mudanças no sistema eleitoral, só fazem lambança piorando o sistema que já é pra lá de carcomido, e tudo isso o governo assiste passivamente; a proxima tunga vai ser na petrobras, e depois disso o sr. serra pode se aposentar já qie parece que é a unica coisa que ele se preocupa na vida é turar a petrobras do pre-sal, VERGONHOSO!!!

  2. O  Congresso, pela

    O  Congresso, pela abrangência das consequências dos seus atos, é hoje mais hediondo que qualquer crime individual.

     

     

  3. …o Senado aprovou o projeto

    …o Senado aprovou o projeto da Câmara, de autoria do peemedebista Leonardo Picciani e de Carlos Sampaio, do PSDB, que eleva a crime hediondo o assassinato de policiais, militares e carcereiros, estejam ou não em serviço. E agrava as penas também para quem atacar parentes de policiais até terceiro grau.

    O Paulo Maluf disse  que este projeto é dele. 

     Entrevista à Mariana Godoy (Rede TV)

  4. Até agora não me passou pela

    Até agora não me passou pela cabeça para onde esses dois senhores, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, estão querendo levar o Brasil. Eduardo Cunha se transformou no Rei Luiz XIV do século XXI – L´état c´est moi – Renan Calheiros uma maria-vai-com-as-outras. O que esses dois têm em comum é que ambos são mais sujos do que pau-de-galinheiro.  

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